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Opositores da Igreja e Seus Escritos: ler ou não ler, eis a questão.




Porque não deveria gastar meu tempo na leitura de obras apóstatas?

Claudio Soares Sampaio


 Recentemente postei um capítulo do livro “A Mão de Deus ao Leme”, do pr. Enoch de Oliveira, acerca do famigerado pr. Canright, um de nossos pioneiros que infelizmente seguiu o caminho da apostasia. Minha idéia era apenas estabelecer por meio da biografia simplificada do dito pastor uma lição sobre as consequências para todos aqueles que se deixam guiar pelo caminho do orgulho, da vaidade e da ambição pessoal em seu ministério, seja pastoral ou leigo.
Curiosamente, essa é a postagem que tem mais participações em comentários, havendo até mesmo certo grau de apoio à postura do insigne renegado, o que me leva a crer que para muitos ainda, a figura de Canright carrega certo ar de fascínio. Há até mesmo livros on-line de sua autoria para download grátis. Sei inclusive que certos opositores da igreja têm dele se utilizado para combater a nossa posição bíblica acerca do dízimo, e outros, a autoridade profética de Ellen White.

Não quero me demorar aqui na biografia de Canright. Há dois posts que dediquei a ele, e penso que para aqueles que se interessam de fato, há ali informações e bibliografia suficientes para suas conclusões. Mas em consideração à observação em particular de certo leitor, penso que poderia pelo menos avançar um pouco mais nesse assunto.
Quero iniciar minhas considerações com uma reflexão histórica. A simpatia por Canright me faz recordar a grande crise desencadeada por Desmond Ford, nos anos 70’ no século passado. Na época em que Ford expunha suas idéias, uma pesquisa entre os obreiros adventistas revelou que a maioria esmagadora de nossos pastores dava crédito às suas insinuações contra o princípio dia-ano, a singularidade do ano de 1844, o santuário do céu, e finalmente, à autoridade profética de Ellen White. Desmond Ford recebeu uma licença de seis meses para desenvolver e apresentar seus pontos doutrinários perante um comitê especial. Escreveu 960 páginas de material teológico sozinho, rejeitando o apoio teológico de três grandes teólogos propostos pela liderança da Obra. Não fosse a presença de 126 grandes eruditos adventistas no Concílio de Gleacier View Ranch, Colorado, em 1980, a IASD possivelmente teria caído. Ali as idéias de Ford não se sustentaram diante dos questionamentos feitos por teólogos como William Shea, que construíram depois desse incidente, uma base firme e profunda para nossos estudos em Daniel e Apocalipse. Esses estudos resultaram na série “Daniel and Revelation Commitee Series” (DARCOM), produzida pelo comitê especial para estudos de Daniel e Apocalipse do Biblical Research Institute da Conferencia Geral da IASD ( veja aqui ). Recentemente a UNASPRESS tem disponibilizado alguns volumes deste material em português. 

