Gerhard F. Hasel (1935-1994) foi um teólogo e
professor de Antigo Testamento e Teologia Bíblica bem como Deão do Seminário
Adventista da Andrews University. Seu mais conhecido trabalho foi Teologia do
Antigo Testamento. Também escreveu diversos livros sobre teologia bíblica e a igreja remanescente, além de um comentário do livro de Amós.
Existe um relacionamento inegável, entre a
inspiração divina da Bíblia e a formação do cânon. A inspiração e
historicamente afirmada entre judeus e cristãos como a qualidade essencial,
intrínseca da Escritura da qual sua autoridade deriva. Enquanto algumas vozes
insistentes negam qualquer conexão entre inspiração e canonização,1
o ponto de vista oposto é ainda mais amplamente sustentado.2
Neste século, tem surgido novamente uma acalorada
discussão sobre a questão do cânon bíblico, particularmente desde os anos
sessenta.3 O debate tem sido estimulado, em parte, pela descoberta
dos rolos do Mar Morto,4 e porque novas investigações de questões do
cânon têm indicado que o antigo consenso crítico têm significativas
fragilidades. Discussões continuam sem cessar até o presente.5 Um
novo consenso sobre o cânon está em formação.
Uma das maiores questões gira em torno da idéia se
o conceito de "cânon", a canonização da Bíblia, deve ser radicalmente
separada do conceito de "Escritura,6 e não apenas do conceito
de inspiração. A respeito do até dito por alguns eruditos que o cânon não se
fixou por um longo período após o começo da era cristã, mas em algum ponto
entre 90 D.C. e o quarto século D.C7?
Critérios externos para canonização do NT, tais
como apostolicidade, ortodoxia, antigüidade, catolicidade, valor espiritual e
aceitação pela igreja são cada vez mais predominantes.8 Estes
critérios têm a tendência de colocar o processo de canonização e sua autoridade
nas mãos da igreja.
Origem do Cânon: Sobre Que Base?
Agentes
Humanos ou Agente Divino? O assunto das forças e/ou fontes que autorizam os
escritos bíblicos a serem canônicos é de crucial importância. A questão é se
(1) a Bíblia é o produto de decisões humanas baseadas em normas socioculturais
e eventos na história do passado que podem ser reatualizados no presente, ou se
(2) os seres humanos vieram a reconhecer a autoridade da Escritura por causa de
uma natureza inerente e qualidade dos escritos da Bíblia como a autoautenticadora,
a auto-validante Palavra de Deus.
Agentes humanos, isto é, rabis, bispos, concílios,
e/ou comunidades "determinam" quais livros bíblicos pertencem ao
cânon e, por este modo, os fazem Escritura Sagrada? O verbo
"determinar" é usado no sentido de decisões formais feitas na base de
normas imanentes, não sobrenaturais e sócio culturais. Alternativamente, os
indivíduos, entidades e/ou comunidades "reconhecem" na base da
natureza e qualidade intrínseca quais escritos eram canônicos?
Os Protestantes Históricos
sustentavam que a canonização da Bíblia, de ambos o Antigo e o Novo
Testamentos, é o produto não de seres humanos, mas da obra do Espírito
Santo o qual produziu os livros bíblicos. Por virtude de sua inspiração,
e sua resultante auto-autenticação e auto-validação, os livros bíblicos foram
"reconhecidos" como canônicos.
O verbo "reconhecer" é
distintamente diferente do verbo "determinar". O primeiro verbo
afirma a inerente origem sobrenatural, natureza, e autoridade do livros
bíblicos como a causa para seu status canônico. Enquanto que o último termo
"determinar" significa comunicar o poder de autorização puramente
humana do cânon por quaisquer forças religiosas, sociológicas e históricas que
estiveram a operar individualmente e/ou coletivamente. Similarmente, foi a
canonização da Bíblia um processo de desenvolvimento no transcurso de muitos
anos, ou mesmo séculos? O cânon do AT foi formado em três diferentes estágios
como é amplamente suposto desde que um cânon de três partes foi proposto pelo
judaísmo anterior à época do NT?
É a Bíblia o produto da Igreja?9
O concílio católico romano de padres em 8 de Abril de 1546, no Concílio de
Trento, fechou o cânon bíblico? No último caso, a Igreja poderia ter um
"cânon" aberto bem como um cânon "fechado". O corpo que
"fechou" o cânon poderia alterar o cânon pela inclusão ou exclusão de
livros adicionais através de decisões subseqüentes.
Visão Encarnacional da Escritura
e do Cânon. O reformador Martinho Lutero (1483-1546) fala da
"Palavra de Deus [Escritura]" que "preserva a Igreja de Deus,"10
dando assim prioridade à Bíblia sobre a Igreja. Na visão da Reforma, qualquer
autoridade deveria ser testada por sua fidelidade à Escritura.
De fato, a Bíblia manifesta a
encarnação da Palavra de Deus em forma escrita, "a Santa Escritura é a
Palavra de Deus, escrita, por assim "dizer 'inscriturada."",11
Uma forma mais recente de expressar esta idéia é falar da Bíblia como palavra
de Deus "inscriturada".
A visão encarnacional elevada da Escritura sustenta
que "assim como a divindade e poder de Deus estão contidos no vaso do
corpo encarnado de Cristo, assim a mesma divindade e poder de Deus estão
contidos na Escritura, um vaso feito de letras,... Para captar a revelação em
sua plenitude é necessário conceber a Escritura em termos da natureza
divino-humana de Cristo:"12 Tão elevada visão da Escritura é
baseada e fundamentada em uma elevada visão da encarnação onde o Jesus Cristo
terrestre é a manifestação da indivisível união do divino e do humano. Em
analogia com Jesus Cristo, o Filho de Deus encarnado, a Bíblia consiste
igualmente de uma indivisível união do divino e do humano justamente como é
manifestada no Filho de Deus.
Ellen G. White também sustenta uma elevada visão
encarnacional da Bíblia. Ele fala da perfeita "união do divino com o
humano" a respeito da Bíblia em analogia com aquela no Filho de Deus. Ela
escreveu, "a Escritura Sagrada, com suas divinas verdades, expressas em
linguagem de homens, apresenta uma união do divino com o humano. União
semelhante existiu na natureza de Cristo, que era o Filho de Deus e Filho do
Homem. Assim, é verdade com relação à Escritura, como o foi em relação a
Cristo, que "o verbo se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1:14).¨13
A "união do divino e do humano" da qual a Bíblia foi formada também
causa impacto na compreensão da natureza e desenvolvimento do cânon. Segue-se
que o cânon não pode ser percebido como simples resultado de ações ou interesse
humanos. O processo de canonização está interligado com a "união do divino
com o humano" da qual a Bíblia participa.
A Natureza do Cânon
O Termo "Cânon" definido. A palavra
portuguesa "cânon" deriva do grego ho kanon via o Latim. Tem uma
origem hebraica e é dito que remonta ao antigo sumeriano.14
O termo tem uma rica história de uso tanto em
círculos não cristãos como cristãos.15 Um significado básico é
providenciado com tais designações como "vara de medir¨16 ou
"bastão de medir".17 "A palavra [kanon] veio a
significar entre os gregos aquilo que é um padrão ou norma pela qual todas as
coisas são julgadas e avaliadas, tanto a perfeita forma a seguir em arquitetura
ou o critério infalível (kritérion) pelo qual todas as coisas devem ser
medidas.¨18
No uso cristão posterior veio a significar a lista
autoritativa (canônica) de livros que pertencem à Bíblia.19 É
importante entender que o posterior uso de "cânon" como um
"lista" de livros não é senão uma definição de um período tardio para
este termo. O uso anterior e mais proeminente do termo "cânon" como a
"regra," "padrão" ou "norma" para crença ou
prática é o mais significante. Como tal o "cânon" é o padrão da
Escritura santa e inspirada pelo qual o ensino e a ação cristã devem ser
regulamentados.
Uso
Neotestamentário. O termo "cânon" é usado no NT quatro
vezes (G1 6:16; 2Co 10:13-16; alguns manuscritos contêm a palavra também em Fp
3:16). Gálatas 6: 16 lê-se, "E a todos quantos andarem de conformidade com
esta regra, [kanon] paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de
Deus" (ARA). Aqui o significado de "cânon" é a "regra de
medir¨20 pela qual todas as coisas da nova criação são medidas. É a
"norma" e "padrão" ou "medida de avaliação¨21
pela qual nossas ações e dos outros são medidas. Em Filipenses 3:16 a palavra é
empregada com o mesmo sentido.
A passagem de 2 Coríntios 10:13-16 é
lingüisticamente difícil de traduzir; existe alguma ambigüidade. Contudo, Paulo
parece defender sua autoridade apostólica ao notar que ele tem um
"cânon" "ou padrão para seu trabalho para a reivindicação de
validade apostólica que ele não se conferiu a si mesmo mas recebeu de Deus.¨22
O "cânon" ou "padrão" não é fabricação sua mas lhe foi
conferido por Deus.
Uso Posterior à Época do NT. A
designação "cânon" é usada nos escritos posteriores à época do NT
desde a metade do segundo século no sentido de uma "medida de
julgamento" que é determinante para a igreja em termos do que é verdadeiro
e do que é falso. 23
Pelo quarto século d.C. o termo
"cânon" passou a ser aplicado a lista de escritos que pertenciam e
formavam o conjunto de Escrituras autoritativas.24 Assim, a palavra
"cânon" veio a ser definida dentro da comunidade cristã como "a
lista dos escritos reconhecidos pela Igreja como documentos de revelação
divina.¨25
Historicamente
o termo "cânon" refere-se tanto à forma (normens normata) das
Escrituras quanto à função autoritativa (norma normens) da Escritura.26
"Cânon" também significa a autoridade com a qual a Escritura é usada.
A amplamente citada e aceita Confissão de Westminster, escrita em 1647 e um dos
mais influentes credos do calvinismo, afirma em seu artigo sobre a Escritura,
"Todos [os sessenta e seis livros] que são dados por inspiração de Deus,
para ser a regra de fé e vida.¨27 . Que papel a inspiração
desempenha em conferir ao "cânon" como normens normata, sua
essencial qualidade, e como norma normens, sua função normatizante que é
diferente de outros documentos que foram canonizados?
O Escopo do Cânon Bíblico
O escopo
da Bíblia - que livros são incluídos nela - é de crucial interesse. Há uma
radical diferença entre os católicos romanos (e certas comunidades ortodoxas) e
os protestantes a respeito dos livros que pertencem ao AT. Por outro lado, há
uma plena concordância entre todos os cristãos a respeito dos livros que
pertencem ao NT.
Desenvolvimento
do Cânon do A T. A divisão tripartita posterior à época do NT do
AT tem sido usada como fundamentos para a opinião amplamente aceita de que o
cânon do AT se desenvolveu em três estágios no curso de um longo período de
tempo. É alegado que a "lei" (Torá) foi canonizada primeiro.
Posteriormente os "Profetas" (Nebiim), e numa final e terceira etapa
os Escritos (Ketubim) foram canonizados.
Um desenvolvimento do cânon do AT
em três estágios "é completamente hipotético: não há evidência para isto,
quer no AT quer em outro lugar.¨28 Isto significa que a hipótese ou
reconstrução amplamente aceita do suposto desenvolvimento do cânon do AT é
simplesmente esta. Não há base histórica para isto. Contudo, pode não assumir
muito a medida em que pensamos acerca do desenvolvimento do cânon.
Uma opinião alternativa sugere
que o cânon se desenvolveu exatamente no momento em que os livros bíblicos
foram escritos sob inspiração. A origem dos livros bíblicos sob inspiração
divina é a fonte para o reconhecimento pelos contemporâneos e comunidades
posteriores que estes livros eram em si mesmos portadores de autoridade divina.
Conseqüentemente, os escritos divinamente inspirados são canônicos desde o
começo devido a sua natureza inerente como documentos inspirados. Assim, a
autoridade dos escritos bíblicos manifestada em sua inspiração divina é causa
radical para a origem do cânon.
O Cânon
Católico Romano do AT. A Igreja Católica Romana tem um cânon maior para
o AT do que o cânon da Bíblia Hebraica com 39 livros assumido por Jesus e os
apóstolos e seguido pelo Protestantismo em geral.
Em 8 de
Abril de 1546, no Concílio de Trento, o Concílio dos Padres determinou que os
assim chamados livros dêutero-canônicos tais como Tobias, Judite, 1 e 2
Macabeus, Eclesiástico (Siraque), Baruque, Sabedoria e acréscimos a Daniel e
Ester eram tão canônicos como os outros livros do cânon do Antigo Testamento.
