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Salmo 141: Uma Oração Contra a Maldade



Suba a minha oração perante a tua face como incenso, e as minhas mãos levantadas sejam como o sacrifício da tarde. - Salmos 141:2

O Salmo 141 é apresentado nas Bíblias comuns como sendo uma oração "vespertina", ou seja, uma prece proferida ao entardecer. Tem elementos louváveis para serem recomendados como parte de nossa disciplina espiritual em nossas devoções diárias. É claramente uma oração contra a maldade que impera no mundo. E bem sabemos, como pessoas dotadas de visão espiritual, que há duas formas de maldades que nos afetam: A maldade exterior, que vem do mundo alienado de Deus e também daqueles que nos cercam, e a maldade interior, que nasce de nosso próprio coração pecaminoso inundado pela vaidade. Esta ultima, penso, é a pior forma da maldade, mas para ambas precisamos ser sempre medicados.

A grandeza deste Salmo não pode ser ignorada: Através dele, somos orientados de que o melhor remédio para conter a nossa própria maldade ainda prossegue sendo a oração! E a boa nova é que este remédio se acha disponível para todos. Diante da maldade alheia, ou de nossas inclinações naturais pervertidas pelo pecado, devemos orar sempre. E neste Salmo, aparecem algumas indicações de assuntos a serem elevados a Deus todas as tardes, ao início de cada período de dia, para sermos vitoriosos contra a maldade que impera neste mundo.

Pelo que então, deveríamos orar, na perspectiva do salmista? Penso que pelo menos por três itens:

1. Em primeiro lugar, oremos por sabedoria e pela contenção das palavras. Diz o salmista: "Coloca, Senhor, uma guarda à minha boca" (v. 03).

Peçamos sempre que Deus ponha um vigia a porta de nossa boca. Os maiores danos que sofremos e causamos vêm quase sempre de nossas palavras irrefletidas. E certo que delas daremos conta no Juízo, pois disso Jesus nos alertou (Mateus 12:36). É fácil ver nas Escrituras, que grandes males resultaram no passado pelo mal uso da língua. Em Números 12:15 a Bíblia afirma que a profetiza Miriã ficou leprosa e foi retirada do acampamento por tecer comentários maliciosos e às escondidas, a respeito de seu irmão Moisés. O texto nos alerta de que mesmo os profetas caíram nesse pecado e bem fácil podemos cair também. Na Epístola de Tiago se afirma que aquele que domina sua língua é perfeito varão, e que a língua abre tanto as portas do Paraíso quanto as câmaras do inferno, dependendo de seu uso (Tiago 1:26; 3:1-8). A retirada de Miriã para fora do acampamento e sua calamidade física se torna uma metáfora adequada para aqueles que se dizem crentes mas que devido a um mau uso da língua, serão julgados inadequados para o Reino de Deus e lançados fora. Talvez por isso, uma das exigências para o cidadão do Céu exposta nos salmos é a de que ele saberá usar bem sua língua (Cf. Salmo 15:03). E no Novo Testamento, os 144 mil selados de Apocalipse 14:05 são descritos como homens que não tem mentira achada em sua boca, nem mácula. O conselho de Paulo, desse modo, permanece válido: Que ao falarmos, tenhamos o cuidado de que nossas palavras transmitam graça aos que ouvem (Efésios 4:29). Oremos pois, sempre, pela contenção de nossas palavras.

2. Em segundo lugar, oremos por uma conversão de nosso coração. O salmista pede: "Não permita que o meu coração se incline para o mal..." (v. 04).

A maldade impera no mundo, e sempre estaremos em tentação, com possibilidades de ceder em direção do mal a qualquer instante. Como afirmado acima, cerca-nos a maldade de fora e os desejos de dentro. A filosofia behaviorista de John Broadus Watson dizia para os homens do século passado que somos apenas um "produto do meio", abrindo margem para a ideia de que o mal é apenas "comportamento", e a partir disso fortaleceram uma doutrina sobre a transformação do meio para que houvesse uma transformação do homem. Todavia, a maldade humana em si mesma dificultou essa realização. Isso nos leva a pensar que de fato, o único remédio para o homem não poderia ser apenas uma mudança do mundo, mas uma mudança do homem, em sua realidade interior.

Mesmo filósofos como E. Kant, bem antes já admitiam a ideia de que a maldade é uma deficiência moral de "raiz", e se acha alojado na própria natureza do homem, que possui uma tendência para o mal. Isso é bíblico: Notemos que Lúcifer caiu de seu estado perfeito em uma atmosfera celestial e perfeita. O seu problema não foi, de modo nenhum o lugar onde se achava, mas sim da má disposição de seu coração. E esse tem sido nosso problema até os dias de hoje. A nossa vitória vitória começa então, somente com uma mudança de nosso coração e por ela devemos orar sempre a cada novo dia que se inicia.

3. Em terceiro lugar, oremos pela guarda divina diante dos laços e armadilhas dos perversos. O salmista ora: "Guarda-me das armadilhas que prepararam contra mim, das ciladas dos que praticam o mal" (v. 09).

Sempre haverá a oposição contra nós diante de nossa opção pela justiça. O Mal sempre buscará usar pessoas e circunstâncias para macular nossa integridade. Assim foi para com Davi, em sua relação com Saul. Assim foi para com Daniel, na corte da Babilônia e da Pérsia. Assim foi também com Jesus e seus Apóstolos. Não é à toa que na oração do Pai Nosso, Jesus nos ensinou a pedir que o Pai Celeste nos livre do mal (Mateus 6:13). E na sua última prece co seus Apóstolos, o Senhor mesmo pediu que os seus amigos não fossem tirados do mundo, mas que fossem livres do Mal (João 17:15). E essa continua sendo uma boa pedida, pois é uma oração que o Bom Deus se alegrará sempre em responder.

Até que venha a nós o Reino de Deus, e venha de modo definitivo a nossa salvação, é sabido que o mundo prosseguirá sendo mal. Contra a nossa maldade exterior e interior, de fato o melhor remédio continua sendo a oração. Pouco vale a nossa disciplina se não se acha acompanhada deste recurso abençoado que o Bom Pai coloca ao nosso dispor. Oremos, pois, pelas mesmas dádivas que o Salmo invoca, e certo é que se assim pedirmos, seremos ricamente abençoados.

Cite a fonte = http://pastorclaudiosampaio.blogspot.com

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