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Nossa Família não é Problema de Outra Pessoa


Li hoje duas notícias no mínimo, decepcionantes. A primeira era sobre o jogador de futebol Kaká e sua esposa Carol Celico, ambos membros da igreja evangélica Renascer. A matéria dizia que depois de nove anos casados, estão oficialmente separados. Esse caso não seria tão comentado se não fosse pelo fato de que no ano de seu casamento, o jogador fez diversas declarações em favor do casamento segundo a ótica bíblica, inclusive na questão da virgindade. E agora? Qual impacto sobre o público descrente ao ler as matérias?

A segunda era sobre o show man Marcelo Adnet, flagrado aos beijos com uma mulher desconhecida no Leblon, um bairro do Rio de Janeiro. Desde 2010 Adnet estava casado com a apresentadora Dani Calabresa.  Depois que a notícia vazou na internet, ele postou em rede social seu arrependimento: "Errei e me arrependo. Minha atitude afetou a mulher mais importante para mim". Ele também afirmou a esperança de superação dessa falha moral e de permencer com a mulher que definiu como sua "melhor amiga" e "o amor de [sua] vida".

Esse tipo de notícia geralmente agrada muito aos tablóides e aos sites paparazzi, mas a nós, cristãos, deveria ser motivo de lágrimas e oração. Corremos o risco de nos deleitarmos em comentar e em tecer julgamentos apressados sobre a vida alheia, que em nada contribui para o crescimento. Sugiro que deixemos Kaká e Carol bem como Marcelo Adnet e Dani calabresa de lado e passemos a refletir em nossa família. Pensemos em nós e em nossa casa.

A  pergunta que deveria fazer calar é: "Vai bem contigo? Vai bem com teu marido? Vai bem com teu filho?" (2Re 4:26). No caso, a resposta do texto bíblico foi que tudo ia bem, mas quem respondeu tinha em casa seu menino morto. E eu pensei em quantas famílias aparentam estar bem, mas na verdade, se já não morreram, estão à beira da morte, em nossas igrejas! E quando avaliamos o quadro geral, veremos que isso é sintomático de uma crise maior que tem alcançado o arraial dos crentes.

Avaliando o Quadro Geral




As estatísticas do Registro Civil do IBGE (2011) apontam que em 1 ano, a taxa geral de divórcios cresceu 45,06%, chegando ao maior patamar da história. Segundo a instituição, foram registrados no ano passado de 2011, o total de  243.224 divórcios, por meio de processos judiciais ou escrituras públicas, e as separações totalizaram 67.623 processos ou escrituras (aqui). Além disso, foi diagnosticado que a maioria dos casais está se divorciando antes de completar 15 anos de casados. O fato foi apontado pelo site da Câmara (aqui) como uma demostração de que a sociedade já vê com mais naturalidade o processo de separação conjugal. 

Uma das causas pode ser apontada como as mudanças na Constituição em torno da matéria. Desde 2009, novas leis têm sido trabalhadas pelo Executivo Federal, facilitando o divórcio no Brasil. Algumas medidas são a eliminação da necessidade de prazo para separações (PEC 413/05). Além disso, a advogada e vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IDBFAM), Maria Berenice Dias traz um questionamento que é um indicador dos novos tempos: "Ninguém precisa dizer por que vai casar. Por que, então, dizer por que vai separar?". Segundo ela, essa mudança na lei não comprometerá a estrutura do Estado nem a moralidade da família brasileira e, por outro lado, desafogará os tribunais.

Mas, de fato, não existe uma causa única. O Pastor evangélico Josué Gonçalves aponta algumas variáveis como a banalização do casamento como instituição divina; o hedonismo; a falta de modelos dignos para seguir, como o casamento dos pais como uma péssima referência; a mídia fazendo apologia do adultério; a falta de orientação pré-conjugal; a falta de espírito de perdão; a imaturidade dos casais, entre outras.

Não importa a maneira como tem sido retratado pelas leis ou pelos apologistas pró-divórcio ditos cristãos. Embora muitos se valham de apenas um texto controverso do AT (Dt 24:1-4) para justificativa de divórcio entre os crentes, por outro lado ignoram diversos textos onde claramente a Bíblia afirma que Deus odeia o divórcio (Ml 2:16) ou que o plano divino "desde o princípio" era que o casamento não fosse interrompido pela mão do homem (Mt 19:4-6). O casamento, aos olhos da Bíblia, é uma instituição divina e apenas Deus se põe no direito de legislar sobre ela.

Apesar de algumas vezes ser pintado como glamourosa, essa possibilidade de divórcio e novos casamentos tem suas consequências dolorosas. Vale a pena ouvir alguém que teve experiência própria:

"Eu sou um homem divorciado. Tem gente que pensa que porque me divorciei eu advogo o divórcio. Pelo amor de Deus! O divórcio é uma droga, é horrível. Dói nas entranhas, arrebenta você todo. Só advoga o divórcio quem nunca provou um ou quem passou por um divórcio da maneira mais leviana possível. Porque não basta que a Palavra nos diga que o divórcio é apenas uma amputação para salvar o ser de uma doença maior, e é só em casos extremos que se recorre a ele como medicina, mas não é, de modo algum, uma proposta de existência. Não significa: “Olha, se não deu certo, parte pra outro, e vai partindo, vai partindo…” Não. O indivíduo tem de fazer o possível para salvar o que tem. Só não dá para ficar se não der para suportar; se a alma estiver morrendo! Isso é uma coisa. Outra, porém, é fazer do divórcio uma proposta de vida. Quem faz dele uma proposta de vida é, em geral, aquele indivíduo que tem uma determinada condição pessoal e quer justificá-la. Então cria uma doutrina para justificar sua condição pessoal e sua doutrina passa a ser um ensino que induz outros para a mesma coisa. E isso é um perigo terrível! E cada um precisa tomar muito cuidado, prestar muita atenção — porque a tentação da autojustificação é enorme — para não fazer com que a sua condição de fragilidade pessoal ou da sua natureza se transforme num projeto de sedução para os outros. Se você tem o seu problema, viva o seu problema. Não transforme o seu problema numa causa." - Caio Fábio.

Diante disso, a pergunta levantada por certo líder cristão é intrigante: "Porque tem crescido entre aqueles que se afirmam como "nascidos de novo" algo que a Bíblia expõe claramente que Deus odeia?" Não seria falta de uma determinação de viver segundo a orientação divina? Mas ainda creio que o maior mal vem em não adotar atitudes preventivas, como o cuidado diário da relação e o cultivo de maior proximidade com a família  e com Deus. Nesse aspecto, atividades espirituais e de lazer, bem como dedicação de tempo de qualidade para se conhecer e se ouvir são definitivamente os mais necessários.

Considerações Finais


Para terminar, uma dica a todos: Ao invés de nos preocuparmos em discutir o casamento de Kaká e Carol, ou de Adnet e  Calabresa, repensemos e discutamos o nosso, para que amanhã também não sejamos parte das estatísticas negativas. O casamento deles é problema deles, e o nosso deve ser um problema nosso. - [Claudio Soares Sampaio].


Abaixo, Power Point para apresentação:



Cite a fonte = http://pastorclaudiosampaio.blogspot.com

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