Desde aquele tempo a designação "proto-canônicos" tem sido usada para
os 39 livros do cânon do AT que Protestantes e Católicos têm em comum e a
designação "dêutero-canônicos" tem sido usada para os livros que
apenas os católicos reconhecem como canônicos.
De acordo
com o Concílio de Trento tanto escritos proto-canônicos como os
dêutero-canônicos não têm distinção em qualidade, valor e importância. Todos os
escritos canônicos reconhecidos estão no mesmo nível. Assim A Igreja Católica
Romana criou uma regra permanente a respeito da extensão e do valor qualitativo
da Bíblia para os católicos.29
A decisão do Concílio de Trento
coloca duas questões fundamentais que continuam a dividir o verdadeiro
Protestantismo do Catolicismo. (1) Sobre que base
deveriam
os assim chamados livros Dêutero-Canônicos, adições ao cânon na Bíblia Católico
Romana, serem honrados como Escritura? (2) Sobre que base é conferida a
autoridade canônica? É a Escritura, com sua autoridade intrínseca, baseada na
inspiração divina? Ou, é uma autoridade comunitária chamada Igreja? Desde que o
Concílio dos Padres decidiu o que é Escritura, torna-se óbvio que eles, e com
eles a tradição anterior da igreja, permanecem acima da Escritura. Ao conceder
aos livros escriturísticos seu status canônico, a autoridade da Igreja se
coloca acima da autoridade da Escritura.
Se a
Escritura, por outro lado, manifestar uma autoridade inerente, divina, baseada
em sua inspiração divina, que qualquer comunidade posterior reconheça, então a
Escritura está acima da comunidade religiosa quer Judaica quer cristã.
Colocando em palavras ditas por muitos outros: A igreja cria na Escritura? Ou,
a Escritura cria e mantém a Igreja? Em oposição ao Protestantismo Reformado
histórico, o Concílio de Trento manteve, e não é de surpreender, que "o
cânon não pode ser derivado da própria Escritura.¨30 Esta posição é
inegociável e de essencial importância para a autoridade superior que
alegadamente reveste a Igreja, seu magistério e sua tradição, quando comparada
com a posição sustentada entre a linha principal dos Protestantes de que as
Escrituras são auto-autenticadoras.
Voltemos
à questão dos livros dêutero-canônicos que fazem parte da Bíblia
Católico-Romana. O volume de material contidos em Tobias, Judite, Sabedoria,
Eclesiástico (Siraque), Baruque, I e 2 Macabeus, e suplementos a Ester e
Daniel, é cerca de dois terços do tamanho do NT. O debate não gira em torno da
utilidade destes livros. O debate enfoca a questão destes livros pertencerem à
Bíblia e de possuírem plena autoridade escriturística. Merecem estes escritos
um lugar no "cânon" da Bíblia?
Ao abordarmos esta questão temos que nos informar
sobre uma quantidade de itens. Primeiro, estes escritos não derivam de
"profetas" bíblicos. Isto é dizer que eles não foram inspirados.
Segundo, existem contradições históricas entre
1 Macabeus e 2 Macabeus. É geralmente reconhecido que há um diferente
nível de exatidão entre 1 Macabeus e Judite, ou mesmo 2 Macabeus. Assim, a
exatidão histórica está comprometida nestes livros. Terceiro, as adições a
Ester são encontradas apenas em manuscritos gregos. Nenhum manuscrito hebraico
original ou fragmento do mesmo é conhecido e conclui-se usualmente que ele foi
composto depois dos tempos do AT, em grego. Os livros de Tobias e Judite
existiram somente em língua grega também. O AT canônico reconhecido foi escrito
em hebraico/aramaico e não em grego. Quarto, todos os assim chamados livros
dêuterocanônicos foram produzidos em época posterior ao "período
profético" que fechou-se ao redor de 400 a.C.31 Quinto, o NT
não cita estes livros assim como cita os livros do AT.32 O NT
reconhece como "proféticos" e inspirados apenas os livros que
pertencem à "lei e os profetas", mas não os apócrifos aos quais
pertencem os assim chamados escritos dêutero-canônicos.33 Sexto, os
antigos pais da Igreja, muitos dos quais citam a Escritura como Escritura, não
citam estes livros a par com o que eles mantinham como Escritura. Sétimo, os
assim chamados livros dêutero-canônicos foram preservados na metrópole norte
africana de Alexandria, mas não na Palestina. Estes escritos respiram um
espírito diferente como qualquer leitor pode detectar.34 Oitavo, o
cânon hebraico contém 22 (respectivamente 24) livros, isto é, nossos 39 livros,
e estes escritos não estão entre eles desde os mais antigos tempos em que tais
números são mencionados35 nas listas posteriores à época do NT.36
Em conclusão, os escritos adicionais da Bíblia Católico Romana não merecem
estar a par com a Escritura se o cânon do AT for limitado àqueles livros que
Jesus, os apóstolos, os judeus, e a Igreja Primitiva reconheceram como
Escritura.
"Inspiração
Bíblica" e a Formação do Cânon
Uma metodologia sólida exige que
ouçamos o que os próprios escritos bíblicos tem a dizer a respeito de sua
origem por inspiração divina. Isto é essencial porque a autoridade bíblica é
baseada na inspiração e também o cânon. Uma vez que limitações de espaço não
permitem um estudo exaustivo, tentaremos apresentar a posição representativa da
Escritura.
Inspiração: O Testemunho do A T. O A T não
usa a palavra "inspirado" ou "soprado por Deus"
(theopneustos). Esta linguagem é empregada apenas por Paulo. Contudo o A T
mantém firmemente sua origem divina.
O AT tem sua própria maneira acerca de sua
inspiração divina, e, assim, de sua resultante canonicidade. Vamos nos referir
a alguns pontos altos expressos por seu próprio auto-testemunho.
1. "Profeta(s)." A língua hebraica
usou o termo beyad, "através de," literalmente, "pela mão
de," para comunicar que Deus falou "através" de seus
"profetas" (nebiim). Isaías 20:2 diz que "naquele tempo o
Senhor falou através de (beyad) Isaías filho de Amoz." Jeremias
37:2 relata que o povo não ouviu "as palavras do Senhor que Ele falou através
de (beyad) Jeremias o profeta (nabi')" (cf. Jr 50:1). A
"palavra do Senhor" veio "através de (beyad)" Ageu
(1:1, 3; 2:1) e Malaquias (1:1). "A palavra do SENHOR, o Deus de Israel, a
qual Ele falou através de (beyad) seu servo Jonas, filho de Amitai, o
profeta (nabi),..." (2Rs 14:25). Coletivamente é afirmado que
Yahweh advertiu Israel e Judá através de (beyad) todos os seus profetas (nebiim)
(2Rs 17:13, cf.23).
Na época de Ezequiel o Senhor pôde falar dos
"dias antigos" durante os quais Ele falou "através dos (beyad)
meus servos os profetas de Israel, os quais profetizaram naqueles dias por
muitos anos" (Ez 38: 17). No livro de Daniel é expressa uma lamentação
segundo a qual Israel recusou-se a obedecer "a voz do Senhor nosso
Deus" e os "ensinos (torot) que ele pôs diante de nós através
de (beyad) Seus servos os profetas" (Dn 9:10). Esta última passagem
é informativa acerca do que Deus tem concedido "através de Seus
profetas," ou seja, a "voz" do Senhor e Seus "ensinos."
Profetas "profetizam" (Ez 38: 17) e eles fornecem "ensinos"
divinos (Dn 9: 10).
Yahweh falou "através de (beyad) Seus
servos os profetas"(2Rs 21:l0; Cf. 2Rs 24:2; 2Cr 29:25). O autor dos
livros de 1-2 Samuel é incluído entre os "profetas" (l Sm 3:20) assim
como o bem conhecido profeta Isaías (Is 37:2). Em um abrangente sumário Esdras
fala dos "mandamentos" de Deus os quais Israel tinha esquecido mas
que Deus "ordenara através de (beyad) teus servos os profetas"
(Ed 9:10-11).
É digno de nota que "Teu
Espírito" admoesta o povo "através dos (beyad) teus
profetas" (Ne 9:30). O que os "profetas" dizem é o que o
"Espirito" diz.
A mesma designação beyad, "através
de" no sentido de "pela mão de" é usada por Deus ao dar Sua
"lei" "através de" (beyad) Moisés" (Ne 8: 14;
9: 14; 10:29[30]). Há numerosas passagens que simplesmente afirmam que
Deus/Yahweh ordenou ou falou "através de (beyad) Moisés" (Js
14:2; 20:2; 21 :8; 22:9; Jz 3:4; lRs 8:53, 56; 2Cr 33:8; 35:6) ou o "livro
da lei do SENHOR dado através de (beyad) Moisés" (2Cr 34: 14).
Tanto o próprio Moisés, "sendo ele mesmo um profeta," como os
"profetas" são agentes "através dos (beyad) quais Deus revelou a
lei e os profetas," do AT.
2. "A Palavra do
SENHOR." A frase "a palavra do SENHOR" (debar Yahweh) é
usada 269 vezes em vinte e oito diferentes livros do AT.37? As
expressões paralelas, ¨palavras do SENHOR¨ (dibrey Yahweh), é usada dezessete
vezes em oito livros38 e "palavras de Deus" (dibrey
Elohim),39 aparece três vezes. A frase "palavras do Senhor Deus"(debar
Adonay Yahweh), aparece umas poucas vezes.40 Assim também a
frase, "palavra de Deus" (debar (ha)Elohim).41 Mais do que
300 usos destas respectivas frases testificam do fato de que o AT percebia-se a
si mesmo como derivado de Deus. Ele é a "Palavra de Deus."
Uma investigação destas frases
revela que as mesmas muito freqüentemente se referem à visões e revelações
proféticas. Cerca de 75% dos usos se referem a palavras divinas que vieram aos
profetas incluindo Abraão, Moisés, e todas as pessoas conhecidas como
"profetas" no AT. Nestes casos a expressão significa muito
freqüentemente que a "palavra de Yahweh" é a "palavra de
Deus" que o profeta proclama a seus contemporâneos e escreveu em seu
livro.
Estas expressões indicam que o
que o profeta anuncia não é simplesmente "uma palavra" de Deus. Ao
contrário, ela "é sempre chamada a Palavra de Deus.¨42 Ludwig
Koehler, o famoso lexicógrafo da língua hebraica, notou que neste uso
"deve ser encontrado o real fundamento da doutrina bíblica da inspiração
da Santa Escritura.¨43
Em aproximadamente 20% dos usos,
a frase "palavra[s] do SENHOR/Deus," se refere às leis divinas que
Deus deu a Israel incluindo o Decálogo. Os Dez
Mandamentos são designados como
"a palavra de Yahweh" (Dt 5:5; 1Cr 15:15; etc.)44 ou
"as palavras de'Yahweh" (Ex 24:3-4; etc.).45
3. "Sentença do
Senhor." Uma frase dominante traduzida "sentença do
SENHOR/Yahweh" ou "(assim) diz o SENHOR" é ne'um Yahweh. Aparece
não menos do que 364 vezes no AT.46 Esta frase é extensamente usada
nos livros proféticos do AT. Mas ela também aparece em Gênesis 22:16; Números
14:28; 1 Samuel 2:30; Salmos 110:1; 2 Reis 9:26; 19:33; 22:19 e 2 Crônicas
34:27.
O uso revela que ela é empregada
mais freqüentemente no começo, no meio, ou no fim de um dito de Yahweh dado por
um profeta para apoiar um relato na primeira pessoa ou "Eu" de
Yahweh. O propósito desta expressão é enfatizar "a origem da mensagem dos
profetas como derivando de revelação divina e testificar de seu comissionamento
divino.¨47 Encontramos aqui uma grande expressão véterotestamentária
que testifica da inspiração do AT.
4. "(Assim) diz Yahweh." A frase, "assim
diz Yahweh (SENHOR)" (koh 'amar Yahweh), é usada 291 vezes
no AT.48 A mesma frase sem o "assim" (koh) é usada
outras 76 vezes. E uma, expressão que afirma em
linguagem direta que Yahweh/Deus fala no AT.49 E também um expressão
que declara que o que é dito no AT é de origem divina, a revelação sendo
originada no próprio Deus. Ademais, comunica que uma proclamação divina está sendo
apresentada pelo profeta que está falando ao povo.
