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O Jesus Histórico e as Dimensões da Fé: Uma Questão Antropológica ou Transcendental?





Quando ainda no século 18 foram publicadas as deduções de Hermann Reimarus (1694-1768), afirmando que Jesus de Nazaré de fato nunca existiu, seu discurso foi um desafio ao Cristianismo. Desde então, outros estudiosos influentes como F. J. Baur (1792-1860) seguiram seus passos deixando um rastro de descrença que se alastrou por toda a Europa, atingindo as Américas na década de ’60, tornando-se um modismo e despertando um frenesi em torno da busca pelo Jesus da História. Com os achados de Nag Hamadi (1945) a discussão tomava novos rumos e buscava colocar em xeque a idéia de que o Cristianismo ortodoxo era de fato a autêntica doutrina do Cristianismo das origens. Alguns como Rudolph Bultmann desistiram de fazer frente a essas ideias e desistiram de um Jesus Histórico, abraçando apenas o Cristo da Fé. 

Todavia esse discurso não ficou sem respostas. Outros autores também ardorosos em sua crença ergueram a voz em defesa da existência de um Jesus histórico, contrariando a descrença que tomou ares de popular. E por isso ainda temos aqueles que afirmam a verdade perene de que Jesus de fato existiu entre os homens na distante Judéia do século1. Na modernidade, uma geração composta de autores como Geza Vermes, James H. Charlesworth, Howard Marshall e outros buscam definir as bases históricas da pessoa de Jesus dentro do Judaísmo e do ambiente da Palestina do século 1.

Entretanto, alguém poderia perguntar: “Porque insistir tanto na ideia de Jesus como um vivente histórico?” 

A Razão da Insistência em um Jesus Histórico 


O fato é que a Fé cristã, de acordo com as Escrituras e com o entendimento cristão e mesmo para aqueles especialistas da religião, em nenhuma hipótese poderia ser estabelecido apenas na esfera do misticismo e do transcendente. Fé, em todo o Novo Testamento (NT), em seu sentido maior, e assim também entende Lino Rampazzo, prof. de Antropologia em São Paulo (Antropologia, Religiões e Valores Cristãos, São Paulo, Loyola, 2000), expressa “adesão” ou “seguimento” a uma pessoa, não a uma causa ou filosofia. Conquanto o Cristianismo tenha seu conteúdo moral, não é um reles moralismo ou devoção mística que retrata sua fé. Quando muito, a moralidade é apenas uma expressão de suas crenças, o que Roger Haight soube muito bem diferenciar da substância da fé (Jesus, Símbolo de Deus, São Paulo, Paulinas: 2003, pg. 20). 

A fé cristã é um seguimento, pois desde seu começo, se encontra inserido na história e é acontecimento histórico revelado em uma pessoa (Jesus) e revivido na experiência daquele que a recebe. A proclamação dos apóstolos presente nas Escrituras e nas demais obras posteriores chama as gentes a uma decisão em relação a uma pessoa, e isso é que se entende por discipulado cristão ou “fé cristã”. De modo que nisso ela se diferenciava em muito do pensamento religioso dos gregos, que buscavam um campo místico em sua religiosidade baseada nos mitos e na mera apreensão do conhecimento (gnose). A experiência dos cristãos demonstra a um rompimento com isso tudo, pela vivência de sua experiência de seguimento com Jesus de Nazaré. O conteúdo do Cristianismo tal qual ele é se resume numa pessoa, e sem ela, resta apenas este chamado “acervo moral da humanidade”. A fé cristã se afirma histórica e nasce em um contexto histórico, embora avance para além da história. E aqui se encontra a fronteira entre fé antropológica e fé transcendente.

Embora a fé naquilo que cremos que Jesus seja sobrepuje a História e avance para além dela, para o campo do transcendente, a fé tem sua experiência terrena, tem seu conteúdo antropológico e não seria de todo diferente da fé que muitos céticos desenvolvem para com a História, embora eles contestem de modo ardoroso a validade dessas palavras. Para o teólogo uruguaio Juan L. Segundo, nós cristãos aprendemos que a fé tem também sua dimensão puramente antropológica (A História Perdida e Recuperada de Jesus de Nazaré, pg. 18ss). De fato muito se pode dizer da fé meramente como uma ideologia, embora não esteja ligada ao campo esotérico ou transcendental. Mas penso que é a partir do ponto em que depositamos essa fé, que ela se constrói para o transcendente ou cai se nivela para a matéria somente. 

