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Steve Ditko Morreu Sozinho



Quando eu era ainda menino, idade de cinco anos fui apresentado ao mundo dos Quadrinhos. Queria muito que meu irmão mais velho lesse os gibis para mim, mas ele não tinha paciência. Era tenso aquilo. Então comecei a perguntar sobre o som das letras, e nessa disciplina paciente, emendado palavras, aprendi a ler sozinho. Fui para a escola aos seis anos já lendo fluentemente. E  foi uma alegria enorme quando pude não só comprar, como também ler os meus primeiros gibis: uma edição do Tio Patinhas da Abril, uma Batman formatinho da Ebal e uma Akim da Noblet, todas elas presentes de meu querido pai. Meu pai que não lia, mas que amava incentivar os filhos na leitura.

Hoje em dia encontramos Quadrinhos nas bibliotecas escolares e são recomendados pelos professores, mas naquele tempo, quem curtia gibis era visto com estranheza. Diziam, entre outras inverdades, que atrapalhava o rendimento na escola. Mas o interessante era que  meu irmão e eu, de séries diferentes, éramos sempre os melhores da classe! Hoje, depois de tanto tempo, sei que  o mérito era dos Quadrinhos, que abriram nossa mente  para o mundo e nos lançava  para uma nova visão da realidade.

Meu pai, apesar de sua limitação escolar, porém sempre bonachão, contrariando minha mãe que odiava "as revistinhas", sempre comprava gibis para nós, quando viajava ou quando nos levava ao mercado central da cidade.

Nessas muitas leituras, um dia, meu irmão e eu fomos apresentados ao Homem Aranha. Geralmente a abertura das histórias dos super heróis apresentava os seus criadores, mas naquele tempo, isso não era muito importante pra mim. O que eu sabia é que o Peter Parker era um rapaz esforçado, que depois de picado por uma aranha radioativa, descobriu que os grandes poderes trazem grandes responsabilidades; e que tinha de ser dedicado na escola; tinha de fazer dinheiro  nas horas vagas; e ainda tinha de cuidar da Tia May, sua idosa tia avó.

Naquele tempo conservador, o Homem-Aranha era o perfil do bom rapaz. Era uma boa influência. Pois o dito Peter era também o alter-ego do Homem-Aranha, que era um amparo para os indefesos da grande metrópole dominada pela alta criminalidade. Dois vilões atrapalhavam a vida do herói: o Duende Verde e o Dr. Octopus, ambos cientistas loucos, que usavam seus dons para o mal. Mas o Aranha sempre vencia!

Na década de 80, quando ainda não tinha TV em casa, era muito divertido quando podia assistir o seriado que passava nas tardes de domingo. Mas o que a gente curtia mrsmo era o gibizinho colorido que chegava todo mês na banca de jornais.

Bom, o tempo correu, não? E bem rápido! Hoje grandes produções são feitas com o personagem, que ganhou novas abordagens, mas a sua essência permaneceu. Nesse mundo globalizado, penso que praticamente todos sabem quem é o Homem- Aranha. O que poucos talvez saibam é o nome de seu criador. Falo do Steve Ditko.

Ditko nasceu na Pensilvânia em 1927, e ao lado do roteirista Stan Lee, foi co-criador do personagem, sendo responsável pelo seu visual (uniforme) e quem teve  ideia do lançador de teias que trazia nos pulsos. Seus traços foram  responsáveis pelo sorriso de muitos garotos daquele tempo. O triste de tudo é o modo como terminou sua vida. Notícias dão conta de que foi encontrado 29/06/18 em seu apartamento, com sinais de que teria falecido sozinho há uns dois dias. Tinha 90 anos!

Pouco sei da vida privada do artista, mas o que posso dizer é que foi um dos grandes desenhistas cultuados nos anos 70/80, e que ele foi um dos que fizeram minha adolescência mais feliz, desde o dia em que pude ver sua arte estampada nas páginas daqueles formatinhos da Abril, nos idos anos 80. Por isso e por muito mais, deixo cá minha homenagem.

Descanse em paz Steve Ditko. Os Nerds do mundo todo te amam. 😎

#RipSteveDitko #SteveDitkoDead #SteveDitkoMorreu

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