Estas três expressões em suas variantes são usadas
mais de mil vezes no A T. Este uso abundante é esmagador porque é mui
extensamente distribuído. É a maneira que o AT têm te dizer que é derivado de Deus
e "soprado por Deus." Ele usa esta linguagem para dizer aos leitores
que é inspirado e autoritativo.
Inspiração
e Canonicidade. A canonicidade está enraizada na inspiração.
Apenas os livros inspirados são "Palavra de Deus" e
"Escritura," e apenas livros inspirados são canônicos. Inspiração
traz consigo o cânon e a canonicidade.
Canonicidade não é uma autoridade atribuída a
Bíblia a partir do exterior. Ao contrário, é derivada da Bíblia e inerente na
própria natureza dos documentos que pertencem à Bíblia. A inspiração torna o
escrito inspirado "Palavra de Deus" uma vez que a inspiração vem de
Deus e a "Palavra de Deus" deriva dEle. Portanto, a Palavra inspirada
de Deus é por sua própria natureza "Escritura" e é canônica desde o
momento em que é registrada em forma escrita pelas mãos de escritores
inspirados.
Inspiração:
O Testemunho do NT acerca do AT. Volvemo-nos agora para o
testemunho do NT acerca do AT. O NT faz reivindicações explícitas a respeito do
AT que são normativas na Escritura. Também faz explícitas reivindicações acerca
de si mesmo. Ambas as áreas necessitam ser investigadas.
1. "Profecia e Profetas. " O
apóstolo Pedro insiste que "nunca jamais qualquer profecia foi dada por
vontade humana, entretanto homens [santos] falaram da parte de Deus movidos
pelo Espírito Santo." (2Pe I:21 ARA). "Profecia" é o resultado
do movimento do Espírito Santo sobre as pessoas chamadas "profetas."
"Profecia neste sentido é originada no
Espírito Santo. O Espírito Santo moveu seres humanos, "profetas," que
falaram da parte de Deus. O que eles falam é "da parte de Deus."
Sendo que suas mensagens se originam de Deus, o que estes "falaram da
parte de Deus" é a "palavra de Deus."
"Profecia" não é o fruto do
"impulso" humano. Não é o resultado da imaginação, pensamento ou
gênio humano. Nunca "foi dada por vontade humana," escreve Pedro, mas
tem sua origem em Deus que por meio do Espírito Santo inspirou os profetas com
sua mensagem.
A frase "vontade humana" necessita
atenção mais detida. O contraste neste texto é entre a "vontade
humana" e a atividade do Espírito Santo sobre o "ser Humano¨. A
diferença é entre vontade humana e atividade divina. A diferença é entre a
dimensão horizontal do pensamento e experiência humana baseada na ambientação
sócio-cultural do agente humano e a dimensão vertical manifestada na entrada de
Deus no processo histórico por meio do Espírito Santo. Esta última toca os
seres humanos e lhes concede a revelação divina de maneira cognitiva.
A dimensão horizontal, a "vontade
humana," é inerente em qualquer ser humano. É parte da experiência humana
geral dentro da esfera do contexto sócio cultural de qualquer pessoa e os
anteriores contextos humanos dos quais testifica a história. Todos os seres
humanos compartilham esta dimensão horizontal; é uma parte e parcela de ser um
ser humano.
A dimensão vertical é expressa na frase,
"homens falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo." Esta é
a dimensão do sobrenatural. É a concessão do Espírito Santo a homens
escolhidos, isto é, a "profetas." Isto não é parte e parcela da
experiência universal de todos os seres humanos. Estes seres humanos
especialmente escolhidos, os "profetas," são tocados pelo Espírito
Santo de uma maneira especial, revelacional.
Pessoas que falam profeticamente são
"movidas" pelo Espírito Santo porque o Espírito divino dá-lhes
informação real e cognitiva a qual eles não tinham acesso anteriormente, e a
qual eles precisam comunicar. O que estas pessoas dotadas do Espírito Santo
comunicam, eles "falaram da parte de Deus." Não falam de si mesmas. A
separação radical entre o "falaram da parte de Deus" e o que é
"vontade humana" não pode ser super-enfatizada.
"Profecia," como a palavra é usada em
2Pedro 1:21, está conectada com a frase "profecia da Escritura" no
verso 20. Não está restrita à partes ou livros proféticos da Escritura somente.
Isto é, não está restrita à segunda parte do cânon hebraico, os Nebiim dos
tempos posteriores à época do NT que incluem os Profetas Anteriores e
Posteriores. Não está restrita também à segunda parte do cânon do AT dos tempos
anteriores à época do NT que inclui todos os 34 livros à exceção do Pentatêuco.
O termo "profecia" refere-se àquilo que
foi escrito pelos inspirados "profetas que profetizaram" (l Pe 1:10),
que dizer, "por homens movidos pelo Espírito Santo [que] falaram da parte
de Deus" (2Pe 1:21). Que pode ser incluído sob o termo
"profetas"? O NT usa tais expressões como "lei/Moisés e os
profetas"50 com os "profetas" aparentemente se
referindo a todo o AT fora do Pentatêuco.
Os "profetas" falam de si mesmos como em
Lucas 1:70, "Como Ele [Deus] falou pela boca de Seus santos profetas desde
a antigüidade" (NASB) com uma citação dos Salmos e uma referência a
Abraão. Fica a impressão de que neste caso "profetas" é um termo
inclusivo que ultrapassa a segunda parte do cânon do AT, na realidade incluindo
a "Lei" e os "Escritos."
O uso inclusivo da designação "profetas"
para toda a Escritura do AT pode estar contida no dito de Jesus, "Ó
néscios, e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram"
(Lc 24:25, ARA). Isto parece provável pois que Jesus explica aos
discípulos no caminho de Emaús "todas as Escrituras," ou seja,
"Moisés e os Profetas" (v. 27). A frase "discorrendo por todos
os profetas" parece ser idêntica à frase "todas as Escrituras,¨51
expressando a totalidade da Bíblia dos dias de Jesus, o AT.
A frase "as Escrituras dos Profetas" que Jesus
emprega em Mateus 26:56, e que deveriam ser cumpridas nEle, mais uma vez
parece incluir todo o AT.52 Se este é o caso, então o termo
"profetas" na frase "as Escrituras dos profetas" são as
pessoas que produziram as Escrituras do AT sob inspiração. Mais uma vez há um
uso inclusivo do termo "profetas" como aqueles que produziram todo o
AT sob inspiração.
O apóstolo Paulo também fala em Romanos 16:26 das
"Escrituras proféticas." Esta expressão se refere a todo o AT e não
simplesmente partes do mesmo.53 Ela testifica do fato de que os
escritores de todas as Escrituras, todo o A T, são percebidos como
"profetas."
A abertura da carta aos Hebreus confirma este uso
inclusivo do termo "profetas" como os escritores que produziram todo
o AT. O autor afirma que Deus havia falado ao antigos antepassados dos hebreus,
isto é, os "pais" que não são meramente os patriarcas mas os hebreus
dos tempos do A T, "muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais pelos
profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho" (Hb 1:l-2pp, ARA). O
termo "profetas" é uma designação abrangente inclusiva de cada
escritor do A T. "Profetas" nesta passagem refere-se a pessoas nas
quais "Deus habita... e através das quais ele fala,...¨54 É uma
designação expressando a função da inspiração divina pois é "Deus"
que "falou" através deles.
A revelação inspirada do AT dada pelos
"profetas," os quais são escritores humanos divinamente nomeados, tem
a Deus como seu autor assim como Deus "nos falou" através de Seu
próprio Filho o qual pode ser visto como sendo O "Profeta." O uso
inclusivo de "profetas" é apoiado pelo uso inclusivo de
"Filho."
Esta introdução a Hebreus, com a revelação através
dos "profetas" (todo o A T) e agora através do "Filho," é
similar no fraseado a 2 Pedro 3:2: "para que vos recordeis das palavras
que anteriormente foram ditas pelos santos profetas, bem como do mandamento do
Senhor e Salvador ensinado pelos vossos apóstolos." Aqui também as
"palavras que anteriormente foram ditas pelos santos profetas"
parecem referir-se ao AT como um todo assim como o "mandamento do Senhor e
Salvador ensinado pelos vossos apóstolos" refere-se ao que foi preservado
no NT como um todo.
Deus falou no AT através dos
"profetas," e Deus manifesta-se a Si mesmo unicamente através do
Filho no NT o qual "[falou] pelos vossos apóstolos." Assim, a
Escritura vem a nós através dos "profetas" (todo o AT) e dos "apóstolos"
(todo o NT). Ambas as categorias de pessoas inspiradas, "profetas" e
"apóstolos" (todo o NT). São agentes humanos divinamente apontados
para falar e escrever por Deus.
Esta relação de passagens-chave
usando o termo "profetas" em um sentido inclusivo leva a conclusão de
que o termo "profetas" é usado de modo abrangente para pessoas
inspiradas que escreveram o AT.55 A correlação de "santos
profetas" e "vossos apóstolos" em 2 Pedro 3:2 é significativa.
Correspondendo aos "profetas" como a designação para os escritores
inspirados do AT está a designação paralela "apóstolos" como os
escritores inspirados do NT. Eles são os porta-vozes autoritativos de Jesus
Cristo de Quem são apóstolos.56
Moisés foi designado um
"profeta" (Dt 34:10; 18:15,18) e assim qualifica-se como estando
entre os profetas que escreveram a Escritura. A Moisés é creditada a autoria do
Pentatêuco, os primeiros cinco livros da Bíblia (Js 1:7-9; 24:25, 26; lRs
2:2-4; Ed 7:6,7, 23-26; etc.) que são considerados como Escritura autoritativa
ao longo dos tempos do AT.57
Quando dois homens estavam
profetizando e Moisés foi solicitado a proibir-lhes, ele disse, "Oxalá
todo o povo do SENHOR fosse profeta, que o SENHOR lhes desse o seu
Espírito!"(Nm 11:29, ARA). Esta declaração expressa um desejo de que todo
o povo do Senhor pudesse ser profeta. Contudo, este não é o caso,
"Profetas" são pessoas especialmente dotadas. Moisés destaca o fato
de que a comunidade inteira de Israel não funciona no papel de profeta. Não há
profecia ou inspiração comunitária de Israel.
É diferente na igreja do NT, a comunidade cristã
primitiva? Na base da promessa divina (Jo 14-16), o Espírito Santo chegou no
Pentecostes (At 2). Aqueles sobre os quais desceu o Espírito Santo não se
tornaram "profetas." Ao invés, eles foram capacitados para
miraculosamente falar línguas para proclamar as boas-novas com poder o mais
rapidamente possível (At 2:2-13).58 Cada verdadeiro seguidor de
Cristo na comunidade da fé tem o dom do Espírito Santo como Paulo insiste
quando ele escreve aos Romanos, "de fato o Espírito de Deus habita em vós.
E se alguém não tem o Espírito de Cristo esse tal não é dele." (Rm 8:9).
"Isto não significa que todos eles receberam o dom específico de profecia:
o dom da profecia... era apenas um de vários dons do Espírito distribuído entre
os membros da igreja.¨59
A recepção do Espírito Santo pelos crentes deve ser
distinguida do papel de um "profeta." O papel de "profeta"
envolve um chamado e capacitação especiais pelo Espírito Santo (ver l Co
12:29).
Os escritores bíblicos estavam plenamente cônscios
de que o que eles escreveram não era produto de seus impulsos próprios. Davi
expressou a convicção de que suas palavras se originaram do Espírito Santo:
"O Espírito do SENHOR fala por meu intermédio, e a sua palavra está na
minha língua" (2Sm 23:2 ARA).
Daniel reconheceu que o livro de
Jeremias era "a palavra do SENHOR"(Dn 9:2), e que o anjo refere-se a
"escritura da verdade" (Dn 10:21).
Jesus apelou para a Bíblia de seus dias, o AT, como
a palavra de suprema autoridade quando Ele encontrou o diabo ao afirmar
"Está escrito," citando a Escritura (Mt 4:4,7,10). Satanás respondeu
torcendo a Escritura, ao que Jesus mais uma vez replica, "Está
escrito."
Jesus e os apóstolos repetidamente apelaram à
"Escritura" como a Palavra de Deus que se cumpriu (Lc 4:21; 22:37; Mc
12:10; Mt 26:54; Jo 7:38; 10:35; 13:18; 17:12; 19:24,28,36-37; At 1:16; etc.).