O fato é que nascemos e crescemos desenvolvendo essa fé humana, existencial, pois todas as decisões que tomamos se valem da confiança que depositamos no “testemunho” do outro; – isso, desde o aprendizado com nossos pais até o tempo da maturidade e da morte. Lemos histórias de livros e aceitamos o testemunho daqueles que conviveram com os fatos. Na verdade, ninguém estava lá conferindo Heródoto, nem Josefo, nem Eusébio. Assim, nós cristãos entendemos que qualquer um poderia ler os escritos eclesiásticos como um “testemunho” e crer que nele há elementos históricos, sem que isso implique em um seguimento de Jesus. Não estivemos lá, assim, as únicas alternativas que podemos escolher é que podemos colher o testemunho daqueles que lá estiveram e crer nele ou duvidar de seus autores.

As Dimensões da Fé 


Muitos ignoram essa dimensão antropológica da fé, mas a desenvolvem, todavia, noutra direção. Leem cada declaração dos historiadores seculares com a mesma fé que os cristãos ousam ler os evangelhos. Os testemunhos de outros como Tonybee, Gibbons, Johnson, Durant acerca do passado longínquo, tecido com os retalhos de relatos mais antigos que as palavras de Jesus nos leva a aceitar os fatos que descrevem como verdade de fato. Isso é fé em dimensão antropológica. E nesse sentido, nossa fé é deveras muito grande. Assim, vemos que embora muitos não creiam no conteúdo nem no testemunho daqueles que escreveram os evangelhos, bem como de outras fontes mais próximas a eles de que Jesus de fato existiu, estes céticos creem haver verdade histórica naquilo que outros escreveram da história há quase uma vintena de séculos. Quem esteve lá para testemunhar os atos de Alexandre ou César ou mesmo de Jesus? Não estávamos lá. Todavia, decidimos se vamos se vamos crer nos ditos historiadores que estiveram próximos aos eventos. E se acreditamos neles, é porque tivemos fé neles. E se tratando de ideologias, alguns decidem crer em propostas e doutrinas sociais, como as de Marx ou de Che, embora se neguem a crer na doutrina e pessoa de Jesus. Segundo nos diria que isso é fé antropológica. 

Por isso, à luz dessa definição de fé, o que a moderna pesquisa deixa em aberto é que a aceitação tanto na existência ou não de um Jesus Histórico sempre se esbarra na questão da fé que descansa em um testemunho meramente humano, e isso pode ser (e de fato é), um processo subjetivo, pedindo sempre uma manifestação de uma fé puramente humana daquele que esbarra na questão da existência deste Jesus Histórico, e que se pergunta se ele de fato existiu. Nesse sentido a fé cristã é antropológica e é também Histórica antes de ser transcendental, pois descansa em testemunhos humanos. E por isso, também muitos, embora não sendo cristãos, chegaram a crer na existência de um Jesus Histórico, embora não creiam na expressão de fé depositada Nele como divino. Sua fé é meramente antropológica e não se lança para o transcendente. Creem nos registros como parte da história e tão somente isso. 

Isto posto, vale notar que ao afirmar sua rejeição de um Cristo Histórico pela falta de dados concretos da História, que estabeleceriam sua origem de modo factual, muitos esbarram na mesma problemática para estabelecer sua tese de que Jesus é um mito judaico criado pelo mundo grego. Eles não possuem dados concretos para afirmar que os cristãos, sejam autores dos evangelhos ou patriarcas gregos do século 2 mentiram quando disseram que Jesus existiu. Apenas optaram por não crer em suas declarações e testemunhos. Nesse caso também os cristãos esbarram na mesma questão da fé antropológica para acreditar ou rejeitar esse argumento. 

