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Sexismo em Leviticos 15? A Impureza da Mulher Depois do Parto


Uma leitura desatenta das leis do Eterno, entregues por seu profeta Moisés, especialmente acerca da impureza, pode levar a conclusões equivocadas. Isso geralmente acontece na leitura desse capítulo.

Um pensamento que considero equivocado, embora muito difundido especialmente pela teologia feminista é a suposição de que as leis sanitárias (de modo particular aquelas destinadas às mulheres) eram opressivas, como no caso desse capítulo. Muitos definem as orientações dadas aqui como segregadoras e sexistas, ou seja, elas dividem a nação em homens e mulheres, dando maior importância aos homens.

É que naqueles dias, ao parir uma criança, a mulher deveria permanecer isolada como impura, devido ao contato com o sangue, tendo um período de 01 semana de reclusão, se fosse um menino e 02 semanas se fosse uma menina. Mais: se um menino, sua purificação do sangramento se daria depois de acrescentar 33; se uma menina, seria depois do acréscimo de 66 dias. Seria assim, um total de 40 dias para o menino, e de 80 dias para a menina.

Porque essas exigências do Eterno? Seria a opressão divina sobre as mulheres? Minha visão é que essas leis eram de proteção e demonstravam sensibilidade do Eterno para com elas. Deixo aqui as explicações que mais fazem sentido para mim, em minhas reflexões pessoais:

Naquele período de pouco entendimento medicinal, e poucos recursos sanitários, era preponderante o asseio e o correto uso do corpo, para a preservação da saúde. Um contato direto com focos de contaminação como sangue, cadáveres, leprosos, entre outros, poderia resultar em doenças e sua proliferação por todo o acampamento. As leis sanitárias, como as apresentadas neste capítulo, atendiam a demanda da saúde, protegendo o povo das epidemias. Na época da peste negra, na idade média, a contenção da epidemia foi a leitura e a obediência à orientação do Pentateuco, dando quarentena aos doentes e queimando os focos de infecção. Essas leis são até o presente, comprovadamente abençoadoras.

No caso do isolamento da mulher após o parto, como dito aqui, há consenso medicinal atual acerca da necessidade do puerpério ou resguardo, que deve ser pelo menos 06 semanas (42 dias) para descanso do útero, quando ele regride ao seu formato original. O puerpério ou resguardo ajuda a mulher na sua recuperação física. Assim, o tempo mínimo do Eterno eram 40 dias. Isso a ciência explica e apoia hoje como sendo benéfico.

E sobre a diferença de tempo para meninas? Podemos também entender através de uma visão moderna, que era inalcançável ao povo daqueles dias, mas completamente claras para o Eterno. Na atualidade se entende que na concepção de uma menina, a mulher perde uma taxa hormonal maior, ficando ainda mais fragilizada.  Além disso, uma pesquisa realizada pela Universidade do Estado de Ohio, Estados Unidos, com a participação de 80 gestantes concluíram uma maior sensibilidade da mulher às infecções, gerando também mais cansaço, sono e enjôos. A gravidez de meninas, comprovadamente, exige mais da mulher. Logicamente, seu corpo pediria mais descanso para recuperação, liberando-a dos riscos de uma infecção. O dobro do tempo em isolamento por certo a ajudaria nisso.

Outro possível fator é que no cuidado de um menino, poderia haver mais possibilidades de participação paterna para ajuda em sua higiene do que no cuidado de uma menina, que pediria mais atenção da mãe, nos seus primeiros dias. O tempo de exclusividade para com a filha, era, portanto, maior nesse caso. Ela não dividia sua atenção com o marido nem mais alguém.

Além disso, somando tudo, numa sociedade que girava em torno da sensualidade, quando os cultos eram voltados para orgias, e quando a mulher era vista apenas como objeto de prazer para muitos, era preciso, portanto, frear o ímpeto sexual dos homens, para que não desrespeitassem a necessidade da mulher em seus momentos de fragilidade. Digo especificamente no período menstrual e no pós-parto, quando ficavam isoladas e proibidas para o coito. Nisso, o Eterno demonstra grande sensibilidade e sabedoria, protegendo a mulher hebréia, dando-lhes tempo para descanso, após o parto.

A ida ao santuário após o isolamento e o sacrifício exigido não era outra coisa senão um atestado de obediência a palavra do Eterno, e era também por essa via que se declarava seu retorno ao convívio da comunidade. Era, portanto, além de um gesto de adoração, um rito de regresso e reabilitação diante da comunidade.

Concluindo, as leis sanitárias servem a um propósito de culto, mas acima de tudo uma preservação da vida de um povo que não sabe ainda tudo acerca da proteção da saúde e da proliferação das doenças. Para a mulher, especialmente, elas demonstram que o Eterno é sensível às suas necessidades. O Pentateuco demonstra que o Eterno ama as mulheres, não que as oprime.

Sensibilidade divina é uma boa palavra para meditarmos, enquanto lemos esse capítulo de Levíticos. E se pensarmos assim, sempre agradeceremos ao Eterno pelas suas leis e sentiremos prazer em obedecê-las mesmo sem entender bem o por quê das mesmas. - (Claudio Sampaio 2019)

5 comentários:

  1. Muito bom pastor. deus abençoe seu ministério. foi muito esclarecedor para mim.

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  2. Boa noite! Gostei muito do texto, me esclareceu esse trecho de Levítico. Porém não encontrei a fonte dessa informação: "Além disso, uma pesquisa realizada pela Universidade do Estado de Ohio, Estados Unidos, com a participação de 80 gestantes concluíram uma maior sensibilidade da mulher às infecções, gerando também mais cansaço, sono e enjôos." Pode divulgar a fonte?

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    1. Olá Paloma. Um dos links segue: https://ibabysite.com/blog/principais-sintomas-de-que-estou-gravida-de-uma-menina/
      Obrigado pela participação. Volte a comentar.

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  3. Muito boa a reflexão. Texto bem explicativo, diferente de todos os outros que já li!

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  4. A melhor explicação que encontrei! Obrigada

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