O interessante é que mesmo após essa diversidade de material teológico produzido em resposta, e tantas evidências bíblicas que refutavam as idéias de Ford e seu famoso “princípio apotelesmático”, algumas de suas propostas foram retomadas na década de 90’. Mas essas idéias causaram pouco impacto teológico em nosso meio. E por quê esse impacto não ocorreu? A resposta é que já tínhamos todo um esquema teológico bem estabelecido no DARCOM. E as respostas estavam todas lá. Não é a toa que alguém disse: “a heresia é a mãe da hortoxia”!
Eu me pergunto se é preciso que eu leia as quase 1.000 páginas escritas por Ford contra a doutrina da IASD ou ler o DARCOM, que resulta em cerca de 5.000 páginas para que eu tenha autoridade para me pronunciar acerca de qualquer proposta de Ford. Eu penso que a segunda alternativa é a melhor. Tenho em minha prateleira até hoje, um volume em perfeito estado do comentário “Daniel” (título grafado em caracteres hebraicos, e conteúdo escrito em inglês) de Desmond Ford. Mas nunca me dediquei a lê-lo por completo. Sempre tive preferência pelo DARCOM. Tive que ler algo do material de Ford contra a doutrina da IASD por ocasião de meu TCC para a graduação em Teologia. E em alguns momentos, por pura curiosidade teológica, li de partes de seu comentário de Daniel.  Mas é ele uma figura ultrapassada em nossa história teológica. Penso que há coisas melhores para se ler, como a tese doutoral do pr. João A. R. Alves, pelo CePlib, sobre estudos do santuário, na qual o autor analisa se houve algum impacto da teologia de Ford em nossa compreesnsão da doutrina do santuário. Estou lendo e recomendo.
O que isso tem a ver com Canright e os demais opositores da IASD? Eu penso que todos entram na mesma categoria: Canright, Kellog, Ford, e mesmo tantos outros que seguem seus passos, na atualidade. Todos estes homens foram instrumentos afiados nas mãos de Deus enquanto firmados na verdade.  Canright era o nosso melhor apologista (pasme!!!) e defendeu como um apologista a nossa fé por 28 anos! Kellog era nosso melhor especialista na área da saúde! Desmond Ford era um de nossos maiores teólogos e durante 16 anos foi o presidente do departamento de teologia do Avondale College, em New South Wales, Austrália, sendo, talvez, a figura mais influente de seu tempo sobre o ministério adventista! Porém quando estes homens deram asas ao orgulho, sua utilidade serviu apenas ao lado contrário, que é o do inimigo de nossas almas, o opositor de toda Verdade.
Na verdade, tem sido sempre assim: a vaidade do desejo de reconhecimento e o orgulho é o cerne dos motivos de todas as posturas opositoras da igreja, desde a primeira queda, ocorrida no Céu. Hoje, deixando as figuras passadas de Ford ou Canright, há um sem-número de adventistas apóstatas que têm buscado a fama com de seus pontos de vista contraditórios através da distribuição de literaturas e panfletos de cunho duvidoso.  Em 2009, várias igrejas de meu distrito receberam livretos pelos Correios, nos quais se percebia uma combate à doutrina da Trindade. Tomei os ditos livros daqueles que desejaram cedê-los e fiz algumas palestras sobre o tema para a igreja. Para agravamento, alguns insistiram na necessidade de ler estes escritos.  Talvez alguns teólogos tenham de ler e até eu mesmo leia no futuro, a título de obrigação na produção de uma tese para Mestrado ou Doutorado, ou mesmo para defender a fé de meu Rebanho. Para outros fins, é perda de tempo, e é assim que eu penso, e apresento minhas apologias, se firo algum sentimento contrário.