No caso dos que rejeitam a validade dos escritos canônicos ou dos Pais da igreja, grosso modo não especificam dados concretos para fundamentar suas teses. Partem de um ponto crítico e os interpreta, caindo mais em argumentos oriundos da Filosofia da História que da História propriamente dita. Poderia se dizer que são eles mesmos quem fazem a História, quando avançam para além dos dados factuais e pedem grande medida de fé. Afirmo isso porque é isso que se evidencia quando alguém parte de uma causa e deduz a partir dela toda uma sequência de eventos. Como exemplo, cito as propostas: Uns afirmam que Jesus foi um mito fruto do sincretismo grego do século 2. Outros falam de Jesus como fruto de uma conspiração, envolvendo um suposto antagonismo entre gregos e judeus por questões pecuniárias e culturais. Por meio disso chegam à conclusão de que Jesus é um "Cavalo de Tróia" grego para destruir a cultura do Judaísmo. Que havia certo antagonismo entre gregos e judeus, isso pode ser deduzido através de evidências demonstráveis pela bibliografia, muito embora a intensidade desse antagonismo por parte dos crentes gregos possa ser superestimada já na fase da igreja. Todavia, a partir disso, afirmar que os evangelhos foram escritos no século 2 e que aqueles que os escreveram foram os gregos movidos pela ideologia política como parte de uma conspiração contra o Judaísmo, isso pede maior demonstração ou mesmo uma medida soberba de fé. Pois esses dados concretos, nenhum autor possui e nem pode apresentar. Pode apenas deduzir. Isso é terreno de uma hipótese, não verdade factual.

Jesus, um Mito?


Quem afirma que Jesus se insere no mundo dos mitos, ouve de C. S. Lews que ou não leu bem o NT ou então não entende de fato o mundo dos mitos. Como cristãos, afirmamos que Marcos escreveu seu Evangelho e cremos nisso. Que outros possam tê-lo copilado e até mesmo ampliado há grande possibilidade e grande evidência. Que os Pais da igreja mencionam estes escritos é também evidente. Eles os manuseavam e dão conta de foram recebidos como herança. Estudiosos em papirologia e documentos antigos vasculharam os escritos sagrados e perceberam evidências claras de que são documentos secundários. Escribas originais escreveram documentos repletos de estrangeirismos do século 1. Os documentos atuais têm aramaísmos e semitismos traduzidos e interpolações visíveis. Há fatores que revelam uma mente judaica por traz de toda a documentação. Os autores das Escrituras não tinham uma disciplina da história como hoje temos, principalmente o rigor da Nova Historiografia. Seu documento é oriundo de seu meio e fala nessa linguagem. A eles não interessava responder a um questionamento positivo da crítica histórica como hoje se exige9. Todavia, outros personagens ligados de forma indireta aos eventos daqueles idos e mais próximos daquelas gentes dão testemunho disso em seus escritos e cremos neles mesmo em uma dimensão humana, não transcendental. Há base histórica para entendermos os relatos como históricos: essa base se refere às pessoas envolvidas no ambiente e nas polêmicas dos séculos 1 e 2. 

Concluindo...


O que se percebe em muitas propostas modernas acerca de Jesus é que às vezes se pode muito bem ter descoberto uma possível causa, entretanto nenhuma prova concreta quando se busca descrever o efeito. São teses que repousam apenas em especulações, e nisso ele vai muito além da proposta cristã. Buscamos estabelecer nossa afirmação naquilo que os documentos da fé cristã afirmam ter ocorrido. Temos por base os escritos daqueles que afirmaram uma convivência com Jesus de Nazaré e seus contemporâneos. E esses documentos se mostraram até certo ponto comprovados pela história como autênticos. Provar que estes autores mentiram e que nada ocorreu como se descreve ali cabe àqueles que pensam em contrário, o que ainda não se deu de modo satisfatório. Eles não estavam lá para opinar com a mesma propriedade daqueles que viram e descreveram os fatos.

