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Ascensão e Queda de Dudley M. Canright: Lições de Uma História.

Compilado e adaptado
Por Claudio Soares Sampaio
Pastor em São Francisco, MG

Encontramos nas veneráveis páginas das epístolas escritas por Paulo o nome Himeneu mencionado duas vezes em forma acidental.1 São duas referências distintas e, com elas, sem muito esforço de imaginação encontramos elementos suficientes para pintar o retrato de um cristão apóstata. Defendendo idéias espúrias no tocante à doutrina da ressurreição, ele e Alexandre suscitaram no seio da igreja não pouca agitação. Com palavras cáusticas e incisivas o apóstolo descreve a sorte destes dois indivíduos, dizendo: "... os quais entreguei a Satanás para que aprendam a não blasfemar."2

O pregador das nações tinha em mente a desventurada experiência destes dois indivíduos quando, exortando a Timóteo, declarou: "Este é o dever de que te encarrego, ó filho Timóteo... combate ... o bom combate, mantendo fé e boa consciência, porquanto alguns, tendo rejeitado a boa consciência, vieram a naufragar na fé."3

Neste texto, de forma sucinta, apresentaremos os aspectos mais relevantes da vida de um influente obreiro que, tragicamente sucumbiu no encapelado mar da incredulidade. Perdendo a confiança na genuinidade do adventismo, apartou-se dos caminhos de Deus e naufragou em sua experiência cristã.

Entre os que renunciaram a fé adventista e se uniram às fileiras dos adversários da Igreja, pontifica a personalidade sinuosa de D. M. Canright (foto 1), conhecido por suas incongruências, contradições e instabilidade emocional.

Dudley. M. Canright

Em 1859, depois de assistir a uma série de reuniões conduzidas por Tiago White, uniu-se à Igreja Adventista do Sétimo Dia. Era então um jovem cheio de energia, vibração e fervor. Dois anos mais tarde, dirigindo-se a Battle Creek, consultou o Pastor White sobre as possibilidades de se tornar um ministro. White ofereceu-lhe uma Bíblia e alguns diagramas proféticos e disse-lhe: "Dudley, tome-os e inicie sua experiência como pregador. Quando se convencer de que se equivocou ao aspirar ao ministério, traga-os de volta.'' No ano seguinte, em uma reunião campal, White o interrogou: "Como lhe foi? Onde estão a Bíblia e os diagramas?'' Dudley respondeu sem circunlóquios: "O senhor os perdeu."4 Com efeito, ele já se havia iniciado na obra ministerial com notável entusiasmo e evidente êxito.

Inspirado pelo desejo de animar o jovem pregador a não se conformar com um ministério medíocre, White o exortou dizendo: "Não se conforme em ser um pregador comum, mas lute para ser alguém, ou morra tentando.''5 Motivado por este conselho, o jovem pregador se aplicou com tal devoção, que em pouco tempo passou a ser aclamado por suas qualificações admiráveis e incomuns.

Seus talentos naturais e o afã de exercer um ministério proficiente, projetaram-no como um dos mais respeitados pregadores no círculo ministerial adventista em seus dias.

Aos 24 anos de idade foi ordenado ao ministério pelos pastores White e Loughborough. Imediatamente após, foi enviado aos Estados da Nova Inglaterra para trabalhar com o Pastor J. N. Andrews. Foi então que aceitou pela primeira vez o desafio suscitado por um ministro evangélico para um debate público. Na defesa do pensamento teológico adventista, revelou-se arguto controversista, capaz de infundir temor e terror a qualquer adversário. Este debate inaugurou na Igreja um período de polêmicas, quando os pregadores adventistas passaram a ser conhecidos e respeitados por sua habilidade em esgrimir argumentos bíblicos em defesa de sua fé e crenças fundamentais.