A Escritura vem pelos "profetas" (Mt 26:56; Rm 1:2; 16:26) que falam
pelo Espírito Santo (2Pe 1:21).
O próprio Jesus Cristo insiste que "todos Os
profetas e a lei profetizaram até João"(Mt 11:13). É dito que todo o AT é
profético por natureza. Ele "profetizou" ou "falou.¨60
O autor da carta aos Hebreus vê o Espírito Santo
como o Autor primário tanto da advertência, "hoje se ouvirdes a sua voz..."(Hb
3:7-11) como também do significado e do ritual do Tabernáculo mosaico,
"querendo com isto dar a entender o Espírito Santo que ainda o caminho do
Santo Lugar não se manifestou, enquanto o primeiro tabernáculo continua
erguido" (Hb 9:8).
Quando, o "profeta" (At 2:16) falou, era
"Deus" falando (v.17). Igualmente "Deus falou pela boca de seus
santos profetas desde os tempos antigos" (At 3:21, ARA) e Moisés é o
primeiro citado (vs.22). O que está escrito pelos "profetas," por
Moisés e os subseqüentes profetas inspirados do AT é derivado de Deus. Deus
"dantes anunciara por boca de todos os profetas que o seu Cristo havia de
padecer,..." (At 3: 18, ARA).
O "Espírito Santo [falou] pela boca de nosso
pai Davi, Teu servo"(At 4:25, NASB) é citado do Salmo 2. A idéia de Deus
"falando através dos profetas é repetida varias vezes no NT.
Em um nível abarcante, Yahweh tinha proclamado Suas
palavras "pelo (beyad) ministério dos profetas que nos
precederam" (Zc 7:7, ARA). A designação "profetas que nos
precederam" inclui " a lei e as palavras que o Senhor dos Exércitos
havia enviado por Seu Espírito" (vs. 12, NASB). Se por "lei
[torah]" a "lei" de Moisés é referida, então a designação
"profetas que nos precederam" refere-se a todos os profetas de Moisés
a Zacarias. .
Deus não apenas usou os
"profetas" como oradores e pregadores, Ele usou-os também
para registrar suas palavras.61 Em Marcos 1:2 o escrito vem de um
"profeta." O NT emprega frases como "foi escrito pelo
profeta" (Mt 2:5) ou "todas as coisas que foram escritas pelos
profetas a respeito do Filho do Homem" (Lc 18:31, NASB). Paulo fala da
promessa dada "mediante seus profetas nas Santas Escrituras" (Rm 1:2,
NASB). O que os Profetas escreveram é Escritura inspirada.
Foi a operação do Espírito Santo que capacitou
os "profetas" a proferir suas Palavras.62
Paulo afirma que "toda a Escritura é
divinamente inspirada" (2Tm 3:16). Assim, "toda a Escritura" é
"soprada por Deus" que é a tradução literal do termo grego theopneustos.63
Embora "toda a Escritura" tenha sido escrita pelos profetas, seu
conteúdo e mensagem derivam do próprio Deus.
O próprio Jesus Cristo mantinha
que "a Escritura não pode ser quebrada" (Jo 10:35, NASB). Assim, ele
sustentou sua unidade e coerência por que sua fonte e origem estava em Deus. A
Bíblia inteira de ambos os Testamentos é concebida como derivando de
"profetas¨64 e assim por inspiração do Espírito Santo.
2. "Escritura" e
"Escrituras Sagradas." A opinião expressa no NT sobre a natureza da
"Escritura" e o uso de "Escritura Sagrada" (2Tm 3:15) é
instrutivo para a origem da Escritura e sua autoridade.
a. "Escritura" como
usada por Jesus Cristo. Jesus Cristo referiu-se à "Escritura" em sua
declaração, "Examinai as Escrituras" (Jo 5:39).65 É
universalmente reconhecido que "Escritura" como usada aqui por Jesus
refere-se ao A T como um todo.
Jesus endossou através disso a compreensão de que
Sua Bíblia é a Escritura inspirada e traz em si mesma a autoridade para
descobrir (a) a vida eterna e (b) o próprio Jesus Cristo porque "elas
mesmas que testificam de mim."
Jesus Cristo se refere em muitas situações à
totalidade da "Escritura" como a Bíblia autoritativa de seus dias.
Tais expressões e frases como "[discípulos] creram na Escritura" (Jo
2:22), "a Escritura não pode ser quebrada" (Jo 10:35), "para que
a Escritura se cumprisse" (Jo 17:12), e "eles não compreenderam a
Escritura" (Jo 20:9) dão ampla evidência a respeito de qual era Sua
opinião sobre a Escritura.A designação "Escritura" não significa em
cada caso todo o A T. Em contextos específicos esta designação refere-se a uma
passagem dentro da Bíblia. Quando usada neste sentido restrito, é então
qualificada de forma especial. Por exemplo, Jesus em seu discurso inaugural na
sinagoga de Nazaré referiu-se a "esta escritura" referindo-se a
passagem de Isaías 61 (Lc 4:21). Em João 19:37 Jesus fala de "outra
Escritura" e quer dizer Zacarias 12:10. Em Marcos 12:10 Jesus se refere a
"Esta Escritura" de Salmo 118:22-23. Estes exemplos dos Evangelhos
restringem o significado de "Escritura" a passagens individuais
dentro do AT com tais termos como "esta" e "outra." Este
uso restrito de Escritura é salvaguardado por seus contextos e pronomes
especiais.
b. "Escritura" nos Escritos de
Pedro. A mesma unidade e totalidade das Escrituras do AT é intencionada pelo
apóstolo Pedro em sua referência a "Escritura" em I Pedro 2:6 e sua
famosa declaração de que "nenhuma profecia da Escritura provém de
particular elucidação" (2Pe 1:20). Estas passagens enfatizam e afirmam a
"totalidade unificada da Escritura.¨66
c. "Escritura" nos Escritos de
Paulo. O uso cristão primitivo do termo "Escritura" para referir-se a
totalidade e unidade do AT, também é apoiado por várias passagens do apóstolo
Paulo.
A designação "sagradas letras" (hiera
grammata) em 2 Timóteo 3:15 que Timóteo havia conhecido desde a infância
"refere-se ao Antigo Testamento como um todo.¨67 Esta é uma
maneira na qual toda a Bíblia daqueles que viveram antes dos tempos do NT [era
referida] (ver também 2Tm 3:16).
Paulo escreve em Gálatas 3:8, "Ora, tendo a
Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o
evangelho..." (ARA). A "Escritura" aqui é personificada para
representar o próprio Deus. Esta assim chamada hipóstase da Escritura mostra
que a "Escritura" é considerada em sua "unidade essencial como
declaração da vontade divina.¨68
d. "Escritura" no Livro de Atos.
"Escritura" em Atos 1:16 é o "que o Espírito Santo proferiu
anteriormente pela boca de Davi" (v.17 NASB). Em Atos 8 também encontramos
o relato de que a "passagem da Escritura" (v. 32) que o eunuco etíope
estava lendo vinha de Isaías 53:7-8. A distinção aqui é que o termo
"passagem" é usado quando uma parte da totalidade da "Escritura"
é lida. A própria "Escritura" é a totalidade da Bíblia.
O quadro consistente apresentado no NT é que o AT é
"Escritura," a "Palavra de Deus" produzida pelos
"profetas" que falaram através do Espírito Santo. Os
"profetas" a registraram (Êx 17:14; 24:4; Dt 31:9; Js 24:26; l Rs
2:3; Ed 3:2; Jr 30:2; cf. Rm 15:15; lCo 4:14; 2Co 2:3; I Pe 5:12; 2 Pe 3:1; 110
1:4,2:12,26; Jd 3; etc.). Jesus Cristo e os apóstolos aceitaram-na como
"Escritura" inspirada e autoritativa.
Inspiração:
O Testemunho do NT sobre Si Mesmo. O que o NT diz a respeito de si
mesmo? Aplica ele tais designações como "Escritura" e "palavra
de Deus" a si próprio?
1. Escritura(s). Uma breve consideração de 1
Timóteo 5:18 é apropriada. "Pois a Escritura declara: 'Não amordaces o boi
quando pisa o grão' e ainda "O trabalhador é digno do seu salário"
(ARA). A primeira citação deriva de Deuteronômio 25:4 e é considerada como
"Escritura."
A segunda citação consiste em um dito de Jesus registrado
em Lucas 10:7: "O trabalhador é digno de seu salário" (cf. Mateus 10:
10). O próprio dito de Jesus é coberto pela fórmula introdutória para a
citação da Escritura, "a Escritura diz."
Tem
sido sugerido que Paulo se refere ao Evangelho canônico de Lucas como
Escritura. Não podemos estar
totalmente certos a respeito disso, mas o fraseado afirma que pelo menos um
dito de Jesus (ou uma coleção de seus ditos como um Evangelho) tinha o
status de "Escritura" quando Paulo escreveu 1 Timóteo.69
"É impressionante que Paulo ponha esta citação ao pé da letra do Evangelho
de Lucas no mesmo nível que o AT e chama ambas as citações de
'Escritura'."70
O segundo exemplo vem do livro de
Atos. A pregação das Boas-Novas por Filipe é designada como sendo "a
palavra de Deus" (Atos 8:12-14). A proclamação do evangelho é
repetidamente descrita como "a palavra de Deus."
O terceiro exemplo deriva de
Pedro. A referência às "demais Escrituras" em 2 Pedro 3:16 - dentro
do argumento concernente às cartas de Paulo "nas quais há certas coisas
difíceis de entender" (ARA) - indica que o uso petrino de
"Escrituras" aqui "põe os escritos de Paulo no nível das outras
Escrituras inspiradas.¨7l Evidentemente o Corpus Paulino de cartas
são aqui considerados como pertencendo às "demais Escrituras."72
Esta maneira de se referir às cartas de Paulo como "Escrituras"
juntamente com o AT indica que elas haviam sido reconhecidas como estando no
mesmo nível. Ambos eram visto como sendo de origem divina e autoritativos. Uma
vez que as "Escrituras" incluem as cartas de Paulo, pode ser sugerido
que elas têm (assim como as demais "Escrituras") canonicidade
intrínseca. Elas são tão canônicas como as Escrituras do AT.
O quarto exemplo deriva de Paulo.
O apóstolo Paulo faz referência ao "mistério de Cristo," o qual fora
dado a conhecer em épocas passadas, e que "agora foi revelado aos seus
santos apóstolos e profetas, no Espírito" (Efésios 3:5, ARA). Esta
passagem dá evidência de que a pregação e escritura apostólicas são originados
no Espírito no sentido de que é revelação pelo Espírito Santo da mesma maneira
que as mensagens dos "profetas" eram revelação na era do AT. Isto
está em harmonia com a reivindicação de Paulo de que "o evangelho por mim
anunciado... recebi... Mediante revelação de Jesus Cristo" (Gl
1:11-12, ARA).
João, o
Revelador, fornece um quinto exemplo. Ele mantém "Eu estava no
Espírito" (Ap 1:10) quando lhe foi dado "a palavra de Deus, e o
testemunho de Jesus, e todas as coisas que ele viu" (1 :2).
Na
conclusão do livro de Apocalipse há a repetida ênfase nas "palavras da
profecia deste livro" (Ap 22:10, 18, 19). "As palavras da profecia
deste livro" são a própria "palavra de Deus'. (Apocalipse 1:2).
Nossa revisão das principais declarações usando o
termo "Escritura(s)" e "Palavra de Deus" no NT revela que
estas designações são extensivas a ponto de incluir os escritos do NT. F. F.
Bruce nota perceptivamente "Quando os escritos do Novo Testamento foram
posteriormente incluídos com o Antigo Testamento como parte de 'toda a
Escritura' [2Tm 3:15-15], foi natural concluir que eles também eram 'inspirados
por Deus'.¨73 Esta conclusão parece sólida. A Palavra de Deus
constituída tanto pelo Antigo como pelo Novo Testamentos é "inspirada por
Deus." É autoritativa não porque seres humanos lhe conferiram autoridade.
Autoridade não lhe é atribuída pela comunidade. É autoritativa porque a
Escritura se originou através do Espírito Santo por meio da inspiração e foi
registrada por profetas e apóstolos inspirados.
2. "Toda a Escritura." Agora
podemos retomar à expressão "toda Escritura" na famosa passagem de 2
Timóteo 3:16, "Toda a Escritura é Inspirada por Deus é útil para o ensino,
para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça" (ARA).
