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LIÇÕES DO GLOBO DE OURO


"Disse Caim a seu irmão Abel: Vamos ao campo. Estando eles no campo, Caim se levantou contra o seu irmão Abel e o matou". - (Gênesis 4:8).

No último domingo, 05 de janeiro, a imprensa do mundo todo cobria as premiações do Globo de Ouro, quando a atriz Fernanda Torres recebeu o troféu de melhor atriz, pela atuação no filme "Ainda Estou Aqui", de Walter Sales Jr. Essa premiação só perde em importância para o Oscar.

O mais interessante foi o comportamento de seus pares: de Fernanda Montenegro, se viu profundamente emocianada pela conquista da filha; do diretor Walter Sales Jr, que cheio de sorrisos dizia que a premiação da colega foi merecida pois ela era "a alma do filme"; do seu companheiro de set, Selton Mello, que filmou e postou o discurso de Torres e a vibração de diversas celebridades como Demi Moore, que reverenciaram a atriz. Selton também escreveu em seu perfil no Instagram: "Eu filmo amigas no topo". 

Diante dessa cena de um ambiente profano, me vi a pensar: não seria esse o comportamento idealizado pelo Eterno em nossas relações como família e como igreja? Ficar ao lado dos irmãos quando caírem e celebrar com eles quando vencerem?

Porém é triste notar que isso nem sempre é uma realidade. O clima de disputa, ciúmes e vãs suspeitas ainda são nosso maior obstáculo, na construção de uma fraternidade e mais ainda, na busca de nosso preparo para o Céu.  

E isso vem de longe. Quando lemos o relato das origens percebemos que o primeiro conflito não ocorre entre dois grupos étnicos opostos, mas entre dois irmãos. Irmão mata irmão não numa disputa por terras, mulheres, dinheiro ou afetado por entorpecentes. Muito menos numa legítima defesa da vida ou da família. Não, nada disso! Caim mata a Abel depois de uma experiência de culto, embriagado pelo ciúme, numa disputa pela atenção divina, ao perceber que a sua performance e autoridade espiritual de primogênito foram superadas pelo seu irmão. Foi o ciúme e a amargura de seu coração que dentro de um ambiente de culto o cegaram e o levaram à prática do primeiro homicídio no mundo. 

Mas isso não ficou no passado, pois de lá para cá muitos outros conflitos aconteceram, na história do povo de Deus. Veja a história de José e seus irmãos (Gn 37:1s). Veja o episódio de Mirian e Moisés (Nm 12:12s). Veja o caso de Corá e seus adeptos (Nm 16:1s). Veja o comportamento dos discípulos de Jesus (Lc 22:24). 

Considerando que esse mal nos persegue ao longo dos séculos, penso que ainda valem os conselho de Paulo para a igreja: "Alegrem-se com os que se alegram; chorem com os que choram". (Rm 12:15). "Não pensem só em si mesmos. Procurem pensar no seu semelhante também e no que é melhor para ele." (1Co 10:24 YV). Não negligencieis, igualmente, a prática do bem e a mútua cooperação; pois, com tais sacrifícios, Deus se compraz". (Hb 13:16). "Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem". (Hb 12:15).

A contaminação da maldade citada no texto é real. A ação isolada de Caim gerou um mal de proporções gigantescas no mundo: destruiu a paz de uma ambiente familiar; gerou profunda dor no coração de seus pais; o levou ainda para mais longe de seu Criador; criou uma geração de inimigos do bem que mergulhou o mundo num mar de violência e promiscuidade que desaguou no juízo divino através do dilúvio. 

Essa "raiz da amargura" e seus efeitos, citado em Hebreus também podem ser ilustrados pela tragédia da Primeira Guerra (1914-1918). O estopim da Primeira Guerra Mundial aconteceu em 28 de junho de 1914, quando o arquiduque do Império Austro-Húngaro, Francisco Ferdinando, e sua esposa, Sophie, foram assassinados durante um desfile pelas ruas de Sarajevo, na Bósnia. 

Gravilo Princip, autor dos disparos, fazia parte de um grupo revolucionário que mantinha ligação com a Sérvia. Logo após o atentado, o Império Austro-Húngaro declarou guerra à Sérvia, e o que era para ser uma ação punitiva se tornou uma guerra mundial. A Alemanha, aliada dos austríacos, ofereceu apoiou militar. Por sua vez, a Sérvia era aliada da Rússia e da França, que ficaram do lado dos sérvios. Um ataque isolado mergulhou o mundo todo em uma guerra de quatro anos, gerando cerca de quarenta milhões de mortes. 

Ao contrário de todos os exemplos negativos mencionados até aqui, a Bíblia nos orienta a buscarmos sempre um ambiente de cooperação e cuidado mútuos. Ela também diz que para nós que nos dizemos cristãos, só há um inimigo, e este é o diabo. A nossa guerra não é contra carne e sangue mas contra "as forças espirituais do mal" (Ef 6:12). 

As pessoas fragilizadas espiritualmente podem ser manipuladas pelo mal para criar conflitos, gerando sentimentos não santificados. Quando isso acontece, a boca fala e o corpo sente. Palavras e atitudes mostram quando as forças contrárias ao bem estão em ação. 

Somente o discernimento cristão nos fará entender que a nossa guerra não é contra as pessoas mas sim contra o mal está nelas. Somente esse discernimento nos levará a agir como Jesus agia. Jesus viveu em um ambiente marcado por vaidades, disputas e ciúmes em torno das questões religiosas, porém nunca se deixou macular. E até mesmo contra o diabo, quando disputava o corpo de Moisés, ele não abriu a boca para proferir algum juízo infamatório, mas deixou essa repreensão ao cuidado de Deus Pai (Jd 7).

O conselho de hoje é: tenha em você mesmo o sentimento de Jesus (Fp 2:5s). O mal dos ciúmes, disputas e competições pode ser curado apenas quando estabelecemos para nós o modelo de Jesus. As posturas humanas, mesmo daqueles que ocupam funções de autoridade na esfera eclesiástica, ou de meros frequentadores de culto, sempre serão dadas a vícios decorrentes de nossa natureza maculada. Somente a busca da pureza e humildade de coração de Jesus é o modelo definitivo de definitivo para todos nós. 

Leia e viva, pois este é o verdadeiro culto de sacrifício que agrada ao Criador: 

E evitemos tudo o que possa criar dissensão e contenda, pois há um Céu diante de nós, e entre os seus habitantes não haverá contenda. (CS, pág 244).

"Não negligencieis, igualmente, a prática do bem e a mútua cooperação; pois, com tais sacrifícios, Deus se compraz". (Hb 13:16).

Pr Sampaio 2025
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Cite a fonte = http://pastorclaudiosampaio.blogspot.com

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