O que me deixa tranquilo é saber que o Cristianismo já enfrentou desafios terríveis no decorrer do tempo e jamais caiu por terra. As argumentações de tantos descrentes em Jesus de Nazaré sempre experimentam uma pequena repercussão, mas Jesus continuará com o mesmo vigor de sempre, atraindo e convencendo a muitos com sua palavra e mensagem.

Como disse certa vez Pe. Paulo Ricardo, SJ: "O Cristianismo é duro de matar." Mas essa dificuldade não impedirá que muitos continuem tentando... [Claudio Soares Sampaio]

pastorclaudiosampaio.blogspot.com
a disposição para uso e compilação, desde que mantenha a forma original

2 comentários:

  1. Somente na mente de crentes e em benefício da própria fé, a história da origem do cristianismo pode ser acolhida como se apresenta. É contada no Novo Testamento, e apenas nele existe. Portanto, nada há de científico no seu acatamento. Trata-se de um ato de imposição política.
    Toda essa conversa de “Cornélio Tácito, respeitado historiador romano do primeiro século, escreveu: “O nome [cristão] deriva-se de Cristo, a quem o procurador Pôncio Pilatos executou no reinado de Tibério.” Suetônio e Plínio, o Jovem, outros escritores romanos daquela época, também se referiram a Cristo. Além disso, Flávio Josefo, historiador judeu do primeiro século, escreveu sobre Tiago, a quem identificou como “o irmão de Jesus, que era chamado Cristo”. Não vale meio centavo furado. Por quê?
    Porque, inicialmente, nenhum dos primeiros apologistas cristãos se referiu a nenhuma dessas “provas” fabricadas posteriormente ou a partir do século IV. Por quê?
    Porque o cristianismo surgiu no século II e a “história” contada e situada na Palestina no século I é pura invenção. Oh! Não pode ser! Pode sim. Lembra de que nos primórdios havia uma contenda entre os cristãos? Pois então, Uns queriam um Cristo espiritual e outros um Cristo de carne e osso, o “histórico”. Os primeiros aspiravam pelo aprimoramento espiritual do indivíduo na luta contra o judaísmo. Os segundos estavam determinados a vencer e subjugar o judaísmo. Para tanto necessitavam de uma ligação mais convincente com a cultura judaica. Mais por quê?
    Porque nos primeiros séculos o proselitismo judaico avançava perigosamente sobre a cultura greco-romana e o número de convertidos plenos crescia de forma preocupante. A pressão de certa camada das classes altas pressionava o governo a tomar uma atitude e assim foi feito. O imperador Adriano (117-138) proibiu a circuncisão em todo o Império, um dos principais motivos da guerra contra os judeus, de 132.
    A conversão ao judaísmo seguia passos obrigatórios que levavam tempo. No final do processo o prosélito era circuncidado e somente a partir daí era aceito como membro da nação de Israel. Isto significa que a aceitação dos pagãos, em especial gregos e romanos, pelo judaísmo era ampla e perigosa para a cultura dominante na época. Todavia, o sucessor de Adriano, Antonino Pio (138-161), relaxou um pouco as medidas antijudaicas, mas manteve a proibição da circuncisão sob pena de morte somente para não judeus. Daí uma legião de prosélitos incircuncisos, que jamais seria aceita na nação de Israel, recebe atenção de uma nova religião alegadamente surgida de uma seita judaica que havia abolido a circuncisão e a rigidez mosaica abrindo concorrência com o judaísmo real.
    Detalhe: quem eram esses divulgadores ou propagandistas dessa nova religião?
    Judeus reformistas insatisfeitos com o judaísmo tradicional? Não. Eram gregos na maioria e uns poucos latinos, os mais incomodados com o proselitismo judaico, a liderar tal iniciativa.
    É só pensar um pouquinho: pelo teor das suas mensagens, Jesus, precisava ser judeu? Não. Por que os fariseus (defensores do judaísmo ortodoxo) foram tão esculachados pelos evangelhos e os judeus em geral pela história cristã? Por que a crucificação do personagem Jesus foi creditada aos malévolos judeus? Essa é uma história de ódio. Engana-se quem quiser. O Jesus histórico é uma invenção da ala vitoriosa do cristianismo primitivo na ânsia de submeter o judaísmo e a nossa cultura não quer que isto apareça se não ela se ferra. Pronto.