A
frase "toda Escritura" é a tradução mais amplamente usada da palavra
grega original pasa graphe que Paulo escreveu.74
Uma
versão inglesa traduz, "cada escritura" (ARV) e traduções dinâmicas
recentes trazem "cada escritura inspirada"(NEB, REB).
A última tradução "cada Escritura
inspirada," não parece refletir fielmente o que Paulo escreveu. Esta
tradução é duvidosa do ponto de vista sintático.75 O gramático grego
C. F. D. Moule escreveu que a tradução "cada escritura inspirada"
"é muito improvável... (e] muito mais provável [a frase] significa o todo
da escritura (é) inspirado.¨76
Que diferença faria dizer "toda a
Escritura" ou "cada Escritura"? James Barr nota que "se o
significado é 'cada escritura', então a palavra 'escritura' não designa a
totalidade da Bíblia; antes, é uma palavra para cada passagem individual ou
sentença."77 Em outras palavras, a tradução "cada
escritura" refere-se distributivamente a cada passagem individual na
Escritura. Significa "cada passagem da Escritura¨78 em um
sentido distributivo e não "Escritura" como uma unidade totalmente
completa. O sentido distributivo significa que quando alguém olha as várias
partes da Bíblia em qualquer que seja a passagem considerada, ela é inspirada
por Deus.
Ao contrário, se Paulo quer dar a entender
"toda Escritura," usando esta expressão em um sentido não
distributivo, coletivo, então "toda a Escritura" refere-se à Bíblia
em sua totalidade.
A probabilidade de que Paulo esteja usando pasa
graphe em um sentido coletivo de "toda Escritura" é alta, porque
este é o uso normal do termo no NT e nas cartas de Paulo. A idéia de que haja
uma passagem da Escritura que não seja inspirada por Deus não é o ponto de
vista de Paulo ou qualquer outro escritor bíblico.79 A Escritura não
é o resultado do impulso, razão, pesquisa ou pesquisa do homem, mas de ser
"soprada inspirada] por Deus" (theopneustos).
A evidência considerada acima parece indicar que o
NT, bem como o A T antes dele, é claramente dado por meio do Espírito Santo. É
a palavra do "Filho" (Hb 1:1,2) ou "o mandamento do Senhor"
(lCo 14:37, NASB). O NT se origina da mesma maneira que o AT. Segue-se que a
inspiração dos escritos do NT dá-lhe status canônico da mesma maneira que os
escritos do AT têm inerente status canônico.
O Fechamento do Cânon do A T: Um Novo Consenso
Investigações recentes sobre o
fechamento do cânon do AT têm consistentemente apontado para um fechamento nos
tempos pré-cristãos.80 Este é um significativo afastamento do
pensamento crítico amplamente aceito que dominou durante aproximadamente 100
anos. Isto abre um novo capítulo em nossa compreensão da origem e
desenvolvimento do cânon do AT. Estes estudos indicam que o consenso crítico
dos séculos dezenove e vinte a respeito da canonização é enfraquecido pelos
estudos dentro e fora do campo da erudição crítica, e até necessita ser substituído.
Devido a
restrições de espaço, mencionaremos seis grandes autoridades. Quatro pertencem
a tradição crítica da erudição, como suas opiniões sobre o livro de Daniel
mostrarão.
Sid Z.
Leíman. Em 1976 Sid Z.Leiman publicou sua alentada
dissertação que investiga o espectro completo da evidência rabínica para a
canonização da Bíblia Hebraica. Ele continua a sustentar um processo de três
partes para a canonização. Ele mantém que o texto da Escritura é inequívoco
acerca da canonização da "Lei." Leidman conclui, "A canonização
do Código da Aliança, o Decálogo, Deuteronômio, e talvez a Torá inteira é
assumida como tendo ocorrido durante o tempo de vida de Moisés.¨81
Isto implica que a história do processo de canonização não começou simplesmente
no tempo de Josias por volta de 622/1 A.C quando o livro de Deuterônomio foi
descoberto no Templo (2Rs 22:2; 2 Cr 34).
Na visão dos rabis, os Profetas (Nebiim), Leiman
mostra, foram canonizados entre 500 e 450 a.C. Os Escritos (ou
Hagiografa), a terceira parte do Cânon Judaico, foram canonizados por volta de 200
a.C., ou antes. Mas desde que o livro de Daniel é afirmado pelos eruditos
liberais como não tendo sido completado até 164 a.C., de acordo com a hipótese
de autoria macabéia, Leiman afirma que a canonização final do Escritos ocorreu
durante a crise macabéia. "É uma suposição justa," ele escreve,"
que a forma atual de Daniel foi canonizada pelos Macabeus cerca de 164 a.c. À
luz desta probabilidade, e à luz de 2 Macabeus 2:14-15, nós sugerimos de que os
Hagiografa foram canonizados e fechados sob a égide de Judas Macabeu um pouco
antes da morte de Antíoco Epifânio IV (164/163 a.C.).¨82
S. Talmon.
Shemaryahu Talmon publicou em 1987 um importante ensaio, "Holy Writings
and Canonical Books in Jewish Perspective - Considerations Concerning the
Formation of the Entity 'Scripture' in Judaism.83 Ele defende um
desenvolvimento do Cânon Hebraico em três estágios.84 A Bíblia foi
escrita durante um período de aproximadamente 1000 anos, "entre cerca de
1200 e 200 a.C.¨85
A "Torá," a qual é entendida como
derivada de Moisés, foi promulgada por tais reis como Josafá (2Cr 17:7-9),
Ezequias (2Cr 31:12), Josias (2Rs 22:8ss; 2Cr 34:16ss.) e tais personalidades
nacionais como Esdras e Neemias (Ne 8:2-8).86
É
evidente que a "santidade" da Torá deve ser igualada com sua
"composição
sob inspiração divina.¨87 O conjunto dos
Profetas e dos Salmos são igualmente atribuídos à "inspiração divina.¨88
Desta maneira a estes escritos foi conferida "santidade" que os
inclui entre os "Escritos Sagrados.¨89 A literatura histórica e
de sabedoria também manifesta inspiração.90
Entidades familiares expandidas juntamente com
comunidades religiosas e nacionais receberam estes tipos de literatura
inspirada em leitura e uso, contribuindo para sua atribuição como literatura
autoritativa e canônica.91
Talmon
conclui que o cânon das Escrituras Hebraicas foi completado na fase inicial do
período helenístico na metade do segundo século a.C.92
Evidentemente, Talmon concorda com Leiman sobre o
fechamento do cânon e assinala que as discussões rabínicas posteriores em
Jâmnia têm força hagádica e não haláquica [legal]. A discussão em Jâmnia tem
apenas valor escolástico e não está relacionada com o fechamento do cânon. O
cânon já estava fechado no tempo em que estas discussões ocorreram.93
David N.
Freedman. David Noel Freedman, um erudito de primeira linha
de reputação internacional, que é chamado "um dos últimos dos grandes
generalistas da Bíblia,¨94 argumentou em um provocativo ensaio
publicado em 1976 (independente das conclusões de Leiman) - que a Lei e os
Profetas Anteriores (os livros históricos do AT) formavam uma unidade literária
que havia recebido status canônico por volta de 550 a.c.
Uma
"segunda edição" do cânon, que incluiu os Profetas Posteriores, isto
é, os livros proféticos do AT, apareceu acerca de 500 a.C. Os Hagiografa
(Escritos) foram acrescentados posteriormente. Uma vez que o livro de Daniel é
datado em sua suposta edição final de 165 a.C. o cânon aparentemente foi
fechado neste tempo.
Em 1993
Freedman explicou que Esdras e Neemias canonizaram "toda a Bíblia¨95
em sua forma final, "toda exceto Daniel.¨96 Ele vai elaborar
isto em uma futura monografia.
Roger
Beckwith. Roger Beckwith, preletor na Universidade de
Oxford, escreveu o mais alentado volume sobre o cânon do AT escrito neste
século. Beckwith está em essencial harmonia com Leiman quanto ao fechamento do
cânon. Beckwith sugere que Judas Macabeu finalmente agrupou as escrituras em
164 a.C., e nessa época os livros de Ester e Daniel foram incluídos no cânon.97
Assim, o cânon do AT foi fechado por volta de 164 a.C.98 Beckwith
sustenta, contudo, que as outras partes do cânon foram reconhecidas como
canônicas em época bem mais remota.
Meredith
G. Kline. Meredith G. Kline, seguindo as novas descobertas
sobre tratados do antigo Oriente Próximo, argumenta que há uma inquebrantável
continuidade canônica da época de Moisés até o fim da composição dos livros do
A T. Ele argumenta em favor da origem divina dos livros bíblicos fundamentado
na inspiração divina que garante autoridade e uma fiel transmissão do texto
como a Palavra de Deus.99 Ele afirma, "A origem do cânon do
Antigo Testamento coincidiu com a fundação do reino de Israel pelo concerto do
Sinai."100 O próprio concerto feito por Deus no Sinai o qual
"formalmente estabeleceu a teocracia israelita foi em si mesmo o começo do
núcleo da total estrutura pactual de escritos que constituem o cânon do antigo
testamento.
Para Kline a reivindicação do
Novo Testamento "quanto a sua primária autoria divina" significa que
ele deve ser entendido como a palavra do ressurreto Senhor do novo concerto.¨102
"E então os autores humanos dos livros do Novo Testamento, autorizados por
seu Senhor a falar sua palavra, serão vistos funcionando como seus 'ministros
do novo concerto' (Cf. 2Co 3:6).¨103 Ele conclui, "Porque a
Bíblia é o velho e novo concertos e porque o cânon é inerente em concertos do
tipo bíblico, canonicidade é inerente na própria forma e identidade da
Escritura como o Antigo Testamento e o Novo Testamento."104
Assim, para Kline, o cânon está
enraizado e fundamentado na Escritura como a Palavra pactual de Deus; não está
fundamentado em qualquer agente(s) normativo externo que atribui canonicidade
aos livros bíblicos a partir de fora.
Robert I.
Vasholz 105. Uma voz complementar à de kline é
Robert I. Vasholz com seu volume, The Old Testament Cânon in the Old Testament
Church (1990).106 Ele aponta para a "coerência interna para a
canonicidade do Antigo Testamento.¨107
Vasholz desenvolve "a
posição de que a racional idade para aceitar escritos como autoritativos, i.e.
canônicos, reside na observação de testemunhas oculares contemporâneas de algum
tipo de manifestação de aprovação divina aos autores da escritura.¨108
Assim, Vasholz faz uma distinção entre a natureza inerente da canonicidade a
qual é dita residir no Antigo Testamento como "palavra do Senhor" e a
aceitação desta canonicidade pela comunidade.
O aspecto de aceitação do que é
inerentemente canônico reside na divina manifestação da "aprovação de Deus
aos autores" dos quais as testemunhas são contemporâneas. Isto significa
que canonicidade é fundamentada no divino tanto com relação (1) à origem dos
livros como derivados de Deus como (2) no "reconhecimento" por parte
da comunidade contemporânea a qual Deus concede indicações confirmatórias e
sobrenaturais.
No caso de Moisés, que produziu o
Pentatêuco, há ampla evidência para a "aprovação" divina de Moisés
como autor.109 Os israelitas foram testemunhas oculares do que Deus
fez e realizou através de Moisés.
Como é o quadro com os profetas e
escritores dos livros bíblicos após Moisés? Vasholz nota que "o Antigo
Testamento endossa a predição cumprida como a marca principal de
canonicidade,..."110 Deus cumpria predições de curto prazo para
"reassegurar aos ouvintes que Deus realizaria o que Ele havia prometido
[nas profecias de longo prazo e nas outras palavras dos escritores de livros
bíblicos]."111
O papel de predições cumpridas
era funcionar "como prova de que o profeta era genuíno, e a sociedade do
Antigo Testamento os compreendesse desta maneira.¨1l2 Estes
cumprimentos faziam com que "a obra ou obras do profeta... fosse
respeitada e conservada. Quando o profeta e seus contemporâneos tivessem saído
de cena não haveria maneira de ser confirmado o profeta. O profeta se autenticava
por predições de curto prazo e milagres diante de sua audiência.¨113
Os livros de 1-2 Samuel e 1-2
Reis contém numerosos relatos de predições de curto prazo com seus
respectivos cumprimentos.114 Este esquema profecia/cumprimento
revela a auto-autenticadora racionalidade "para determinar canonicidade.¨115
A situação com relação a 1-2 Crônicas é similar àquela de 1-2 Samuel e 1-2
Reis. Vasholz conclui que "há no Antigo Testamento um registro de profetas
escritores cuja autoridade havia sido publicamente atestada cada um em sua
própria geração para escrever a história dos reis de Israel, e estes mesmos
profetas foram contemporâneos dos reis acerca os quais escreveram.¨116
As predições dos livros proféticos tais como
Isaías, Jeremias e assim por diante funcionavam na mesma base de
auto-autenticação.117 "A predição era o ponto crucial da
questão da canonicidade exatamente como devia ser e como uma avalanche de dados
mostrados pelo Antigo Testamento.¨118 O ponto que Vasholz
quer enfatizar é que o AT não apenas provê o critério interno para canonicidade
em termos de sua origem como a "palavra do Senhor", mas também provê
o critério interno de aceitação e reconhecimento pela comunidade. Nessa base, o
produto escrito dos profetas foi reconhecido tanto como autoritativo quanto
canônico.