Embora vitorioso em memoráveis debates, revelou em seu ministério as debilidades próprias de um caráter mutável, irresoluto e inconstante. Em 1869, enquanto ocupado em seus labores ministeriais no Estado de Iowa, aceitou o desafio de um respeitado pregador presbiteriano. O Pastor Butler, então presidente da Associação, acompanhou-o na confrontação teológica com o ministro evangélico. Canright, valendo-se de uma dialética firme e sutil, conduziu o debate com talento e reconhecido brilho. Porém, após haver neutralizado de forma vigorosa e convincente os argumentos adversários, Butler o encontrou deprimido e perplexo, quase disposto a abandonar a Bíblia e seguir os caminhos tortuosos do agnosticismo. Butler lutou com ele durante o resto da norte, orando e fortalecendo-o em sua experiência cristã. Pela manhã sentiu-se reanimado, recuperando depois seu entusiasmo e fervor.

Esta dramática experiência pôs a descoberto um dos rasgos mais negativos de seu caráter – a instabilidade emocional. Ao longo de suas atividades evangelizadoras viveu momentos de contagiante entusiasmo, seguidos por períodos depressivos caracterizados por agudas crises em sua experiência religiosa. Em seu diário encontramos as evidências inequívocas de que ele próprio admitia alguns de seus deméritos – "o orgulho, exaltação própria e um espírito intolerante em relação aos outros"6 – que o levavam por vezes a pensar que com tais defeitos de caráter jamais alcançaria a vida eterna.

Em 1873, foi convidado pelo casal White para, com sua esposa Lucrécia e a pequena filha, acompanhá-los em um período de repouso em um aprazível sítio em uma região montanhosa. Como conseqüência de sua enorme sobrecarga de trabalhos, o Pastor White havia sofrido um derrame prematuro e agora convalescia, respirando o ar montanhês. A Sra. White, exaurida com as múltiplas atividades e cuidados em relação com a Igreja, valia-se da oportunidade para recuperar as energias combalidas.

Durante várias semanas as duas famílias desfrutaram os deleites e os encantos de uma pausa em suas atividades regulares. Ocuparam-se cada dia caminhando despreocupados através de sinuosas veredas, contemplando embevecidos os vales verdejantes e suas encantadoras pradarias que se estendiam ao sopé da cordilheira. Em seu diário a Sra. White descreve algumas destas excursões, intercaladas com momentos preciosos dedicados à oração e comunhão com Deus.7

Desafortunadamente algumas pequenas incompreensões precipitaram uma repentina deterioração nas relações entre as duas famílias, dissipando o prazer e as alegrias que até então haviam desfrutado.

Dois anos antes, a Sra. White (foto 2) recebera em visão uma mensagem dirigida ao casal Canright, denunciando algumas de suas debilidades de caráter. A ocasião agora lhe pareceu propícia para que a mensagem lhe fosse apresentada. Com o título – "A um Jovem Pastor e Sua Esposa'', ela inicia assim:

"Na visão que me foi dada, foi-me mostrada sua vida passada. Vi que desde sua infância o irmão tem sido cheio de confiança própria, voluntarioso, obstinado, e sempre agiu por sua própria cabeça.... O irmão aceitou a verdade, amou-a, e esta lhe foi de grande ajuda; contudo, não operou aquela transformação necessária para alcançar o perfeito caráter cristão."8
Estas e outras observações contidas na mensagem, foram consideradas por ele demasiado severas e ofensivas. Ferido em seu orgulho, decidiu interromper o descanso e, desanimado, partiu para a Califórnia. Ocupando-se então em atividades agrícolas, pareceu não mais disposto a continuar a obra que com tanto êxito havia começado. Porém, os irmãos o animaram e logo, refeito, começou a pregar outra vez, e muitas almas se uniram à Igreja como resultado de suas atividades evangelizadoras.

Pouco mais tarde, estando ainda na Califórnia, enviou à Review and Herald um artigo expressando sua confiança incondicional no ministério profético da Sra. White.