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    1. Olá Ivani Medina

      Gostaria de primeiramente agradecer pelo comentário que buscou ampliar as perspectivas possíveis deste tema instrigante. Porém, o que vc tencionou com o seu post é justamente o que motivou a escrita de meu ensaio. Ou seja: meu texto já é a refutação dessa sua proposta, se olhar bem. No mais penso que as questões trazidas somente podem refletir uma situação posterior ao tempo de Jesus.

      Houve de fato uma separação entre cristãos e judeus, mas mesmo nos evangelhos e nos Atos, não se pode perceber ali a presença do chamado "semitismo" para que ele seja definido como uma herança do movimento de Jesus e de seus discípulos. Recomendo que leia atentamente o evangelho e note como o próprio Jesus foi um forte defensor do Judaísmo bíblico, recomendando que se fizessem as oferendas do templo, quando ainda não havia feito o sacrifício de sua vida em substituição a elas. Veja que há uma reafirmação do caráter espiritual da Lei (ver Mt 5-7, o Sermão da montanha). Também perceba que embora ele tenha de fato condenado a "hipocrisia" dos fariseus, ele afirmava o valor da Lei que os fariseus afirmava, obedecer (ver Mt 23, especialmente o v 23). Além disso, Jesus se aproximou e foi acessível aos fariseus tais como Nicodemos (Jó 3) e ia a casa deles (Lc 11:37), sendo que os seus seguidores originais eram todos judeus. O fato de Jesus mesmo ter sido complacente com seus perseguidores, rogando para eles o perdão em seu momento de sofrimento, quando roga que o Pai os perdoe, e até mesmo o relato de Lucas, as multidões ao pé da cruz saíram a lamentar e a bater no peito após a cena presenciada, o que sugere arrependimento demonstra que não havia intenção de uma depreciação dos judeus nos escritos apostólicos.

      Após o relato da ressurreição, nos evangelhos e nos Atos, em diversas vezes há o incentivo de Jesus para que se pregue sua mensagem de modo especial ao povo Judeu. Acrescento que os próprios seguidores de Jesus sendo que alguns foram os autores da história, confessam seu dificuldade de entender a mensagem de Jesus inicialmente e até mesmo se revelam traidores de seu líder. Diante de tudo isso, fica a pergunta: Como poderiam os evangelistas terem escrito como anti-semitas? Sugiro que leia algo de Geza Vermes e Jámes H. Charlesworth e outros que fizeram pesquisas abundantes sobre Jesus como um autêntico judeu.

      Embora a crucifixão tenha sido creditada aos judeus, de nenhum modo isso se foi considerado um motivo para sua condenação em nenhum momento na boca dos apóstolos. Também em diversos momentos, Jesus foi uma oferenda do próprio Deus, a quem ele chamava de Pai. Ele dirá que ninguém tomara sua vida pois ele mesmo a oferecia e tomava de volta, tendo isso como um mandato do Pai (Jo 10:18). Também Atos 2:23 e 3:17 sugerem que sua morte não apenas foi um ato envolvendo pelo menos três partes (Deus Pai, os judeus e os "iníquos", eufemismo para os romanos) como também destacam uma tentativa de desculpa-los atribuindo "ignorância" pelos atos, como Jesus mesmo teria dito na cruz: "não sabem o que fazem". Sempre que se lê sobre o envolvimento com judeus nos escritos apostólicos, o ponto frisante para a reprimenda a eles como também a qualquer outro grupo étnico é a recusa em crer na mensagem que eles anunciavam Como sendo de Jesus Cristo e sua constante oposição, mobilizada pelos fariseus, uma ala extremamente radical do judaísmo. Mas quem lê Paulo em textos como Romanos notará seu amor pelo povo judeu e sua preocupação com eles dentro de um perspectiva universal na qual eles se acham incluídos dentro do propósito de Deus.

      De modo que de fato, deve-se ter alta disposição e fé para crer numa proposta com a que vc traz a lume.

      Isso penso.

      Abraço

      C.

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