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Paulo e o Modelo de Sustento do Ministério em 1Coríntios 9

Diante da expansão da chamada Teologia da Prosperidade, e consequentemente, da gritante exploração
financeira no meio cristão nos anos recentes, teólogos modernos têm debatido acerca da validade do sistema do dízimo para o ministério, na era cristã. Argumentam que as fontes apostólicas mencionam de modo direto apenas a prática da oferta, e não mencionam de forma explícita, a prática do dízimo. Afirmam que o modelo do ministro religioso sustentado pelos dízimos teria findado com o Antigo Pacto. Fica a pergunta: Seria a justificativa bíblica para o dízimo e sua utilização de inexistente se tomarmos por base o Novo Testamento? 

Eu concordo que a dita exploração no meio cristão se tem tornado o principal motivo para a negação do dízimo. Mas acerca da dita inexistência do fundamento para a prática do mesmo como modelo de sustento do ministério, eu penso que o argumento não se ajusta.

Sobre precariedade bíblica sugerida para o dízimo, para mim, ocorre o inverso. A meu ver, é mais precária a base para negação da prática – que em tese, é a do “silêncio” dos autores neotestamentários sobre o tema. Mas o que Paulo afirma, para mim, tem mais sustentação para a doutrina que para a sua erradicação. Este modelo do ministro sendo sustentado pela igreja para dedicação exclusiva ao ministério aparece em 1Co 9. Ali Paulo fala dos direitos de "comer e beber" e de "deixar de trabalhar" pelo apoio financeiro da igreja (1Co 9:6). Acrescenta que mesmo Pedro e os "irmãos do Senhor" viviam livres de trabalho para viver às expensas da igreja. Apresentando a base bíblica, afirma que o ministério cristão, em paridade com o ministério dos levitas, deve tirar do altar o seu sustento (v. 13). E ao completar: "Assim também", estabelece a prática do ministério levítico como um princípio válido para a igreja cristã (v. 14). Embora as oferendas do templo fossem a Deus, eles, os ministros, a serviço de Deus, deveriam se servir delas para o sustento. Partindo para os dias da igreja, Paulo disse que para essa prática, eles tinham “autoridade” ou “direito”. E se Paulo evoca o modo de sustento para os levitas como modelo de sustento dos ministros cristãos, na maior parte, esse sustento levítico provinha do dízimo. Ele era a base do sustento dos ministros da Antiga Aliança. Por isso, o apelo do profeta Malaquias, em um tempo de crise foi: "Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa [...] diz o Senhor..." (Ml 3.10, grifo meu).

Além disso, para Paulo, o IDEAL para o serviço cristão era a dedicação exclusiva. Como os levitas que eram privados do trabalho ordinário para se dedicarem exclusivamente ao ministério, assim também Pedro e os demais do círculo dos Doze não deveriam servir às mesas para se dedicar à pregação (ver 1Co 9:6 e At 6:1ss). Aos Coríntios, Paulo até cita que esse era um DIREITO que ele também deveria exercer, mas que dele abrira mão, depois de sua saída de Antioquia para a Macedônia, quando nos primeiros contatos com os pagãos, possivelmente para que não fosse confundido com os mestres itinerantes que exigiam dinheiro e exploravam seus discípulos. Mas que desprezava o sutento da igreja, isso não pode ser verdade. Ele mesmo dirá que enquanto em Corinto, teria recebido “salário”, despojando outras igrejas para servir ali (ver 2Co 11:8). Tempos mais tarde, ele também dirá a Timóteo que os presbíteros locais deveriam ser remunerados de forma destacada (1Tm 5:17-18).

Assim, a pergunta: “teríamos base para sustentar o sistema de dízimo como modelo de sustento eclesiástico na atualidade?” tem uma resposta lógica: Sim, há base suficiente. E diante do exposto acima, concluo que há mais base 1) para afirmar o dízimo e 2) para a dedicação exclusiva dos pastores, que para sua negação, diante das referências bíblicas. (Cláudio Soares Sampaio)


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