Considerando a hipótese de que eu fosse apenas um membro leigo, porque seria perda de tempo ler esses escritos? Não seria ideal que eu os lesse a fim de entender como refutá-los? Tomando em consideração a hipótese de que eu conhecesse os escritos de Ellen White (e os praticásse, na medida do possível) bem como entendesse a fundo a doutrina da IASD, que é bem solidificada na Bíblia, estaria preparado para esse tipo de leitura. Contudo, o conhecimento daquilo que é escrito como um ataque pessoal contra meus princípios não me acrescentaria nada. Se eu conheço o “Bem”, eu venço o “Mal” com a força do “Bem”, não preciso conhecer o “Mal” para combatê-lo. Quando eu entender bem a fé que professo, saberei como defendê-la quando argumentos contrários vierem surpreender-me. Assim eu recomendo lidar com o Espiritismo, com os Mórmons, com os Testemunhas de Jeová, e também com os críticos da igreja.  
O argumento de que nós deveríamos ler esses livros é frágil pelo seguinte: eu deveria ler por acaso as obras de Alan Kardec ou de Chico Xavier a fim de entender que elas são danosas e baseadas na mentira? É preciso que eu leia “The Living Temple” para que eu entenda que as idéias panteístas de John Harvey Kellog acerca de Deus são completamente contrárias às Escrituras? Será preciso que eu leia “The Life Ellen White by D. M. Canright” para que eu entenda que suas idéias são contrárias à sã doutrina? Ademais, eu conheço os motivos que guiaram a Canright em sua escrita. Simplesmente por conhecer as Escrituras e entender que os escritos de Canright estão contrárias à verdade da Escritura, entendo que há pouca ou nenhuma importância em sua leitura, e nenhum bem nela. Ao contrário, digo que somente males. Essa abordagem a priori é saudável, e deveria ser praticada por cada cristão adventista.
Quero lembrar que o próprio Canright reconheceu haver tomado um caminho errado. Ele confessou isso de modo confidencial e público, e até mesmo sua secretária o ouviu dizer tantas vezes de sua sensação de perdido pelo rumo tomado e registrou em seu livro. Por isso, digo mais uma vez e aconselho a todo adventista, principalmente àqueles que possuem pouco ou nenhum conhecimento teológico ou doutrinário a não perder tempo com seus livros escritos contra a IASD. Sei que alguns membros da IASD não possuem mais que 05 volumes dos escritos de Ellen White. Mas quando ouvem ou lêm algo contra ela, tomam essa luz (?) como uma verdade definitiva e a rejeitam como Mensageira do Senhor. Eu apelo a que conheçam os seus escritos. Se os conhecerem, não fará diferença se conhecem ou não a obra de Canright ou qualquer outro opositor. A advertência também inclui obras de outros apóstatas contemporâneos.
Finalmente: se de fato houve quem lesse Canright e atendesse suas argumentações e pensamento, isso não quer dizer que aja endosso teológico para suas argumentações. Eu mesmo posso realmente entender que alguns  tiveram suas razões para se afastarem da fé adventista, mas isso não quer dizer que eu concorde com sua decisão. Apesar de haver quem desse razão para as dúvidas de Canright, houve quem o lesse e procedesse em contrário. Um dos mais fortes apologistas que assim procederam é o Arnaldo Christianini. Aconselho a ler “Subtilezas do Erro”, pela CASA. Sobre o Ford, por exemplo, aconselho a pequena obra de Robert. W. Olson, que escreveu um pequeno livreto, 101 questões sobre o Santuário e sobre Ellen G. White”, pelo Centro de Pesquisas Ellen G. White em São paulo. Através dele, há um resumo detalhado das principais questões suscitadas por Desmond Ford e respostas simples e diretas para cada uma delas. Por isso, é bom que eu diga: não é preciso que ninguém leia Desmond Ford. Leiam a obra de Olson e terão tanto as dúvidas quanto as respostas.
Em tempo: sou um leitor ávido. Leio de tudo em meus momentos de preparo intelectual e tenho obras de todos os gêneros em meu escritório (menos obras psicografadas por médiuns). Todavia, sou sempre seletivo em minhas leituras, e é isso que aconselho ao meu rebanho. Se a ocasião pedir, devo ler essas obras como pastor, a fim de defender meu rebanho. Não porque eu necessite delas, mas para que eu revele os erros contidos em suas páginas.