Estes eruditos manifestam essencial concordância em
relação ao fechamento do cânon do AT muito antes de começar o período do NT.
Leiman, Talmon, e de algumas outras perspectivas Kline e Vasholz, sustentam que
a idéia de cânon é derivada da qualidade inerente da inspiração dos livros da
Bíblia. Beckwith não se opõe a isto mas tem uma preocupação diferente. As
várias comunidades nas quais os livros do AT funcionam como canônicos ou os
reconhecem como sendo assim (Kline, Vasholz) ou atribuem em seu uso destes
livros autoridade a eles (Leiman, Talmon). Pode ser apropriado concluir que as
respectivas comunidades, primariamente contemporâneas dos escritores inspirados
da Bíblia, vieram a reconhecer a inerente qualidade destes escritos com base em
seu caráter inspirado.
Uma conclusão adicional se apresenta: a inspiração
dos escritos bíblicos era a qualidade norteadora da canonicidade. O cânon que
inclui todos os trinta e nove livros do AT estava em existência por volta de
400 a.C.119 quando os últimos livros foram escritos pelos últimos
autores inspirados.120
Esdras, um escriba profissional bem como sacerdote,
não é quem canonizou os livros do AT embora tenha desempenhado importante papel
juntamente com Neemias para afirmar e popularizar a Escritura canonizada entre
os exilados. "Esdras tinha posto seu coração para estudar (darash) a
lei do SENHOR, e para praticá-la e ensiná-la" (Ed 7: 10, NASB). Mais tarde
Esdras trouxe "a Lei" ao povo e leu-a para eles (Ne 8:2-8).
Aqueles que sustentam uma hipótese macabéia para o
livro de Daniel121 sugerem uma data no final do segundo século a.C.
para o fechamento do cânon do AT em cerca de 164 a.C. Contudo, se o livro de
Daniel é datado no sexto século com base interna, e não há razão para datá-lo
em época posterior a essa,122 então o fechamento do cânon do AT pode
ser datado por volta de 400 a.c. quando o último dos livros foi escrito.
O conceito de um "cânon crescente",123
isto é, um cânon que é ampliado, não significa que a comunidade israelita por
si mesma simplesmente adicionou livros ao seu cânon das Escrituras. Antes a
medida em que os autores inspirados dos livros bíblicos terminaram seus
produtos, estes escritos inspirados aumentaram o conjunto de livros canônicos
na base de sua canonicidade interna e inerente baseada na inspiração.
Finalmente, então, a canonicidade não é baseada em
decisões humanas tomadas por várias comunidades, mas na inspiração divina. Para
os livros bíblicos,124 inspiração implica em canonicidade.125
Por causa da inspiração o cânon bíblico é auto-autenticado, auto-validado, e
auto-estabelecido. Isto significa que a origem do cânon do AT, e podemos
respectivamente acrescentar o cânon do NT onde os mesmos princípios estão em
operação, não é a mesma coisa que o seu reconhecimento pelas respectivas
comunidades de fé.
Estas observações sobre a natureza inerente da
canonicidade revela que uma distinção necessita ser feita entre a origem do
cânon e seu reconhecimento pela comunidade religiosa. A existência do cânon é
fundamentada e dada através de inspirados agentes humanos que escreveram os
livros bíblicos. Quando um livro bíblico é completado sob inspiração, ele é
canônico e "aumenta" o cânon da Santa Escritura que começou com os
escritos de Moisés (Pentatêuco) e finalizou com a produção sob inspiração do
último livro do NT. A subseqüente atividade da comunidade religiosa é aquela de
reconhecer o que é inerentemente canônico. A comunidade religiosa não confere
canonicidade à Escritura; ela reconhece a canonicidade.
O
Fechamento do Cânon do NT
Inspiração
e o Cânon. Como é o caso para o A T, a origem da canonização
é encontrada nos próprios escritos do NT. A inspiração divina é mais uma vez a
chave no processo.
Hebreus 1:1 revela que no passado "Deus falou
a nossos antepassados em muitas e várias maneiras pelos profetas,... (NSRV). Os
"profetas" inspirados produziram Escritura inspirada chamada AT (2
Pedro 3:15-16). Com Jesus Cristo uma nova era irrompe na história. "Mas
nestes últimos dias Ele nos falou pelo seu Filho" (Hebreus 1:2, NIV). Este
texto mantém que com o falar do Filho a Revelação divina atingiu sua plena
exposição.
Parece que com Jesus Cristo, e
aqueles que são autorizados por Ele para falar em Seu nome, a revelação bíblica
alcançou seu clímax e objetivo. Em Lucas 10:16 Jesus diz aos setenta discípulos
que Ele enviava, "Quem vos der ouvidos ouve-me a mim, e, que vos rejeitar
a mim me rejeita, quem, porém, me rejeitar, rejeita aquele que me enviou."
(ARA). Jesus Cristo identifica-se a Si próprio com Seus discípulos.
Apostolicidade
e o Cânon. Apostolicidade como um critério de canonicidade
se compreendida corretamente, tem certo grau de
importância. Apostolicidade significa "apostólico," respectivamente,
a inspirada origem dos livros do NT.126 Apostolicidade não significa
que cada livro isolado do NT seja necessariamente escrito por um apóstolo. Mas
significa que o NT é escrito por um "apóstolo" inspirado ou um
discípulo direto e inspirado de um apóstolo, uma testemunha ocular. "Aqui
podemos pensar em Marcos e Lucas, cuja apostolicidade era derivada por
associação de Pedro e Paulo, respectivamente."127 Judas e
Tiago, como irmãos de Jesus, são considerados como tendo estatura apostólica. A
carta aos Hebreus era considerada como tendo sido escrita pelo apóstolo Paulo.128
É melhor entender por apostolicidade que todos os
autores dos escritos do NT eram apóstolos, ou um de seus associados imediatos,
que eram guiados pelo Espírito Santo e escreveram sob inspiração. 129
Se apostolicidade significa escrito sob inspiração pelos apóstolos de Jesus
Cristo ou seus companheiros imediatos associados com eles, então
"apostolicidade implica ao mesmo tempo inspiração.¨130
Baseado nestas considerações o
cânon do NT estava fechado cerca de 100 d.e., onde quer que o último escrito apostólico
se tenha completado.
Recepção/Reconhecimento
do Cânon. As listas subseqüentes de livros do NT tais como
encontradas no assim chamado Fragmento do Cânon Muratóriol3l e em
outras listas de livros do NT132, não dizem nada a respeito da
canonização do NT, somente sobre recepção ou reconhecimento. O erudito católico
romano Hans von Campenhausen tem afirmado incisivamente "o cânon do ponto
de vista de seu conteúdo - se afirmou sozinho.,,133 na entidade
auto-estabelecida e auto-validada.
O erudito luterano continental do Novo Testamento e
historiador da Igreja, Kurt Aland, afirma que "a igreja estabelecida como
tal não criou o cânon, mas reconheceu o canon criado.134 Bruce
Metzger, um os mais proeminentes eruditos do NT nos Estados Unidos, também
concluiu que a Igreja "veio a reconhecer, aceitar, e confirmar a qualidade
auto-autenticadora de certos documentos que se impuseram por si próprios como
tais sobre a Igreja.135 A "qualidade auto-autenticadora" é
a revelação divina inscriturada na Palavra de Deus por inspiração. O cânon foi
criado por Deus através da inspiração e sua autoridade e canonicidade divina é
inerente ao fenômeno da revelação-inspiração.
Cânon e Inspiração Pós-canônica. A
revelação Bíblica se conclui com Cristo, a mais plena revelação que Deus já
concedeu a humanidade (Hb 1:1,2). Os apóstolos e seus associados imediatos têm
atestado sua identidade e significância sob inspiração em seus escritos. Assim,
segue-se que o NT foi canonizado e fechado quando o último escrito do NT foi
completado, presumivelmente o livro de Apocalipse por João. Nenhum profeta
posterior - mesmo sob inspiração - poderia dar uma revelação maior do que a que
foi dada por Cristo. Daí, o cânon da Escritura naturalmente se fecha com o
testemunho apostólica a seu respeito.
A Escritura inspirada cessou com
o final do primeiro século d.C., o cânon está fechado, e nada pode ser
acrescentado e nada pode ser subtraído.
Vimos acima que os
"profetas" do AT e os "apóstolos" (e seus associados imediatos)
no NT são os escritores que produziram a Escritura sob inspiração. Um dado
dos "profetas/apóstolos" como escritores inspirados é que o que quer
que seja escrito depois de seu tempo não pode se tornar Escritura. Como um
corolário disto, qualquer pessoa inspirada posteriormente que fala ou escreva
deverá ser julgada na base do cânon da Escritura inspirada, e estar em harmonia
com a "lei e o testemunho"(Is 8:20), estar em harmonia com a
Escritura, e ser reconhecida como inspirada, mas sempre sujeito à
Escritura.
Conclusão
A Inspiração divina provê o critério interno de
canonicidade auto-autenticador e auto-validador. Bruce Metzger notou
incisivamente que "o cânon está completo quando os livros que por princípio
lhe pertencem estão escritos.¨136 No momento em que os livros
inspirados são escritos, eles são canônicos. Canonicidade não é algo atribuído
à Bíblia quer falemos do AT ou do NT. Canonicidade é inerente e intrínseca aos
próprios livros da Bíblia. O reconhecimento de que a Escritura inspirada tem
status canônico não é o que a faz canônica. A Bíblia é canônica antes que a
canonicidade seja reconhecida por qualquer comunidade de fé.
A distinção entre escritos canônicos e escritos
eclesiásticos posteriores não é baseada em decisões arbitrárias.. Tem razões
teológicas. É Deus que está operando na criação dos escritos bíblicos pela
Inspiração profética/apostólica e Sua providência, portanto, é Deus que os fez
canônicos. É também Deus que fez com que estes escritos fossem reconhecidos
pelo que eles são, baseados em sua inerente natureza inspirada.
Pode-se concluir com segurança que "a Igreja
não criou o cânon, mas veio a reconhecer, aceitar, e confirmar a
auto-autenticadora qualidade de certos documentos que se impuseram por si
mesmos como tais sobre a Igreja. Se este fato é obscurecido, entra-se em
conflito muito sério não com o dogma, mas com a história." 137
Mesmo se uns poucos pais da igreja clamassem algum
tipo de inspiração para seus escritos, o que seria melhor designado de
iluminação pelo Espírito Santo, sua reivindicação reconhece a anterior,
fundamental e definitiva inspiração profética/apostólica das Escrituras e sua
autoridade canônica.138 A autoridade divina, inerente da Bíblia,
enraizada em sua origem divina através da inspiração, faz dela a contínua norma
canônica para a fé e a vida da igreja.
