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O HUMILDE JESUS OU O PODEROSO THOR?





Na série Vinland Saga, criada por Makoto Yukimura, com base na conquista da Europa pelos povos nórdicos, há um divertido diálogo entre os guerreiros vikings e um padre deprimido. 

O contexto era uma discussão sobre a singularidade dos deuses nórdicos e o desprezo pela figura de Jesus. Um personagem chega a dizer que viu um crucifixo e Jesus lhe parecia um Deus fraco. Sua impressão era a de que Thor poderia esmagar o Deus dos cristãos com um só golpe de seu martelo. 


O que Makoto tenta expor nesse cenário é apenas a dificuldade que os cristãos certamente enfrentariam na busca de apresentar sua fé no Deus crucificado aos povos nórdicos. E nesse ponto curiosamente, entra em cena o padre deprimido, que enfrentará dificuldades ao tentar ensinar aos nórdicos sobre a essência de sua fé, o amor.

De fato, entre os deuses da mitologia nórdica Thor era o mais amado, o mais poderoso e o mais popular entre os nórdicos na Era Viking. Era venerado como o deus dos trovões e das tempestades, o benfeitor das colheitas e da agricultura. No mundo nórdico era comum a presença de diversas estatuetas erguidas em sua homenagem. A sua principal arma era o martelo Mjölnir, com o qual comandava os raios, trovões e tempestades. 

O mais interessante é que na mitologia nórdica Thor cumpria um típico papel redentor. No dia do juízo final - o Ragnarök - Thor lutaria contra Jörmungandr, a serpente gigante. Porém ao matá-la, salvando os deuses da extinção, ele morreria afetado pelo veneno dela. 

Claro que há muitos ecos da história de Cristo misturados à de Thor. Porém, era de fato algo difícil para um nórdico daqueles dias declinar de sua fé em um deus que se projetava como um modelo de força, com ares de um guerreiro heróico e optar por um outro Deus, que sob muitos aspectos, a seus olhos se revelava em fraqueza. A proposta de que essa fraquezas era a revelação extrema do amor divino não era fácil de ser compreendida.

E isso é bíblico: Paulo mesmo dizia que a palavra da cruz era um “escândalo” para os judeus e uma “loucura” para os gregos. A dificuldade residia no fato de que ambos foram educados com a ideia de que à divindade se revelava apenas por meio de demonstrações de força. 

A memória dos judeus por exemplo, estava presa ao Sinai, com seus terremotos, trovões, relâmpagos e trombetas. Os pagãos por sua vez celebravam os feitos de Áries, Ajax, Hércules, Thor e outros. Nesse contexto, ouvir da fé em Jesus como um Deus manifestado em fraqueza não era fácil. 

Mas voltando ao início, como o padre do mangá, a Bíblia afirma que de fato, a essência da fé cristã reside no amor. A própria essência divina é o amor, pois “Deus é amor” (1Jo 4:8). A força de atração de Deus, na busca de redimir sua criação não é seu majestoso poder. Ao contrário, ainda prossegue sendo o amor. 

O amor é o mais nobre e o mais poderoso dos sentimentos.  Mais do que um sentimento, é um princípio, uma força capaz de subjugar mentes e corações, onde o poder, a autoridade ou a simples força bruta encontraria fracasso. 

Por amor à pátria quantos soldados depuseram sua vida! Por amor quantas mães se doaram pelos filhos! Por amor quantos cristãos fiéis foram martirizados! Por amor quantos casais apaixonados se expuseram à doação e ao sacrifício! 

Nenhum poder é maior forte que o amor. Foi por amor que o nobre Romeu e a doce Julieta romperam seus laços sanguíneos com os Montecchio e os Capuletto e se tornaram um símbolo de um afeto que não se dobra nem mesmo diante da morte. E tão poderoso é o amor, que levou o próprio Deus a ir ao encontro da morte, para redimir sua criação.

Sim, foi com uma proposta de amor que o Deus infinito se fez homem, para que o homem, objeto de seu afeto, pudesse entender sua linguagem e correspondesse ao seu amor. 

E foi precisamente na cruz, em sua maior expressão de fraqueza, que Deus declarou a imensidão de seu amor: “Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigenito (Jo 3:16). E foi em sua fraqueza que Deus se fez tão forte a ponto de arrebatar o coração de todos os que se abrem para crer nas boas novas. 

Embora os personagens da série viking mencionados não compreendessem a grandeza de um Deus manifesto em fraqueza, a história dá conta de que logo o Cristianismo abarcaria toda a Europa, incluindo as terras nórdicas. Sim, o Deus crucificado pôs de joelhos o poderoso Thor! 

A linguagem da força ainda é a que prevalece no mundo. O naturalismo darwinista exalta os fortes. A competitividade empresarial não admite fraqueza. Porém, segundo as Escrituras “a loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria humana, e a fraqueza de Deus é mais forte que a força do homem. 
(1Coríntios 1:25). 

Ainda hoje o Deus crucificado continua atraindo seus filhos. Ele ainda nos convida a amá-lo e servi-lo. Poderia Deus fazer uso da força, porém, apela para a linguagem do amor. 

A pergunta que fica é: o que você estaria disposto a fazer para Deus em resposta a seu amor? Por amor a Cristo muitos doaram tudo, inclusive a própria vida. O que ele te pede hoje que você precisa doar? Seu tempo? Seu dinheiro? Suas habilidades? 

Pense nisso e tenha um bom dia com muita alegria! 

Pr Sampaio 
Betim 15 Março 2023. 



Cite a fonte = http://pastorclaudiosampaio.blogspot.com

Um comentário:

  1. Conheci o seu blog hoje. Muito bom o conteúdo. Parabéns!!
    Grande abraço e Deus abençoe.

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