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V de Vingança e a Revolução de Guy Fawkes - A História da Máscara de Anonymous.

Por Claudio Sampaio - Obs: Este texto foi copiado e ligeiramente modificado, do conteúdo de outra fonte. Link ao final da matéria.

 Pode-se imaginar que a maioria que apoia os Anonymous e utilizam essa máscara em seus avatares não sabe realmente o que ela realmente significa. Embora para muitos ela tenha tenha se originado no filme “V for Vendetta” , o ideal que ela representa nasceu muito antes.  Para ser mais preciso, remonta o dia 13 de Abril de 1570, na distante Inglaterra. Esse é o dia do nascimento de Guy Fawkes, o homem que inspirou a Graphic Novel de Allan Moore, dando origem ao filme citado e responsável por um dos planos mais ousados criados para libertar o povo inglês, a "Conspiração da Pólvora".


Guy Fawkes

Guy Fawkes era um soldado, adulto à caminho da meia idade, completamente insatisfeito com o rumo que a Inglaterra tomou. Corrupção, aumento excessivo de impostos, perseguição aos católicos, depravação, o rei Jaimes I abusando do poder e o povo sofrendo calado. A situação chegou extrapolar o limite do tolerável mas o povo, oprimido, se mostrava apático, sem coragem para lutar. O Rei Jaimes I , um corrupto incorrigível, usufruía e esbanjava luxo com o dinheiro dos impostos (que aumentavam drasticamente a cada período de seu reinado)  e não concedia direitos iguais a católicos e protestantes. E assim o medo prevaleceu, por um bom tempo.

Nesse tempo, Robert Catesby liderava o grupo de católicos contra a coroa, em busca de direitos para os cidadãos católicos, vitimados pelo preconceito. Um dia, irritado com essas condições e  observando a situação lastimável do povo, Fawkes juntou-se a Robert Catesby quando Hugh Owes os apresentou e dessa união surgiu a “Conspiração da Pólvora”, um dos planos mais ousados para libertar o povo inglês das garras da tirania da coroa.

Talvez pela falta de Internet e por não poder xingar muito no Twiiter, Fawkes , que era especialista em explosivos, decidiu criar uma estratégia muito mais ofensiva, capaz de finalizar com toda aquela "escória" que dominava o governo da Inglaterra: planejou explodir o Parlamento Inglês no dia da sessão de inauguração, onde todos os “culpados” estariam presentes – o rei, sua família, parlamentares e aristocracia estaria reunida, com trinta e seis barris de pólvora (1800 libras) estocados sob o prédio do parlamento.

Tudo estava certo: no dia 5 de novembro de 1605, o Parlamento Inglês iria pelos ares junto com os ratos que ocupavam o governo. Mas, no fim, não foi bem isso que aconteceu. Como os conspiradores notaram que o ato poderia levar a morte de diversos inocentes e defensores da causa católica, enviaram avisos para que alguns deles mantivessem distância do parlamento no dia do ataque. Para infelicidade dos conspiradores um dos avisos chegou aos ouvidos do rei, o qual ordenou uma revista no prédio do parlamento. Assim, acabaram encontrando Guy Fawkes no ato, instalando a pólvora. Ele foi preso e torturado, e acabou revelando o nome dos outros conspiradores. No final foi condenado a morrer na forca, por traição e tentativa de assassinato. Os outros participantes revelados por Guy Fawkes acabaram também sendo executados. Ainda nos dias de hoje o rei ou rainha vai até o parlamento apenas uma vez ao ano para uma sessão especial, sendo mantida a tradição de se revistar os subterrâneos do prédio antes desta sessão.


Prisão de Guy Fawkes

Como a ignorância sempre sobressai , os ideais de liberdade de Fawkes e a sua luta por aquilo que acreditava foram esquecidos com o tempo, dando espaço para a versão de que Jaime I deu à História quando disse que ao derrubar a conspiração, ele salvou a Inglaterra. Criou-se então, na Inglaterra,  uma tradição chamada Noite das Fogueiras, celebrada todo dia 5 de novembro. Nesta noite é tradição malhar e queimar em fogueiras, bonecos que representam Fawkes, e soltar fogos de artifício.