Se sempre escuto dos membros de minha igreja a queixa de que há pouco tempo estudarem a Bíblia, a Lição da Escola Sabatina e nossos livros doutrinários, me pergunto: para que gastar tempo com aquilo que não contribui em nada para o crescimento? Por isso, reafirmo: há coisas melhores para se ler. - Claudio Soares Sampaio.
 nossa página:

14 comentários:

  1. Muito bom, pastor. Parabéns pela lógica e clareza intelectual e argumentativa. Acompanho o blog a pouco tempo e estou, sinceramente, empolgado.
    Abraço.

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  2. Olá! Gostaria de destacar que gosto de seu blog, apesar de tê-lo conhecido a poucos dias!

    E quero também revelar que considero um verdadeiro absurdo um adventista alegar não ter tempo de ler a Bíblia nem nossos livros doutrinários, mas acharem tempo de ler obras de opositores. Simplesmente falta honestidade a esses tais!

    Contudo, discordo do que vc falou quanto a não devermos ler os opositores. Quando estes nos são apresentados por pessoas próximas, elas precisam e esperam uma resposta à altura.

    Vc disse acima que as ideias de Kellog "são completamente contrárias às Escrituras". Como vc soube disso, sem tomar conhecimento delas? Esse argumento de "conhecer o bem" e não o mal, é mal utilizado. Como eu saberei que o mal é mal, sem antes compará-lo com o bem? É necessário sim, conhecer o bem para quando, se, o mal aparecer, eu ter condições de identificá-lo como realmente sendo, ao compará-lo com o bem. Assim, para compará-lo, preciso pelo menos dar uma olhada nele!

    A irmã White disse: "O espírito que fecha a porta para a investigação cristã dos pontos da verdade não é o Espírito que vem do alto".

    Por fim, quanto ao seu suposto conhecimento dos "motivos que guiaram a Canright", pouco importa. Isso é um verdadeiro ad hominem, falácia mais do que desmoralizada. Saber dos motivos e sentimentos de Hitler naquelas pesquisas com seres humanos como cobaias não dizem nada quanto ao nível de verdade nas descobertas científicas por sua equipe médica.

    ____
    Sem mais, um abraço e desculpe-me a prolixidade!

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    1. Obrigado, Skeus pela participação.

      Acho que não entendeu o propósito do post. É óbvio que para saber se a obra é contrária, eu deveria dar uma olhada. Mas quando me refiro a ler, é a avidez com que muitos pegam as literaturas e disseminam, mesmo sabendo que é contra aquilo que conhecemos. As obras são condenadas pelo principio que não segue o da unidade de doutrina que temos. Alguns casos, são gritantes. Eu especifiquei aqui: contra a visão profética historicista, autoridade de Ellen White, Trindade e outros. São pontos mais que estudados e reforçados de forma bíblica pela IASD.

      Outro aspecto é que você usa de modo equivocado o texto de Ellen White. Ela condena aqueles que se fecham para a investigação dos pontos da verdade. Não vejo nada que d~e amparo a sugestão de que ela englobe literaturas contrárias. Depois você leia outros pontos nos quais ela condena aqueles que no fim dos tempos estarão contra seus escritos. Acho que a melhor forma de não dar publicidade a um tipo de literatura tais quais cito e ela previu é por meio do desprezo mesmo.

      Sobre os motivos, você ignora o que se consiste o ad hominem. Não é por ter vindo de Canright, mas pela evidencia de que sua obra não está desvinculada de sua revolta. seria falácia se os motivos contradizem o exposto, mas no caso, é o contrário. Eu apoiar ler um escrito que combate a igreja fomentado pela mágoa e orgulho é um tanto quanto estranho. Aliás, há fontes que revelam arrependimento da parte dele em ter escrito tanto contra seus antigos irmãos.

      Volte a comentar. Abraço.

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  3. Caro,

    Estou lendo o livro em Defesa do Adventismo, Standish e Standish, edição ignorada e não sabida, que analisa com conhecimento o assunto. Parece que o Ford deixou algum erro no que concerne ao tema justificação e/ou santificação.

    Nunca subestimo um potencial adversário- parece ser uma característica bem laodiceana...

    Muita Paz no Senhor Jesus.

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    1. Obrigado, docdeoz.

      Sim, este tema depois foi reforçado posteriormente e foi bem confrontado por teólogos como LaRondelle. Especialmente leia o pequeno livreto O QUE É SALVAÇÃO, pela CASA. Ali está a resposta definitiva para qualquer um compreender.