Em 1878, foi eleito presidente da Associação de Ohio, onde prestou um relevante serviço. Dais anos mais tarde, preocupado com um problema vocal que parecia se agravar, decidiu ir à Escola de Oratória de Hamill, em Chicago, animado pelo desejo de educar a voz, a fim de usá-la com mais eficiência em suas atividades como pregador. Como requisito escolar, os alunos deviam pôr em prática as lições aprendidas, pregando nas igrejas da área de Chicago. Canright, com o seu talento, logrou abrir as portas de inúmeras igrejas evangélicas que o convidavam para pregar.

Numa noite de domingo, pregou na igreja de West Side, sobre "A Herança dos Santos", a um auditório estimado em 3.000 ouvintes. Entre os presentes estava um professor do Colégio Adventista de Battle Creek – D. W. Reavis – que também estudava na Escola de Oratória de Chicago. Com sua extraordinária retórica, Canright logrou eletrizar seus ouvintes que, extasiados, acompanharam-no em sua magnífica exposição homilética. Após o sermão, o Professor Reavis o acompanhou caminhando em direção a um parque situado no outro lado da avenida. Dirigindo-se a Canright, expressou-se agradecido pela mensagem cheia de vitalidade e poder por ele apresentada.

Após as palavras de Reavis, eles permaneceram em silêncio por alguns momentos, assentados em um banco naquele aprazível jardim. Canright parecia mergulhado em profundas reflexões. Subitamente, levantou-se e, rompendo o silêncio, disse: "Reavis, eu poderia ser um grande pregador se a mensagem que temos não fosse tão impopular." Surpreendido, ele respondeu convicto: "Dudley, a mensagem fez de você o que é, e no dia em que a deixar, voltará ao mesmo lugar onde ela o encontrou."9

Este diálogo nos permite perceber os sonhos de grandeza que ele acariciava no coração.

Gradualmente a mensagem adventista passou a ser considerada por ele como um obstáculo intolerável, frustrando aspirações geradas em seu coração não santificado.

Com palavras incisivas e sem circunlóquios, a Sra. White o censurou, dizendo:
"Sempre tivestes o desejo do poder, da popularidade, e isto é uma das razões de vossa presente situação. ... Quisestes ser muita coisa, e fizestes uma ostentação e um ruído no mundo, e em resultado disso, vosso sol certamente se porá em obscuridade."10
Canright vivia outra vez um período de eclipse em sua experiência cristã. Ocupou-se em atividades seculares e, segundo suas próprias palavras, descontinuou por algum tempo a observância do sábado. Pensou até mesmo, com seriedade, em se tornar um pregador metodista. Porém, com a consciência torturada, dirigiu-se ao Pastor G. I. Butler buscando uma palavra de ânimo e certeza para sua alma atribulada e aflita. Mais tarde, em um artigo publicado nas páginas da Review and Herald, descrevendo este período de vacilações e incertezas, declarou:
"Há aproximadamente um ano me senti completamente desanimado. Pareceu-me que o meu trabalho era inútil, e que eu devia abandoná-lo...
"Por quatro meses segui este caminho. Procurei diligentemente descobrir se havia algum erro em nossa mensagem, ou se me era possível seguir outro caminho. ... Descobri que a minha fé na doutrina adventista era tão vigorosa que me tornava impossível crer em algo diferente. ... E por isso fui a Battle Creek... e conversei livremente sobre as minhas dificuldades e provações com o Pastor Butler, o casal White e outros....
"As minhas dificuldades desapareceram, e o meu interesse e confiança originais na mensagem foram reavivados. Sinto-me agora plenamente reintegrado... Tudo quanto sou e possuo serão colocados sem reservas em Seu serviço... Confio humildemente na graça de Deus que me ajudará a manter esta resolução."11
Desafortunadamente seu protesto de fidelidade à mensagem adventista foi olvidada poucos meses mais tarde. Em 1882, tendo a alma agitada por dúvidas perturbadoras, abandonou o púlpito para se dedicar às atividades agrícolas, em Otsego, Michigan. Em carta dirigida a um amigo afirmou que jamais retornaria às fileiras do ministério. Com clareza sublinhou que tal atitude se inspirava em uma firme convicção de que as visões da Sra. White eram fabricadas em sua mente e, como tal, "não procediam de Deus".