Os livros bíblicos se tornaram "canônicos
porque ninguém pôde impedí-los de assim se tornarem.,,139 Portanto,
"o cânon - compreendido na base de seu conteúdo se impôs por si mesmo.,,140
Assim, a Bíblia não é o produto da igreja. 141
"Definitivamente, então, a canonicidade se
baseou não em decisões humanas mas na inspiração divina: a autoridade
intrínseca reconhecida precede a canonicidade.,,142 Podemos dizer
que a autoridade intrínseca, dada através de inspiração divina, tanto implica
como produz canonicidade. Através do processo de inspiração Deus intencionou
fazer os escritos da Bíblia canônicos e autoritativos em si mesmos. O
reconhecimento do cânon é um ato secundário, certamente supervisionado pelo
Espírito Santo, mas não é um ato determinativo para a natureza canônica dos
escritos bíblicos. A própria canonicidade é primária. Em si mesma, é antes de
tudo e singularmente fundamentada na inspiração profética (para o A T) e
apostólica (para o NT) da Escritura como a "Palavra de Deus" em forma
humana para todos os tempos e lugares. A Canonização é um processo inerente,
divinamente determinado e enraizado na inspiração. A variedade de tentativas para
explicar a canonização como um mero processo humano, atribuindo autoridade aos
escritos bíblicos, ao dar-lhes um status que eles não possuíam anteriormente,
ou atribuindo aos escritos bíblicos uma qualidade superior na base de decisões
de comunidades religiosas, não se coaduna com a evidência contida nos próprios
escritos bíblicos. A canonicidade está fundamentada nos próprios escritos
bíblicos com sua origem na inspiração divina.
Referências
. Este artigo foi publicado no joumal of the
Adventist Theological Society Volume 5 Número I Spring 1994, 68-105,
entitulado "Divine Inspiration and the Cânon of the Bible," nossos
agradecimentos a ATS, que concedeu-nos a permissão de publicar este artigo.
. Gerhard
F. Ha.fel, erudito adventista, falecido em 1994, foi diretor e professor do
Seminário Teológico da Andrews University, EUA.
1Albert C. Sundberg Jr. "The Bible and the Christian Doctrine of
Inspiration," Interpretation 29 (1975), 352; James Barr, Holy Scripture.
Canon, Authority, Criticism (Philadelphia: Westiminster Press, 1983),74.
2Exemplos típicos são R. L. Harris, Inspiration and Canonicity of the
Bible (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1957); N. L. Geisler e W. E. Nix, A
General Introduction to the Bible (Chicago: Moody Press, 1968), 136-147;
Milton C. Fisher, "The Canon of the Old Testament" em: F. Gaebelein. The
Espositor's Bible Commentary. ed. (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1979), 1
:385-392; e muitos outros.
3OS ensaios mais importantes foram
coletados no livro editado por Ernest Käseman, Das neue Testament als Kanon (Goetingen:
Yandenhoeck & Ruprechet, 1970). Note
também as seguintes publicações principais: H. von Campenhausen, The
Formation of the Christian Bible (Philadelphia: Fortress Press, 1972); Kurt
Aland, The Problem of the New Testament Canon (Oxford: A. R. Mowbray
& Co., 1962); David L. Dungan, "The New Testament Canon en Recent
Study," Interpretation 29 (1975), 339-351; David Noel Freedman,
"The Canon of The Old Testament," Interpreter's Bible Dictionary, Supplementary
Volume (Nashville: Abingdon, 1976), 130-136; Jack N. Lighthouse, "The
Formation of the Biblical Canon Assessment." Studies in Religion 8/2
(1978), 135-142; Leander E. Keck, "Scripture and Canon," Quarterly
Review 3,4 (1983), 8-26; William Farmer and Denis Farkasfalvy, The
Formation of the New Testament Canon (New York: Paulist Press, 1983); Jean
Daniel Kaestli and Otto Wermelinger, Le Canon de l'Ancien Testament. As
formation et as histoire. (Geneva: Labor et Fides, 1984); H. P. Rüger,
"Der Umfang des Alltestamentlichen Kanons in den Yerschiedenen Kirchlichen
Traditionen," Die Apocryphenfrage im Okumenischen Horizont (Stuttgart:
W. Kohlhammer, 1989), 137145; Odil H. Steck, Der Abschlu.f.f der Prophetie
im Alten Testament. Ein Versuch zur Frage der Vorgeschichte des Kanons (Neukirchen-
Yluyn: Neukirchener Yerlag, 1991); C. Dohmen and M. Oeming, Biblischer Kanon
- warun und wozu? Eine Kanontheologie (Freiburg:
Herder, ] 992); outras publicações são mencionadas mais adiante neste ensaio.
4Yer Hartmut Stegemann, "Die 'Mitte der Schrift' aus der Sicht der
Gemend von Qumran," Die Mitte der Schrift? Ein jüdisch-christtliches
Gespiich, eds. M. Klopfenstein et aI. (Bem: Peter Lang, ]987), 149184.
5Tais publicações como Y. Gamble, The New Testanwnt Canon: Its Making
and Meaning (Philadelphia: Fortress Press, 1985); Roger Bechwith. The
Old Testament Church (Grand Rapids, MI: William B. Eerdmans, 1985); Lee M.
MacDonald, The Formation of the Christian Biblical Canon (Nashville:
Abingdon Press, 1988); F. F. Bruce, The Canon of Scripture (Downers
Grove, IL: Inter Varsity Press, 1988); Ingo Baldermann et aI. eds., Problem
des biblischen Kanons (Neukirchen- Vluyn: Neukirchener Verlag, 1988); e
Gerhard Maier, ed., der Kanon der Bibel (Wuppertal: Bochaus Verlag,
1990) dão evidência deste contínuo interesse.
6Um exemplo típico desta posição é
expresso por A. e. Sundberg, "Canon of the New Testament," Interpreter's
Bible Dictionary. Supplementary Volume (Nashville, TN: Abingdon, 1976),
137: "Não é mais satisfatório usar os termos 'escritura' e 'cãnon' como
sinônimos. A igreja recebeu 'escrituras', isto é, escritos religiosos que eram
de certo modo considerados como autoritativos do judaísmo; mas a igreja não
recebeu um cânon, i.e., uma coleção fechada de escritura a qual nada poderia
ser acrescentado, nada subtraído." Sundberg defende a posição agora
rejeitada de que o cãnon do AT foi "fechado" em Jâmnia por volta de
90 d.e. (ibid.).
7 Por exemplo A. Jepsen, "Zur
Kaongeschichte des Alten Testaments," Zeistsehrift für die
Alllestanwntliehe Wissensehaft 71 (1959), 114-136; idem, "Kanon und
Text des Alten Testaments," Theologische Zeitschft 21 (1965),
358-370; Dominique Barthélemy, "L'État de Ia Bible juive depuis le d'but
de notre ere jusqu'à Ia deuxueme révolte contre Rome (131-135), "Le
eanon de l'Ancian Testament. As
Formation et son histoire, eds. 1.
-D. Kaestli et O. Wermelinger (Geneve: Labor et Fides, 1984), 945; Hartmut
Gese, "Die dreifache Gestaltwerdung des Alten Testament," Mille
der Sehrift? Ein jüdischehristlische,f Gespraeh, 00. Marin A. Klopenstein et
aI. (Bem: Peter Lang, 1987), 299-328; Shemaryahu Talmon, "Heiliges
Schrifttum un Kanonische Bücher aus Jüdischer Sicht - Übelegungen zur
Ausbildung der Grosse 'Die Schrift' im Judentum," Mille der Serft?, 45-79.
8Cada
livro recente sobre a formação do cânon do A.T discute estes critérios.
"Stuhlmacher, Biblische Theologie des Neuen
Testataments, 1:2-3 fala do "cânon eclesiástico [kirchlicher
Kanon]" e afirma que "o Novo Testamento é o cânon eclesiástico
dos livros cristãos primitivos que são fundamentais para a fé cristã e em cuja
origem e determinação a igreja participou essencialmente" [itálicos
meus] (3). Esta opinião é compartilhada por muitos teólogos protestantes
liberais na Segunda metade deste século.
10Martin Luther, Weimar Ausgabe, 3:542. 11Ibid.,48:31.
12Ibid.. 3:515; 403-404.
13Ellen G. White. The Great Controversy. 8
14É notado
usualmente que a palavra grega kann é emprestada do hebraico qaneh. "reed. Rod
19Bruce, The Canon of Scripture, 18.
20Sand 9
21Beyer, III:598.
22Ibid., III:599.
23Sand, 9.
24Bruce, The Canon of Scripture, 17; Sand, 9.
25R. P. C. Hanson, Origin's Doctrine of Tradition (London: SCM
Press, 1954),93.
26Bruce Metzger, The Canem ofthe New Testament (Oxford: Oxford
University Press, 1987),282-88.
27Citado por Bruce, The Canom of Scripture, 18.
28Ibid., 36.
29 A. Maich1e, Der Kanon der Biblischen Bücher und das Konzil von
Trient (Freiburg: Herder, 1929), 7499; Ziegenaus, 218-220.
30 Anton Ziegenaus, Kanon von der Vaiterzeit biJ ,fUr Gegenwart (FreiburglBasel/Wien:
Herder, 1991), 220.
31Ver
Josefo, Contra Apionem, I, 38-42.
32Judas
14-15 é uma alegada citação do livro apócrifo de 1 Enoque. Contudo Judas não
cita no livro, ele cita um homem, o patriarca Enoque.
33Bruce Metzger, An Introduction to the Apocrypha (New York, 1957),
177.
34Ibid., 172,262.
35Josefo, Ant., 1.13; 10.63; Introd. to Ecclesiasticus; Philo, Vil
Cont., 25,28; 2 Mac.2:13-14; Baba bathra 14 a-b.
36Ver a
lista de Orígenes dos 22 livros do AT em Eusebio, Ecc. Nist. 1:25.
37Gillis Gerleman, "dabar Wort," Theologische Handworterbuch zum
Alten Testament, eds. E. Jenni e Claus Westermann (Munich: Kaiser, 1971,
1:439, alista apenas 242 usos. Nosso uso vem de um estudo de computador da
Bíblia Hebraica.
38 Ex 4:28; 24:3,4; Nm 11:24; I Sm
8:10; 15:1; Jr 34:4, 6, 8, 12; 37:2; 43:1; Ez 11:25; Am 8:11; 2Cr 11:4; 29:15.
39Jr 23:36; Ed 9:4; ICr 25:5 [ver
texto hebraico].
40 Ez 6:3; 25:3; 36:4.
41Jz 3:20; 1 Sm 9:27; 2 Sm 16:23; 1Rs 12:22; 1Cr 17:3.
42Ludwig Koehler, Old Testament Theology (Philadelphia: Westminster
Press, 1957), 106.
43 Ibid.,106-107.
44 O
Grether, Name und Wirt Gattes im Alten Testament (Berlin: W. De Gruyter,
1934),71-77, para textos adicionais.
45 Note
também a expressão "as dez palavras" para o decálogo (Ex 34:28; Dt
4:13; 10:4).
46 Incluídas
nesta contagem estão variantes com inserções como Adonai em 92 casos e outras
variantes. Ver D. Werrer, "ne'um
Aussprach," Theologsches Handworterbuch zum Alten Testament, 2:
1.
47 H. Eising "ne'um," Theologisches Worterbuch zum Alten
Testament, 2: 1.
48 É usada 11 vezes em Êxodo (Êx
4:22; etc.), duas vezes em Josué 7:13; 24:2), uma vez em Juízes (6:8), oito
vezes em 1-2 Samuel, 33 vezes em 1-2 Reis, 10 vezes em 1-2 Crônicas, 27 vezes
em Isaías, mais de 150 vezes em Jeremias e o restante das vezes em outros
livros proféticos.
49 W. H. Schmidt, "amar,
,sagen," Theologisches Handwörterbuch zum Alten Testament, 1:214.
50 Mt 5:17; 7:12; 11:13 (em ordem
inversa); Lc 16:16, 29; 24:27; 101:45; At 13:15; 24:14; 26:22; 28:23; Rm 3:21.
51Assim W.
Wiefel, Das Evangelium nach Lukas "Theologisches Handkommentar zum
NT" (Berlin: Evangelische Verlagasntalt, 1988),411.
52 E.
Schweizer, Das Evangelium nach Matthhdus "Das Neus Testament
Deutsch" (Goetingen: Vandenhoeck & Ruprecht, 1973),324.
53Otto Michel, Der Briefan die Rjjmer (Göettingen: Vandenhoeck
& Ruprechet, 1963), 390-91 n.4.
54W. Friedrich, "prophets" Theological Dictionary of the New
Testament (1968) 6:832.
55 Isto pode encontrar apoio
adicional na combinação de duas categorias de pessoas que são o fundamento da
igreja cristã tal como são mencionadas na expressão "o fundamento dos
apóstolos' e dos profetas" (Ef 2:20; cf. 3:5).
56 No NT os discípulos de Jesus são
os "apóstolos" (Mc 3:16-19; Mt 10:2-4; Lc 6:13-16; At 1:13,23,26;
etc.). Paulo é também chamado um "apóstolo" (I Co 1:1; 2Co 1:1; Rm
1:1; Cl 1:1; Ef 1:1; ITm 1:1-2; 2Tm 1:1,11; Tt 1:1).