      Abraço. Volte a comentar.

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  4. 1 Parte do comentário:

    Olá Pastor,

    Fiquei contente ao encontrar seu blog. Gostaria de parabenizá-lo pelo mesmo.

    Particularmente, estamos em discordância no que diz respeito à ideia de que "não devemos ler" às obras de indivíduos que são "adversários" da igreja, embora, o Dr. Ford não seja adversário do adventismo, já que, é membro regular da igreja, me parece contraproducente expor à pessoa dele, que é um irmão na fé, desta maneira.

    A Senhora White sempre alertou ao adventismo de que, sempre devemos estar atentos para "nova luz", inclusive, em seu tempo, a igreja convivia com várias posições diferentes e não havia essa rejeição de posturas contrárias, principalmente dos que tomam por base o discurso do "Ortodoxo" ou "heterodoxo", a heresia de hoje, pode ser a doutrina verdadeira de amanhã.

    O adventismo já foi unitarista. Ellen White, crente na trindade, conviveu pacificamente com seu esposo, que era unitarista em vida e morreu unitarista, além é claro, de conviver com outros crentes adventistas que eram antitrinitarianos como Urias Smith, e, nosso primeiro teólogo, John Nevins Andrews.

    Não esqueçamos que já fomos, como denominação, crentes na doutrina da "porta fechada", a própria Ellen White não só creu nisso, como também, pregou essa doutrina, porém, após estudo diligente, deixou de crer nessa "heresia".

    Nós poderíamos passar algum tempo aqui, relatando sobre crenças do adventismo que foram outrora "ortodoxias" e que hoje são "heresias", portanto, creio que devemos ter maior cautela ao recomendarmos aos nossos membros que "não leiam" obras de supostos apóstatas. Não esqueçamos que a igreja adventista é uma igreja fruto da apostasia de outras denominações cristãs, sejam eles, batistas, metodistas (como a própria Ellen White), conexionistas cristãos (como Tiago White), presbiterianos e tantos outros que, apostataram de suas igrejas para formar o que hoje é o adventismo, daí, me parece irônico que falemos sobre apostasia com tanta propriedade quando a mesma está em nossas fundações históricas.

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    1. Olá Italo fabian.

      1. Desmond Ford não é colocado aqui como ex-adventista, mas como um fomentador de apostasia. Ele é contra os ensinos da igreja e pela ocasião em que foi confrontado, ele não abdicou de sua posição. Apenas ficou em silencio, mas seus escritos falam por ele. Se ele fica a favor da igreja, porque nunca escreveu nada contra suas antigas ideias?

      2. Pelo que vejo, você gosta de citar Ellen White. Mas sobre a nova luz, você deve se lembrar que o conselho é que ao considerar novas luzes, se deve submeter ao grupo de irmãos mais experientes (líderes da obra). Se eles não virem luz nisso, deve ser descartada. Isso é bem o contrário do que se v^Çe por aí e do que você sugere.

      O texto:

      "Existem mil tentações disfarçadas, preparadas para os que têm a luz da verdade; e a única segurança para qualquer de nós está em não recebermos nenhuma nova doutrina, nenhuma interpretação nova das Escrituras, antes de submetê-la à consideração dos irmãos de experiência. Apresentem-na a eles, com espírito humilde e pronto para aprender,fazendo fervorosa oração; e, se eles não virem luz nisto, atendam ao seu juízo, porque “na multidão de conselheiros há segurança”.Provérbios 11:14. Testemunhos para a Igreja 5:291-293 (1885)."

      3. Sobre heresias, você entendeu mesmo o que propus? Que devemos conhecer bem nossas doutrinas e defendê-las de forma bíblica ao invés de aceitar todo tipo de literatura que as confronte, sem terá a capacidade de confrontá-las. O que me preocupa é que é justamente aquilo que já abandonamos por sabermos ser erros que agora tomam forma de verdade em nosso meio.

