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Adeus a Morriconi: O Mundo Perde um Gênio



Hoje fui tocado a falar do grande maestro Ennio Morriconi, o grande gênio italiano que revolucionou as trilhas sonoras do cinema. Como alguém disse Morriconi deixou seu nome marcado na história da música erudita e no futuro será contado entre Beethoven, Mozart, Bach e outros grandes nomes da música.

Logo de entrada já adianto que não sou adepto daquela proposta de Platão, e por isso não posso afirmar a ideia de que a música só deveria ser composta ou cantada para os deuses e/ou os heróis. Mesmo na Bíblia, o exemplos como Cântico dos Cânticos demonstram que uma música para a exaltação do amor ou para homenagem a pessoas amadas podem ser adequadas dentro dos limites apropriados. 

Como qualquer outro ramo artístico, tais quais pinturas e desenhos (que amo), a música também é uma expressão diversificada, que traz beleza a existência e torna a vida suportável. E é impossível falar de música sem falar do grande maestro italiano Ennio Morriconi. 

Acho também impossível que qualquer pessoa que tenha vivido os anos 70 e 80 possa dizer que nunca tenha ouvido Morriconi. Ele simplesmente revolucionou a música, ao trabalhar nas trilhas sonoras dos filmes, especialmente nos anos 60 e 70, na era dos Western Spaguetti. 

Eu era apenas um garotinho de uns 10 anos quando meu irmão e eu fomos a uma matinê do Cine Sanguinetti e ouvi pela primeira vez aquele disco de trilhas de Bang Bang Italiano enquanto esperávamos o início da sessão. Ficava fascinado. 

E confesso que ainda hoje, quando em viagem, sempre ouço essas músicas no carro, e é incrível notar que minha filha de 10 anos também se deleita com essas músicas do mesmo modo que eu me deleitava há mais de 30 anos atrás, quando as ouvi pela primeira vez. Isso mostra como a arte de Morriconi é atemporal e por isso ficará imortalizada. 

Poucos músicos eruditos conseguiram a assumidade alcançada por esse artista. Era considerado por muitos como o maior compositor vivo. Morriconi tinha uma técnica única, que conseguia unir a música à paisagem e aos elementos sonoros dos filmes. Se alguém assistiu "Once Upon a Time" (Era uma Vez no Oeste) sabe do que estou falando. A música melancólica tocada enquanto a câmera de Sérgio Leone fitava os olhos grandes e tristes de Cláudia Cardinale, sob o Sol causticante do velho Oeste permanece indelével. 

Mas para mim, a que ficou inesquecível de fato foi aquela trilha sonora da "Trilogia dos Dólares" do Sérgio Leone, especialmente a sua conclusão em "The Good, The Bad, The Ugly" ("Três Homens em Conflito"). 

Eu assisti a esse filme com meu irmão há muito tempo, nos distantes anos de minha adolescência no interior de MG. Nunca me esqueci daquela música que foi reconhecida pelos críticos como umas das três melhores e mais aclamadas trilhas sonoras de todos os tempos. 

Quem nunca ouviu Morriconni deveria escutar o tema de "Once Upon a Time". O seu tom triste e melancólico parece evocar a sonoridade barroca típica das músicas de coral daquelas igrejas centenárias da Europa. 

Mas notificaram que Ennio Morriconni morreu. Uma pena. O mundo perde um gênio. Deixou uma influência insuperável no mundo da arte. Seus amigos o tinham como uma pessoa afetuosa e muito querida no seu meio, e antes de morrer aos 92 anos, ele se achava em atividade, criando com a mesma genialidade de sempre. 

Eu nunca conheci Marriconni pessoalmente, nunca cultivei afeto por ele à parte de sua arte, mas de repente senti como se perdesse um daqueles tiozinhos que visitavam a casa de meus pais nos meus dias de infância. 

Aliás, Morriconi sempre me visitou em minhas viagens solitárias, quando dirigia ouvindo suas composições lendárias. E digo que foi isso que me inspirou a escrever esse texto. 

Eu pensei sobre quantos poderão ter essa alegria de alcançar a excelência no trabalho e marcar sua passagem pelo mundo como fez Morriconni. Quantos poderão viver de tal modo que na prática de sua vocação deixarão um legado, uma marca positiva de sua passagem pela vida? 

Poucos conseguirão o feito desse artista, que pôde alcançar o mundo todo e ser amado até mesmo por aqueles que nunca o conheceram pessoalmente. Nesse caso, acerca de Morriconi podemos afirmar que a obra se tornou maior que o seu autor. E Isso, amigos, é excelência. 


#RIPMorriconni. 😊 
- Roma novembro de 1928
+ Roma julho de 2020.

http://pastorclaudiosampaio.blogspot.com

Um comentário:

  1. Olá amigo Claudio, que belo texto! Como eu era pobre e não tinha tv em casa, os filmes do Velho Oeste eu conheci na casa de pessoas. Da adolescência para a juventude, quando a tv chegou em minha casa, até vi alguns mais. Semelhante a você, tenho o hábito de ouvir um Bang Bang enquanto dirijo. Os meus filhos também se amarram. Especialmente quando viajo para o Espírito Santo, atravessando as paisagens de Minas. Um grande abraço!

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