Desta vez a apostasia de Canright parecia irreversível. Porém, em resposta aos vários convites que lhe foram dirigidos, decidiu assistir às reuniões campais celebradas em Jackson, Michigan, no começo de 1884. Após sucessivos diálogos com vários dirigentes, e depois de preciosos momentos dedicados à oração, decidiu confessar publicamente suas vacilações e equívocos. Aproximadamente mil pessoas reunidas, muitas com o rosto banhado em lágrimas, ouviram-no falar sobre as densas nuvens que nublavam sua mente. Agora, entretanto, afirmou: "... tudo se me afigura claro e radiante."

Confessou então, haver acariciado em seu coração sentimentos amargos contra a Sra. White, por suas mensagens de repreensão e censura. Em companhia de um seleto grupo, dirigindo-se à Sra. White, abriu o coração quebrantado e, confessando seus sentimentos, pediu-lhe que o perdoasse. Sobre esta experiência, em um testemunho posteriormente enviado a Canright, a mensageira de Deus assim se expressou:
"O irmão então humilhou o seu coração e pediu-me perdoá-lo pelas coisas ditas contra mim e minha obra. Perdôo-o em forma incondicional... pois estes males não foram praticados contra mim. Fui apenas o instrumento interpretando a mensagem que Deus me deu."12
Em um artigo publicado nas páginas da Review and Herald, ele confessou consternado sua imensa tristeza, dizendo:
"Penso que minha descrença nos Testemunhos e outras verdades, surgiu por haver aberto o coração às dúvidas, e havê-las acariciado e magnificado.
"Como Pedro, não me conhecia até que Deus permitiu-me ser provado. Sinto-me agora grandemente humilhado, sob o efeito vergonhoso de meu próprio fracasso.
"Percebo com satisfação, que minha própria salvação e utilidade em salvar outros depende de minha conexão com este povo e esta obra. E aqui reafirmo minha determinação de arriscar tudo quanto sou, possuo ou espero ter, nesta e na vida futura, com este povo e esta obra."13
Após haver renovado sua confiança nos ideais da terceira mensagem angélica, viveu um período radiante e frutífero em sua experiência ministerial. Escreveu então seus mais apreciados artigos em defesa de nossa fé. Porém, a mesma crise de fé que nos anos anteriores o arrastou aos abismos da dúvida, parecia recrudescer outra vez. Canright era, com efeito, um ciclotímico irrecuperável.

Em janeiro de 1887, decidiu se retirar das fileiras do adventismo. Seus amigos foram informados de sua decisão. Ao presidente G. I. Butler, escreveu dizendo: "Estou abandonando a Igreja. Jamais lutarei contra ela, porém estou abandonando-a. Não mais creio em seus ensinos."14

Uniu-se aos batistas, onde foi recebido com festivas aclamações. Escreveu um livro – Seventh-day Adventism Renounced  (foto3)– com o qual pretendia demolir o edifício da fé adventista. Usando argumentos enganadores, tentou demonstrar a "falácia" da fé adventista. Sua ex-secretária, entretanto, em um livro escrito 50 anos após sua morte, descreve-o vivendo intermitentes períodos de angústia e aflição, quando então, perplexo, repetia: "Sou um homem perdido! Perdido! Perdido!"15