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  5. 2 parte do comentário:

    O que a mim é preocupante em sua recomendação, que creio ser fruto de um zelo maravilhoso pela igreja de Deus, é:

    1. Sua posição abre o precedente de que nossos irmãos adventistas não tenham capacidade de ler uma obra, interpretá-la, ou mesmo, compreender seu conteúdo e rejeitá-la, se não lhes parecer coerente.

    2. O catolicismo, herdeiro da tradição cristã histórica, acreditava que os membros da igreja não estavam habilitados a interpretarem a bíblia, daí, nasceu o clero, ou seja, um grupo de líderes que monopolizaram a leitura da bíblia durante séculos. Lutero, um "apostata" foi o "hereje" a quem Deus usou para "abrir as portas" para que, aquilo que hoje é o adventismo tivesse lugar, portanto, não estaria o pastor arrogando para um suposto "clero" adventista a função de único interprete das escrituras? Pode ser interessante refletir sobre isso.

    A Senhora White é clara ao dizer:

    "O fato de não haver controvérsias ou agitações entre o povo de Deus, não deveria ser olhado como prova conclusiva de que eles estão mantendo com firmeza a sã doutrina; Há razão para temer que não estejam discernindo claramente entre a verdade e o erro. Quando não surgem novas questões em resultado de análise das Escrituras, quando não aparecem divergências de opinião que instiguem os homens a examinar a Bíblia por si mesmos, para se certificarem de que possuem a verdade, haverá muitos agora, como antigamente, que se apegarão às tradições, cultuando nem sabem o quê. E há muitos na igreja que contam por certo que compreendem aquilo em que crêem, mas que até surgir uma discussão, ignoram sua fraqueza."(Obreiro Ev. 298)

    Será que todos os membros do adventismo já tiveram a oportunidade de ler os textos do Dr. Ford para, por si mesmos, compreenderem o que ele diz, e, se for incoerente rejeitá-lo ou deveriam os membros do adventismo apenas confiar de olhos fechados na posição de seus líderes e simplesmente ignorar o conselho acima dado pela Sra. White? Abandonamos as práticas bereanos para nos tornarmos um segundo catolicismo crendo na interpretação de líderes? Deixamos o princípios de "Sola Fide, Sola Scriptura et Tota Scriptura" (Só a Fé, Só a Escritura e Toda a Escritura) afim de nos certificarmos de que temos a verdade? Não esqueçamos, hermenêutica não é ciência exata!

    A pena inspirada é incisiva ao dizer:

    "Não devemos pensar, 'Temos a verdade, entendemos os pilares principais da nossa fé, podemos descansar sobre esse conhecimento.' A verdade é progressiva, e devemos andar na luz progressiva." (Conselhos a Editores p. 33)

    Será que não lendo essa literatura estamos realmente progredindo ou regredindo na discussão sobre a verdade? Estamos abertos a "nova luz" ou apenas reproduzindo modismos de pensamento conforme a tradição?

    Por fim:

    "Não há desculpas para alguém tomar a posição de que não há mais luz a ser revelada e que todas as nossas exposições das Escrituras são inerrantes. O fato de que certas doutrinas têm sido mantidas como verdade por muitos anos pelo nosso povo, não é prova de que nossas idéias são infalíveis. O tempo não fará o erro verdade[...] Nenhuma doutrina verdadeira perderá alguma coisa pela investigação minuciosa. (Conselhos a Editores, 35)

    Um cordial abraço ao pastor,
    do amigo e irmão em Cristo,
    Italo Fabian.

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    1. Olá Italo fabian.

      Sobre o que comentou:

      1. Sim. E eu como pastor que tenho contato com meu rebanho afirmo que em sua maioria os irmãos não têm preparo teológico nem malícia argumentativa. São fideístas em sua mioria.