57 Isto é evidente a partir do uso
de "(livros da) lei de Moisés" (Js 8:31, 32; 23:6; IRs 2:3; 2Rs 14:6;
23:25; 2Cr23:18; 30:16; Ed 3:2; 7:6; Ne 8:1; Dn 9: 13; Ml 4:4).
58 Ver Gerhard Hasel, Speaking in Tongues. Bíblical Speaking in
Tongues and Modem Glossolalia, 2 ed. (Berrien Springs, MI: Adventist
Theological Society Publications, 1994).
59 Bruce, The Canon of 'Scripture, 264.
60 Passagens adicionais são Rm 4:3;
9:17; 10: 11; 11:12; Gl 3:8; 4:30; Tg 2:8; 4:6; I Pe 2:6; 2 Pe 1:20.
61 Is 8:1; 30:8; Jr 30:2; 36:2, 28; Hc 2:2; Cf. Êx 17:14; 24:4; 34:1, 27;
Dt 27:3; 31:19, 24-26; 2Cr 26:22; Ne 9:38.
62 Bruce, The Canon of Scripture, 264.
63 Ver o insuperável estudo de Benjamim B. Warfield, The Inspiration and
Authority of the Bible (Philadelphia: Presbiterian and Reformed Publishing
House, 1970), 245-296.
64 E. G. Selwyn, The First Epistle of
St. Peter (London: Macmillan, 1946), 134, 262-263.
65 Uma
tradução alternativa é fornecida pela ARA, "examinais as Escrituras. 1/2
diferença de tradução não afeta o assunto de nosso estudo de
"Escritura."
66 W. Schrenk, "graphe as Holy Scripture," 1:755.
67 Schrenk, "grámma in NT Usage," Theogica/ Dictionary of the
New Testament (1964), 1:765.
68 Schrenk, "graphe as Holy Escripture," 1:754.
69 Isto é admitido por Rainer
Riesner, "Ansãtze zur Kanonbildung im Neuen Testament," Der Kanon
der Bibel, ed.Gerhard Maier (Giessen: Brunnen Verlag, 1990), 157, o qual
sugere que com esta exceção a designação "Escritura" para os livros
do NT é encontrada de outra maneira apenas na metade do segundo século d.C.
(2Clem 2:4).
70 Simon Kistemaker, "The Canon of the New Testament;" Journal
of the Evangelical Theological Society 20/1 (1977), 8.
71 F. D. Nichol, ed., "2 Peter," Seventh-day Adventist Bible
Commentary (Washington DC: Review and Herald, 1957), 7:618; Karl Hermann
Schelkle, Die Petrusbief Der Judasbrief "Hthk 13/2"
(Freiburg im Breisgau: Herder, 1980),236-238.
72Bruce, The Canon of Scripture, 125.
73Ibid., 265.
74Assim a KJV, NASB, TEV, NIV,
NRSV.
75A questão sintática se relaciona
com a posição do adjetivo theopneustos, "God-breathed." É dito
que a sentença tem o adjetivo na posição atributiva, "Escritura
inspirada." Isto seria um paralelo de frases como "sagradas
letras" no vs. 15. A tradução mais amplamente usada, "toda a
Escritura é inspirada por Deus," leva o adjetivo na posição predicativa. A
posição predicativa parece a mais natural. É por esta razão que um erudito tal
como James Barr "recusa tomar uma decisão definida entre estas duas
possibilidades" (Beyond Fundamentalism: Biblical Foundations for
Evangelical Christianity [Philadelphia: Westminster, 1984], 1.
76 C. F. D. Moule, An Idiom-Book of
New Testament Greek, 2 ed. (Cambridge: Cambridge University Press,
1960), 95.
77Barr, Beyond Fundamentalism,1.
78
SChrerik, "grapho," 1:754.
79 O
argumento pelo qual Paulo utilizou literatura não canônica tem sido um assunto
de discussão por cerca de 250 anos. Uma revisão excelente e equilibrada deste
assunto é fomecida por E. Early EIlis, Paul of the Old Testament (Grand
Rapids, MI: Baker Book House, 1991), 34-37; 76-84.
80 A data
de fechamento de ca. 200 a.c. é apoiada por I. H. Eybers, "Some Remarks
about the Canon of the Old Testament," Theologica Evangelica (Univ.
of South Africa) 8 (1975), 111; P.
Schäfer, "Die Sogennante Synode von Jamnia," Judaica 31 (1975), 116.
81 Sid Z. Leiman, The Canonization of Hebrew Scripture. The Talmudic
and Midrashic Evidence (Hamden, CT: Almond, 1976), 20. Este
volume é a versão publicada de sua dissertação referida na próxima nota.
82 Leiman, The Talmudic and Midrshic Evidence for rhe Canonization of
the Hebrew Scripture (PhD dissertation, University of Pennsylvania, 1970),
48.
83Publicado
em alemão em Mirre der Schrift? eds. M Klopfenstein et al. (Bem: Peter Lang, 1987), 45-79. .
84 Ibid., 45-49.
85 Ibid., 50-52.
86Ibid., 57.
87Ibid., 58.
88Ibid.
89Ibid.
90 Ibid.,59.
91Ibid., 60-69.
92Ibid., 75.
93Ibid., 79.
94 Hershel Shanks em sua introdução a David Noel Preedman em Bible
Review 9/6 (December 1993), 28.
95David Noel Preedman, "Canon of the Old Testament," Interpreter´s Bible Dictionary Supplementary Volume (Nashville,
Abingdon, 1976), 130-136.
96 Preedman, "How the Hebrew Bible and the Christian Old Testament
Differ," Bible Review 9/6 (December 1993), 28-39, esp. 39.
97 Beckwith, The Old Testament Canon of the New Testament Church, 312.
98Ibid.,406.
99 Meredith G. Kline. The Structure of Biblical Authority, rev. ed.
(Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1972); idem, "The Correlation of the Concepts
of Canon and Covenant," New Perspectives on the Old Testament, ed.
J. Barton Payne (Waco, TX: Word Books, 1970), 265-279.
100 Kline, The Structure of Biblical Authority, 43.
101Ibid.
102Ibid., 71.
103 Ibid.
104Ibid 75
105 Robert I: Vashholz, The Old Testament Canon in the Old Testament
Church. The Internal Rationale for Old Testament Canonicity. "Ancient
near Bastem Texts and Studies, Vol.T' (Lewinston: Edwin Mellon Press, 1990).
106 Ibid., 2.
107Ibid., 9.
108 Ibid., 20.
109 Ibid., 20-33
110 Ibid. , 47.
111 Ibid.
112 Ibid., 49.
I13 lbid.
114 1Sm 2:34 = 4:11; 15:1-2 = 15:7-8; 30:7-8 = 30:17-20; 2Sm 3:18 =
5:17-21-8:1; 7:12-13 = 2Rs 2:24; 2Sm 12:11-12 = 12:21-22; 12:14 = 12:18. Para 1-2
Reis ver IRs 11:31-39 e 14:2 = 12:15-17; IRs 13:3 = 13:5; IRs 13:8, 17,22 =
13:26; IRs 14:7-13 = 17:18; 16:2-4 = 16:11-12, e muitos outros exemplos.
115Yasholz 54
116Ibid, 57. 118 Ibid., 67.
117Ibid.,58-68.
118Ibid., 67.
119 W. Wenham, Christ and the
Bible (Lendon: Tyndale, 1972), 134, afirma, "Não há razão para duvidar
de que o cãnon do Antigo Testamento é substancialmente o cânon de Esdras, assim
como o cânon do Pentateuco é substancialmente o cânon de Moisés."
120A afirmação, "Depois da
morte dos últimos profetas - Ageu, Zacarias e Malaquias - a inspiração (divina
ou profética) foi removida de Israel"(b. San l1a; Tos Sot ed.
Zuckerrnandel 318, 21-23; b. Sot 48b; Yom 9a) como citado por Talmon,
"Heiliges Schriftum," 74, pode ser revelador nesta conexão.
121 Este é o
caso em Leiman, Freedman, e Beckwith. O último também inclui a aceitação de
Ester naquele tempo.
122Ver Gerhard Hasel, "Establishing the Date for the Book of
Daniel," Symposium on Daniel, ed. Frank B. Holbrook. "Daniel
and Revelation Committee Series, Vol. 2." (Washington, De: Biblical Research
Institute, 1986), 84-164.
123Esta expressão é usada por Warfield, The lnspiration and Authority of
the Bible, 412.
124Edward Young, "The Canon of the Old Testament" Revelation
and the Bible, ed. Carl F. Henry (Grand Rapids, MI: Baker, 1958), 162,
escreve que "pode ser assegurado confiantemente que as passagens invocadas
para apoiar a idéia de que Esdras 'canonizou' qualquer porção das Escrituras do
Antigo Testamento não produzem o resultado desejado. Nem Esdras nem Neemias nem
os homens da Grande Sinagoga nem o concílio de Jâmnia 'canonizaram' o Antigo
Testamento ou parte dele."
125Uma conclusão similar é tirada
por Young, 162: "Toda a evidência apoia a posição de que os livros do
Antigo Testamento, sendo de inspiração divina, eram consequentemente autoritativos,
e foram reconhecidos como tais desde o tempo em que apareceram pela primeira
vez."
126 H. K. Ohlig, Die Theologische Begründung des Neuetestamentlichen Kanons in der alten
Kirche (Darmstadt: Wissenschaftliche Buchgesellschaft, 1972), 57-156.
127Gamble, The New Testament Canon, 68.
128 B. F. Westcott, The Epistle to the Hebrews (reprint; Grand
Rapids, MI: Eerdmans, 1974), lxiii-lxv, para a evidência que era disputada em
Roma.
129Gerhard Maier, Biblische Hermeneutik 2 ed. (Wuppertal: R. Brockhaus,
1991), 134.
130Ibid.
131 Geoffry Mark Hahneman, The Muratorian Fragment and the Development
of the Canon (Oxford: Clarendon, 1992) argumenta, como o faz Sundberg
("Canon Muratori: A Fourth Century List," Harvard Theological
Review 66 [1973], 1-41) antes dele, que o Fragmento Muratório é datado do
quarto século e não do segundo. Esta datação tardia não é significante uma vez que
a idéia de canonicidade não está estreitamente ligada com as listas de livros
canônicos como indicando o processo de canonicidade. Para uma opinião contrária
sobre a datação tardia, ver E. Ferguson, "Canon Muratori: Date and
Provenance," Studia Patrística 18/2 (1982), 677-683.
132 A
primeira lista que "nomeia" os 27 livros do Novo Testamento é
fornecida por Atanásio em sua assim
chamada
Carta de Páscoa, datada de 367 d.C. Para o texto, ver Bruce, The Canon of
Scripture, 208-209.
133Hans von Campenhausen, Die Entstehun/( der Christlichen Bibel (Tübingen, 1972), 382 n.12.
134 K. Aland "Das Problem des neutestamentlichen Kanons:' Neue Zeitschrit
flir Systematische Theologie 4 (1962), 147.
135 Bruce M. Metzger, The Canon of the New Testament: Its Origin
Development and Signficance (Oxford: Clarendon Press, 1987), 287.
136Ibid.
137 Ibid. .
138Tertuliano
declara, "O que nós mesmos somos, isto também as Escrituras são desde o
princípio" (On Prescr. 38). A prioridade das "Escrituras"
é o padrão para o que é posteriormente.
139William Barclay, The Making of the Bible (London, 1961),78,
falando do Novo Testamento.
140 Von Campenhausen, Die Entsthung der Christlichen Bibel, 382 n.
12.
141D. B.
Knox, "Problems of the Canon," The Reformed Theological Review 36
(1977), 11: "Nenhuma decisão de igreja ou concílio, nem crescente
aceitação da comunidade, pode conferir canonicidade a um livro. O Que o
Cristianismo fez foi reconhecer a canonicidade."
142Ronald
Youngblood, "The Process: How We Got to Our Bib1e," Chrisrtianity Today 32/2 (Feb.5, 1988), 26.
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Well done, my essay was a real success among tutors. I am so satisfied with your work.
ResponderExcluirNão sei quem escreveu o abaixo, mas não foi o mestre HASEL, que é falecido. Penso ser algum professor que se valeu desse material em sua classe, com alunos. Solicito que sempre possível, identificação de quem postar algo.
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