Em 1903, atenuou sua disposição beligerante contra a Igreja. Convidado por Reavis, que com ele estudou na Escola de Oratória, em Chicago, compareceu a um concílio ministerial em Battle Creek. Confessou então haver tomado uma decisão equivocada, e por esta razão não tinha paz de espírito. Com a voz embargada por uma profunda emoção, acrescentou: "Eu me alegraria, se pudesse voltar atrás, mas não posso! É demasiado tarde! Estou perdido para sempre!" Dirigindo-se então a Reavis. com o rosto umedecido pelas lágrimas, exortou-o: "Faça você o que quiser, mas não combata nunca a mensagem."16

Seus últimos anos foram vividos entre humilhações, angústias econômicas e atrozes padecimentos físicos. Uma perna lhe foi amputada como resultado de um acidente que quase lhe roubou a vida. Inválido, sentiu sua saúde deteriorar-se rapidamente. Passou a sofrer então, em toda a sua intensidade, as angústias intoleráveis de um imenso ostracismo. Os batistas que o receberam com ruidosas manifestações de apreço e admiração, pareciam dispostos a ignorá-lo e desconhecer suas necessidades.

No dia 12 de maio de 1919, após um rosário de aflições e desenganos, Canright faleceu. Foi sepultado no pequeno cemitério de Mountain Home, em Otsego, na presença de um reduzido número de pessoas, testemunhas da solidão que o acompanhou em seus últimos anos.

As palavras – "o vosso sol se porá em obscuridade", cumpriram-se com assombrosa precisão.


Notas


1. 1Timóteo 1:20; 2Timóteo 2:17.
2. 1Timóteo 1:20.

3. 1Timóteo 1:18, 19

4. Carrie Johnson, I Was Canright's Secretary, pág. 14.

5. Review and Herald, 20 de março de 1873.

6. Carrie Johnson, I Was Canright's Secretary, pág. 17.

7. Manuscrito 9, 1873.

8. Ellen G. White, Testimonies, vol. 3, pág. 305.

9. Carrie Johnson, I Was Canright's Secretary, pág. 58.

10. Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 163.

11. Review and Herald, 13 de setembro de 1881.

12. Ellen G. White, Testimonies, vol. 5, pág 623

13. Review and Herald, 7 de outubro de 1884 14.

14. Citado por Arthur L. White, Diálogo com os Testemunhos, pág. 99.

15. Carrie Johnson, I Was Canright's Secretary, págs. 134, 135.

16. D. W. Reavis, I Remember, pág. 120.

Extraído do capítulo 12 da valiosa obra
OLIVEIRA, Enoch. A Mão de Deus ao Leme. Santo André, SP. Casa, 1985.

pastorclaudiosampaio.blogspot.com

16 comentários:

  1. Triste história...fica como alerta a aqueles que movimentam tanto a pena quanto a língua de modo contrário ao ministério adventista. Não há bênçao nisso.

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  2. Pastor Cláudio, já se deu ao trabalho de ler o livro Vida da Senhora Ellen White, da autoria de Canright? Seria importante e lhe daria um maior embasamento, talvez, para suas reflexões.

    O senhor o encontrará na língua original em http://www.ellenwhiteexposed.com/canright/egw16.htm

    O capítulo 17 é bem significativo.

    27 de dezembro de 2010 21:52

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  3. Olá Professor

    Antes de qualquer coisa, obrigado pela sua atenção.

    Tive oportunidade de ler sobre a vida e obra de muitos que combateram a igreja e de modo especial à distinta sra. White, que é amada não só pelos adventistas, mas também por muitos outros crentes sinceros. Quem a desaprova nunca se deu ao trabalho de ler seus escritos. Fazem abordagens a priori, com base apenas em citações desvinculadas de contexto, selecionadas por outros opositores de menor quilate que Canright.