      2. Você usa palavras que nada têm a ver com o que postei. Em que base pode comparar o que proponho, que são leituras de obras de renegados da fé com a leitura da Bíblia? Engraçado que o texto que usa para confrontar minha proposta é que dá apoio a ela.

      "E há muitos na igreja que contam por certo que compreendem aquilo em que crêem, mas que até surgir uma discussão, ignoram sua fraqueza."(Obreiro Ev. 298)"

      A Luz é "progressiva". Minha argumentação é contra aqueles que tentam apagar a luz para acender outras. Demolindo o fundamento, o que se construir não tem firmeza. Podemos construir mais e mais sobre a plataforma da verdade, mas demolir para construir é proposta da Nova Teologia, os revisionistas do meio evangélico.

      4. Por fim: a verdade é provada por meio de investigação minuciosa, como cita em Ellen White. É isso que proponho. Investigue para confrontar. Muitos nem investigam nem confrontam. Ficam tateando no escuro.

      Abraço. Volte a comentar.

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  6. Eu fico agradecido pela participação dos ilustres amigos. Mas ao mesmo tempo admirado em ver que não FOI compreendida a proposta do texto.

    Meu apelo é que leiam mais materiais que sustentem a fé e a compreensão da verdade bíblica que conhecemos, para que ao sermos arguidos acerca de alguma ideia que nos confronte, tenhamos base em responder sem problemas. Não preciso ler materiais de pessoas que eu sei que combatem ou combateram a igreja. Mas devo ficar pronto para quando for procurado para discutir as ideias, eu saiba responder à altura. Eu, pessoalmente, não leio nada de apóstatas, mas me prontifico a discutir com os expositores, sem problema.

    Pena que muitos não têm nenhuma bagagem doutrinária e se aventuram a navegar por áreas que não dominam. Assim é presa fácil, pois tudo parece verdade para quem é superficial. Parece ser isso que Ellen White quer afirmar quando escreveu a cita apresentada pelo Italo fabian:

    "E há muitos na igreja que contam por certo que compreendem aquilo em que creem, mas que até surgir uma discussão, ignoram sua fraqueza."(Obreiro Ev. 298)".

    Quando tivermos realmente bem saturados de conhecimento, teremos capacidade de confrontar qualquer ideia, e nãos será preciso que eu leia.

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  7. E fica a dica de Ellen, tão citada pelos amigos:

    1. "Satanás espera envolver os remanescentes filhos de Deus na ruína geral que está para vir sobrea Terra. À medida que se aproxima a vinda de Cristo, mais determinado e decidido em seus esforços fica ele, a fim de os derrotar.
    Surgirão homens e mulheres proclamando possuir alguma nova luz
    ou alguma nova revelação, e cuja tendência é abalar a fé nos marcos
    antigos. Suas doutrinas não resistem à prova da Palavra de Deus.
    Mesmo assim, pessoas serão enganadas. Farão circular relatos falsos e alguns serão apanhados pela armadilha. Acreditarão nessesboatos e por sua vez os repetirão, e assim se formará uma cadeia que os liga com o arquienganador. Tal espírito nem sempre se manifestará em aberto desafio às mensagens enviadas por Deus, mas expressa de muitas maneiras uma deliberada incredulidade. Cada falsa declaração feita, alimenta e fortalece essa incredulidade, e por esse meio muitas pessoas serão levadas à decisão do lado errado. - Testemunhos para a Igreja 5:295, 296 (1895)."

