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Esperança Cristã em O Senhor dos Anéis


Um dos mais belos épicos da literatura transpostos para o Cinema, a meu ver, foi "O Senhor dos Anéis", adaptado da obra de R. R. Tolkien, por Peter Jackson.  Curiosamente, Tolkien é retratado por Colin Duriez em seu livro "O Dom da Amizade" como alguém contrário ao hábito peculiar de seu fiel amigo cristão, o célebre C. S. Lewis (que se converteu ao Cristianismo por sua influência) de usar a literatura como um meio de propagação da fé cristã. Para ele, literatura e religião deveriam andar por caminhos separados. Todavia, quem lê o texto de Tolkien ou assiste ao filme de forma reflexiva só encontra duas alternativas: Ou 1) Teria Tolkien cometido um ato falho e se traído ao escrever o texto, ou 2) suas palavras foram intencionalmente uma retratação desse mundo marcada pelo conflito entre o bem e o mal, onde tudo se encontra impregnado de situações e eventos de natureza simbólica. Mas vindo de quem veio, e sabedor de suas reais convicções como cristão, é para mim quase impossível ficar com com a primeira opção. 

Não  pude ler todos os livros da série, que sempre é melhor que o filme, quando o caso é uma adaptação. Mas li trechos para conferir a qualidade da narrativa de Tolkien (baixe aqui). Há muitas avaliações do pensamento cristão do autor tanto a partir do livro quanto do filme, ambos, surpreendentes. Sobre o filme, destaco aquele diálogo adaptado entre as personagens Frodo Baggins e Samwise Gangee,  no episódio da trilogia intitulado "As Duas Torres".

O diálogo se abre em um instante em que Frodo se vê quase a a sucumbir ao Mal e a desistir de sua missão, pela percepção de sua própria fraqueza. Mas as palavras de seu fiel escudeiro tentam convencê-lo de que o Bem ainda é a melhor escolha, e que por ele, valeria a pena continuar a  lutar.
"_ Não consigo fazer isso, Sam.
_ Eu sei. Isso não é justo. Na verdade, nem devíamos estar aqui. Mas estamos. É como nas grandes histórias Sr. Frodo. As realmente importantes. Eram cheias de perigo e escuridão. E às vezes nem se queria saber o final. Por que como o fim poderia ser feliz? Como o mundo poderia voltar a ser o que sempre foi quando tanta coisa ruim acontecia? Mas no final é algo que passará, essa sombra, até mesmo a escuridão acabará. Um novo dia virá. E quando o sol nascer ele brilhará ainda mais. Essas eram as histórias que ficavam com a gente, que significavam alguma coisa, mesmo quando eu era pequeno demais para entender por quê. Mas eu acho, sr. Frodo, que eu entendo. Agora eu já sei. As pessoas daquelas histórias tiveram muitas chances para desistir, mas não desistiram. Elas foram em frente porque estavam se agarrando a alguma coisa."
_ A que estamos nos agarrando, Sam?"
_ Existe algo bom neste mundo, Sr. Frodo. Algo pelo qual vale a pena lutar."
Capitando com sua genialidade peculiar o sentimento de Tolkien, que era um crente fervoroso, Jackson retratou nesse diálogo a essência da esperança cristã para aqueles que seguem sua caminhada nesse mundo marcado pela angústia e pelo sofrimento. Na realidade, como normalmente ocorre em um conto fictício, o enredo da história humana às vezes parece descortinar apenas a previsão de um final trágico e aterrador. Mas eis que algo nos impele para frente e impede que paremos na metade do caminho: A certeza de que um novo dia virá, quando o sol brilhará novamente, em um tempo novo e pleno de vida. Esta é, certamente, a razão de ainda prosseguirmos, confrontando nossos desafios, superando nossos limites e desejando ardentemente o que "há de vir", alijados da descrença e do medo.

Recado de hoje: "Não desista".




Cite a fonte = http://pastorclaudiosampaio.blogspot.com

Um comentário:

  1. Olá Pastor Cláudio. Fico muito feliz em ver uma critica não "demonizante" a uma obra de literatura tão rica como o Senhor dos Anéis. Sou um amante de literatura sobre fantasia em especial a literatura que possui um fundo de moral e ética cristã; Como é o caso das Crônicas de Nárnia de C.S Lewis.

    Como sou Adventista do Sétimo dia, ainda nutro uma certa relutância e um certo preconceito interior ao desviar o foco de minha mente para literaturas não cristãs ou de fundo não cristão.

    Eu estava procurando algum artigo Adventista sobre a Obra de Tolkien, afinal tenho interesse em adquirí-la e sua postagem foi muito importante. Li alguns sites e blogs não oficiais da Igreja que estão mais preocupados em demonizar os autores e fazer sensacionalismo no maior estilo "Illuminatis" do que realmente produzir uma crítica séria sobre o panorama de fundo da obra.

    Obrigado mais uma vez por explanar e demonstrar um dos muitos momentos em que se pode perceber o fundo ético-moral cristão na obra.

    Um grande abraço;
    Diego Fortunatto.

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