    Na verdade, os ataques de Canright deram certo desconforto nos momentos iniciais, mas ele mesmo se traiu. É ele uma figura superada dentro de nossa história. Seus argumentos foram já refutados, de modo que poucos como você ainda se valem deles, dando certo valor ao seu conteúdo contraditório. Se você deseja saber mais sobre respostas dadas às suas argumentações, leia o post de hoje, 27 de dezembro de 2010: “Canright: um retrato sem retoques de um apóstata”. Além disso, leia o livro de um dos maiores eruditos do mundo, não só entre os adventistas, o Arnaldo Christianini: "Subtilezas do Erro". Um livro afamado é aquele escrito por Carrie Jonhson, "I Was Canright's Secretary" ("Eu Fui Secretária de Canright"), quando aquela que o auxiliava em vida via sempre ele a lamentar pela sua sensação de perdido, quando longe da IASD, e seu desejo de retornar. Outros livros foram escritos de pessoas que conviveram com Canright. De fato, o que ele sempre fez foi manipular coesrmações, mesmo ciente que o pensamento trabalhado não era verdadeiro. Era um ciclotímico irreversível, nas palavras de Enoch de Oliveira.

    (continua)

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  4. (continuação)

    Os motivos da postura agressiva de Canright não eram movidas pela paixão pela verdade. Podemos encontrar pelo menos 3 motivações:

    1. Dificuldade doutrinária. George Knight, historiador, eme seu livro " A Mensagem de 1888" entende que um dos dramas de Canright era sua dificuldade de entender a doutrina da Justificação pela Fé. No célebre concílio de 1888 temeu que a IASD tomava posturas rumo à apostasia. Mas desconsiderou que a IASD jamais tomou postura corporativa contra a mensagem da justificação pela fé com base na questão da Lei em gálatas, conforme exposto por Jones e Wagonner. Alguns participantes do concílio de 1888 realmente rejeitaram, outros ficaram confusos e outros aceitaram de bom grado e a afirmaram. A igreja dos apóstolos teve certas dificuldades quanto a esse tema como a igreja de Roma a quem Paulo escreveu. Mas não estavam apostatadas. Cremo que em todas as áreas, a IASD teve um conhecimento progressivo.

    2. Outra foi o caráter orgulhoso que não se dispunha a se dobrar diante das orientações dadas a ele pela mensageira do Senhor, E. G. White. Ela deu a ele orientações e o preveniu de todas as complicações futuras que sua postura o levaria. Ele se indispôs contra a Sra. White e a difamou pela voz e pela imprensa. Mas tudo era motivado pelo ódio. Ele sabia que estava errado em suas posturas. O próprio Canright, em 1887, escreveu sobre ela na Review and Herald: "Peço licença para dizer que conheço bem a Sra. White. Há dezoito anos mantenho contatos freqüentes com ela. Freqüentei a sua casa. Não é fanática." E cito Christianini: "esse mesmo homem, que não quis atender às admoestações da serva do Senhor e subitamente contra ela se rebelou e contra ela proferiu e escreveu as mais torpes difamações, mais tarde penitenciou-se do seu erro e, diante do esquife em Battle Creek, reafirmou, em soluços: 'Foi-se uma nobre mulher.' Deveriam ponderar isso honestamente os nossos oponentes costumam escorar-se em Canright. Mesmo rijamente atacada em sua reputação por aquele infeliz renegado, ela jamais teve uma palavra de represália. Orava por ele. Referia-se a ele como a um transviado, digno de simpatia."

    3. Outro motivo é que ele desejava a fama. Talvez por isso tenha tomado posturas tão radicais. Canright queria ser um grande pregador, mas cria que pregando esta mensagem nunca conseguiria, por isso a abandonou. A historia dele chama a atenção, no livro "Eu fui secretária de Canright", de Carrie Jonson. Ela foi secretária depois que ele saiu da IASD. Ela ouvia ele dizer: "é muito tarde para eu voltar".

    De modo que não li o livro, nem tenho interesse em ler. Mas conheço as argumentações do dito Canright, mesmo antes de freqüentar o Seminário de Teologia. Não perderia tempo com este livro.

    Mas já que me recomendou leitura, segue uma para você: de Herbert Douglass, "A Mensageira do Senhor". Talvez o estudo mais completo e exaustivo escrito acerca de E. G. White já escrito. Ali o autor faz uma análise de Ellen em seus vários aspectos: psicológicos, vida particular, contexto histórico, as aparentes contradições de seus escritos, etc...