E assim o tempo passou e o povo converteu a imagem de Fawkes de pretenso herói para bandido tal como o Rei quisera. E na cultura popular, versos como esse foram cantados por gerações, saudando o feito do Rei:
“Lembrai, lembrai do 5 de novembro
A polvora, a traição e o ardil
Não sei de Nenhuma razão para que a traição da pólvora
Seja algum dia esquecida
Guy Fawkes,Guy Fawkes, esta era sua intenção
Explodir o rei e o Parlamento
Três montes de barris de pólvora abaixo
Para derrubar a pobre Inglaterra
Pela providencia divina foi capturado
Com uma lanterna escura e um fósforo
Halloa boys,Halloa boys, façam os sinos tocar
Halloa boys,Halloa boys, Deus salve o Rei
Hip hip Horray"

"Uma migalha de pão para alimentar o Papa.
Uma fatia de queijo para sufocar ele.
Uma taça de cerveja para lava-lo.
Um feixe de varas para queimá-lo.
Queime-o em um banho de alcatrão.
Queime-o como uma estrela brilhante.
Queimar o seu corpo a partir de sua cabeça.
Então, vamos dizer o Papa está morto.
Hip hip hoorah!
Hip hip hoorah hoorah!"

A parte final desses versos são ofensivos à igreja católica, vítima do preconceito da Coroa, nesse período. A primeira parte exalta a figura do rei e corrompe a figura de Fawkes e sua revolução.

Porém, destruir um ideal por completo é uma tarefa difícil, quase impossível. Frente aos constante casos de corrupções na coroa Inglesa, Fawkes começou a renascer. E o seu ideal de liberdade, de luta contra opressão, levantou-se novamente. E os historiadores começaram a escrever uma segunda versão para História. E foi dessa versão revisada que surgiu a referência ao personagem mascarado de codinome "V" da Graphic Novel de Allan Moore.

A história foi publicada originalmente entre os anos 1982-83, em preto e branco pela Warrior, editora britânica. Em 1988, a DC Comics incentivaram Moore e Lloyd e eles retomaram o projeto, e concluíram a série em edições coloridas, que foram publicadas nos EUA, pela Vertigo e no Reino Unido, pela Titan Books. Em 1989, a Editora Globo publicou a história em cinco edições coloridas, e mais recentemente a Panini editou o material em volume único, com suplementos extras. Além da qualidade narrativa de Moore, o traço firme de Lloyd cria um material formidável e digno de elogios. Li e recomendo. E aqueles que desconhecem o material e se interessarem, sugiro uma visita ao link no fim dessa matéria.




Em resumo, a história criada por Moore acontece em um passado alternativo, onde a Inglaterra é controlada por um governo fascista e totalitário. Após o fim de um conflito político, com os campos de concentração desativados e a população complacente com a situação, o governo domina e persegue a população até que surge “V” — um Anarquista que veste uma máscara estilizada de Guy Fawkes e é possuidor de uma vasta gama de habilidades e recursos. Ele então inicia uma elaborada e teatral campanha para derrubar o sistema, representado pelo Estado totalitário.

A máscara de V foi largamente usada como avatar para os usuários do 4chan, um fórum da internet que promove interatividade anônima e que foi posteriormente relacionada aos ativistas em prol da liberdade virtual. Depois das controvérsias relacionadas à um tentativa de censura, nos EUA, em 2008, os Anônimous foram às ruas, formando uma onda de protestos que fizeram retroceder o governo. Depois disso, nas ruas ou nos sites, sua figura está sempre relacionada a outros movimentos nos quais o povo se une em torno de uma causa, em geral, na busca de direitos negados, como a liberdade de expressão.

Quando os anonymous surgiram no 4chan, o nome Anonymous/Anônimos foi escolhido porque nos channels não é necessário criar perfis para participar, fazendo com que muitos postem como anonymous, tornando esse um nome de todos e ao mesmo tempo, nome de ninguém e ”V” / Guy Fawkes Mask como símbolo porque ela representa os ideais, ideais da luta pela liberdade, ideais da luta pelo fim da opressão, da injustiça, da desigualdade, ideais de um mundo mais igual para todos. Como o próprio “V” esclarece, você pode matar o homem por detrás da máscara, mas os ideais, esses são imortais.

Aos que são fãs de HQ, disponibilizo dois links para download da Graphic Novel V de Vingança, através da qual se pode conhecer a proposta de Moore (clique aqui  ou aqui ).

E para quem não que não assistiu “V for Vendetta” ou não lembra do filme, segue os principais trechos  que constroem a base da ideologia sobre qual o filme se desenvolve:

Discurso na TV



O Recital



Final do Filme




Esse texto foi ligeiramente adaptado de um material publicado no site: Ah! Duvido.
Mais informações sobre os ativistas em Londres e Nova York: Correio Brasiliense
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diponível para compilação, desde que a fonte seja citada

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