    "Apegue-se firmemente à sua Bíblia, pois suas sagradas verdades
    podem purificar, enobrecer e santificar a pessoa. Você deve defender
    a verdade e ensiná-la tal como é em Jesus, do contrário ela não será
    de valor algum para você. Perante a luz das verdades divinas permita
    que as opiniões, ideias e sabedoria humanas apareçam como são à
    vista de Deus — como loucura. [...]
    Se um irmão diverge de você em alguns pontos da verdade, não
    o exponha ao ridículo, não considere sua luz como sendo falsa, ou
    dê um sentido falso a suas palavras, ridicularizando-o; não interprete
    mal suas palavras ou tire-as de seu sentido verdadeiro. Essa não é
    uma forma conscienciosa de discussão. Não o apresente como sendo
    herege diante dos outros, quando ainda não estudou com ele suas
    posições, tomando a Bíblia verso por verso no espírito de Cristo
    para mostrar-lhe a verdade. Você não conhece a evidência que ele
    tem para sua fé e assim não pode definir claramente sua posição.
    Pegue a Bíblia e com espírito amável avalie cada argumento que for
    apresentado e então mostre-lhe pelas Escrituras se estiver errado.
    Quando agir assim, sem sentimentos rudes, estará apenas cumprindo
    seu dever e o dever de todo ministro de Cristo." — Carta 21, 1888

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  8. Olá Claudio,

    Faz um bom tempo que não retorno ao blog, pois os estudos, às vezes, não permitem, mas cá estou.

    Estou postando apenas para dizer o seguinte: Li todos os comentários feitos a esse texto, e, ao lê-los achei impróprias algumas abordagens feitas por você.

    Todos os que discordaram de você foram tratados com algo do tipo "Você não entendeu bem", será sempre assim? Todos os que não apoiam suas ideias são os que não a compreenderam? Mas quem concordou ou aplaudiu e elogiou é porque entendeu?

    Fora isso, você utiliza-se de uma frase em tom, um tanto quanto, discriminatório quanto ao fato d'eu citar Ellen White, você diz: "Pelo que vejo, você gosta de citar Ellen White.", há alguma razão pela qual eu não devesse gostar de citá-la? Em quê a constatação dessa frase é útil para o diálogo? É o que chamamos de falácia da relevância, pois este raciocínio, como premissa é logicamente irrelevantes para as suas conclusões posteriores.

    Você cometeu um "pecado" clássico em diálogos via internet, vou citá-lo para não deixar dúvida:

    "Eu fico agradecido pela participação dos ilustres amigos. Mas ao mesmo tempo admirado em ver que não FOI compreendida a proposta do texto."

    Esse "FOI" (em caixa alta) é definitivamente o triunfo da ausência de força do próprio argumento como meio de convencimento, quando isso acontece, temos que colocar caixa, alta, se estamos escrevendo, como se estivéssemos gritando, ou mesmo, dando ênfase em certas palavras, pois não conseguímos expressar melhor aquilo que pensamos.

    Já pensou na possibilidade de que você não tenha sido muito claro em sua proposta? Eu acho que seria mais viável (e humilde também) do que colocar a culpa nos outros, ou seja, só os outros não entenderam, mas você foi, supostamente, perfeito na exposição.

    É complicado esse tipo de abordagem. Se estamos tão equivocados quanto ao que compreendemos do seu texto, demonstre nosso equívoco, mostre cabalmente nosso erro, cite partes do texto que demonstram que entendemos errado, mas até que isso ocorra, minhas críticas permanecem, bem como as outras.

    Fica ai a sugestão!

    Cordial Abraço do amigo e irmão em Crito,
    Italo Fabian.

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    1. Olá Ítalo Fabian

      Obrigado pela nova visita, mas vou falar de novo: Outra vez você não compreendeu minhas intenções. Veja por exemplo, se tem outras letras em caixa alta. Verá que na primeira resposta houve momento em que letras em minúsculo e maiúsculo se misturam. É que escrevi com iPad, que tem essas manias de modificar palavras. O sistema cria palavras e faz como você viu: aumenta e diminui letras quando quer. Assim, verá que não há razoes para desconfianças. Sobre eu demonstrar onde estão os equívocos, acho que o fiz nas respostas anteriores. Mas sobre as outras observações, prefiro deixá-lo a refletir melhor. Espero mais visitas suas. Abraço.

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