    Finalmente: depois de tudo que foi Canright e as contradições em que se meteu nada do que escreveu movido pelo espírito de contenda e orgulho não merece crédito.

    Creia, amigo, há melhores coisas para se ler.

    Abraço de seu irmão em Jesus.

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  5. Ok, Pastor, aproveito apenas para fazer uma correçãozinha: No título deveria constar Ascensão.

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  6. Caro pastor Cláudio, primeiramente parabéns por ter postado meu comentário, ainda que meio avesso ao que o senhor pensa. Isso revela um louvável espírito democrático e denota, também, um preparo de sua parte para um saudável diálogo.

    Permita-me destacar algo de sua resposta:

    "Quem a desaprova nunca se deu ao trabalho de ler seus escritos. Fazem abordagens a priori, com base apenas em citações desvinculadas de contexto, selecionadas por outros opositores de menor quilate que Canright."

    Quando o senhor diz:

    "Creia, amigo, há melhores coisas para se ler."

    "De modo que não li o livro, nem tenho interesse em ler. Mas conheço as argumentações do dito Canright, mesmo antes de freqüentar o Seminário de Teologia. Não perderia tempo com este livro."

    Não estaria fazendo com Canright o mesmo que têm feito com a Senhora White? Concordo com o senhor que não se deve criticá-la sem antes conhecer seus escritos. P ilustrar: Mesmo sabendo de antemão que Joseph Smith é um falso profeta, se eu me dou ao trabalho de ler o que ele escreveu e me ponho em seguida a refutá-lo embasado no que li dele próprio, certamente terei uma maior autoridade, concorda? A primeira coisa que um mórmon me perguntaria seria isso: "Já leu algo dele?" "Como ousa criticá-lo se se baseia apenas no que dizem?"

    Dirk Anderson, um fervoroso adventista e defensor da Sr White mudou suas impressões sobre o que diziam de Canright depois que leu seus escritos. Segundo ele, buscou embasamento nos documentos da Associação Geral para refutá-lo, mas o que encontrou corroborava seus escritos.

    Abçs, Pastor.

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  7. Olá meu caro

    Obrigado pela correção. É que eu mesmo digito e reviso, o que me leva a cometer essas gafes de vez em quando. Sempre fico a corrigir meus posts, mesmo depois de publicados. É regra bem conhecida o "s" depois de "n", entre duas vogais.

    Sobre o seu comentário, é bom que se estabeleça fronteiras na comparação. E. G. White é uma cristã sempre atacada. Eu devo fazer juízo de seus escritos pelo que eles representam em favor da verdade. O trabalho de Canright é de atacar e denegrir. Houvesse algo mais produtivo de sua lavra para se ler, eu leria de bom grado. O julagmento que faço não é a priori: eu digo apenas aquilo que ele mesmo disse ter feito todo o final de sua curta vida: denegrir a imagem de uma boa cristã e atacar seus antigos irmãos e à fé que ele mesmo defendeu por cerca de 28 anos! Para quem se arrogava como bom teólogo, ele demorou muito para perceber a lama na qual estava mergulhado. Porque será que seu vevneo só destilou depois de suas repreensoes feitas por Ellen?

    Assim sempre agi e ajo em relação a essas obras escritas motivadas pelos motivos malignos. Tenho visto inúmeras obras que combatem a fé adventista em bibliotecas e livrarias. Não perco tempo com este tipo de escrito. Leia o post de hoje, 14 de janeiro de 2011, que ali terá uma visão de meus motivos para essa postura.

    Sobre Dirk Anderson,ele é apenas mais um daqueles que buscavam motivos para descrer e não para crer. Outros em grande maioria, como o Arnaldo Christianini leram e responderam com base bíblica aprofundada aos questionamentos de Canright.

    Pondere que as argumentações de Dirk Anderson também já foram refutadas. Poderei te enviar a lgo desse material se assim desejar.

    Se o próprio Canright reconheceu haver errado em seus argumentos proximo ao fim de sua vida e diante de várias pessoas no sepultamento de de Ellen, para o qual não foi convidado, que valor teria para mim a leitura insuflada pelo fervor do ciúme e do orgulho?


    Continuo dizendo: há melhores coisas para se ler. E no caso de Canright, não é nenhuma abordagem a priori o que afirmo dele. Foi seu testemunho de vida e o conteúdo de suas obras revelam isso a que me refiro.

    Você terá sempre razão para duvidar, mas maiores ainda para crer. A fé verdadeira se agarra à Verdade em face das dúvidas. Tenha fé, Gilberto, e as dúvidas se dissiparão. Nalguns casos, é preciso crer para compreender.

    Abç

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  8. Ricardo Victal de Limamaio 31, 2011

    Pastor Cláudio, a Paz de Cristo.
    Então me envie, por favor, as refutações ao artigo de Dirk Anderson " A Nuvem Branca" e ao artigo de Gordon Shigley "Amálgama de Besta e Homem" O que Ellen White quis dizer?
    Por dois anos e meio pedi esclarecimento, inclusive ao Dr. Herbert Douglass, autor do livro "Mensageira do Senhor", e nada. NENHUMA REFUTAÇÃO CONVICENTE.

    Meu e-mail victaldelima@yahoo.com.br

    Um abraço fraternal.

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    Respostas
    1. Sobre Dirk Anderson, leia algo aqui: http://www.adventistas.com/jun2000/ellen&dirk.htm
      Abraço e volte a comentar

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  9. Pastor Cláudio, obrigado por esse texto. Suas palavras foram de grande esclarecimento e sabedoria.

    Grande abraço.

    Giancarlo

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  10. Pastor Cláudio Sampaio, retorno a este tópico depois de tanto tempo para insistir no porquê de se recusar a ler o livro de Canright sobre a vida de Ellen White. Seria por que ela mesma advertiu a esse respeito? lembro de ter lido algo dela sobre o perigo de se ler o que Canright escrevia. Seria um temor de ser influenciado pelo que ele diz?

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    Respostas
    1. Olá Gilberto

      Que bom vê-lo outra vez em minha página.

      A resposta já foi dada, rs. Não tenho um pingo de interesse em algo que tenta demolir o que está solidamente edificado. Seria uma perda de tempo pra mim. Tenho uns 30 livros na lista de leituras, até mesmo uma ficção de Jonathan Littel, As benevolentes, que me tomou parte de duas férias e não consegui concluir. A boa fase de Canright não será esquecida. mas esse que vc me indicou não me ataria.

      Abraço e volte a comentar.

      Ps: escreve poesia ainda? e nunca comentou nenhuma das minhas.

      Excluir
  11. Otimo artigo! Veja o que algumas pessoas de outras denominaçoes andam postando sobre Canright, usando seu livro para tentar derrubar a teologia adventista: http://adventismonamiradaverdade.blogspot.com.br/p/livros.html

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  12. O adventista (sincero) que ler o livro de Canright ,abandona aos erros doutrinário dessa igreja

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  13. Quando li na íntegra o livro Vida da Senhora White, de Canright, pude entender o porquê da igreja advertir tanto contra a leitura dele. Acho temerário demais criticar o que não conheço, por isso o li, mas às vezes o medo nos leva a isso. Durante anos temi lê-lo. Abraços, pastor.

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  14. Pastor Cláudio, o livro de Canright continua a constar no seu Index Librorum Prohibitorum? Deveria ler Life of Ellen White, de Canright, para poder opinar com mais embasamento. Não há veneno em suas páginas (ao menos em sentido literal) como nas obras mencionados em O nome da Rosa, seu filme preferido. Não tenha medo.

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