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Teologia da Revelação - Importância da Doutrina da Revelação-Inspiração


Em 2007, Joseph Ratzinger afirmou que no contato dos apóstolos com o mundo grego a proposta de que o Deus cristão era um Deus a quem se podia orar foi extraordinária e inovadora. Inseridos em um contexto no qual os deuses eram alienados das realidades terrenas, ter este Deus representava ter esperança. E esta é uma das propostas do Cristianismo: há um Deus que Se aproxima de seu povo e comunica Seu plano de redenção.

I. Importância da Revelação-Inspiração na Teologia Bíblica e na Compreensão Adventista


A doutrina bíblica de Revelação-Inspiração (R-I) é a tentativa de explicar o modo como Deus Se revelou e comunicou Sua verdade salvífica. Este pressuposto macro-hermeneutico ditará todo o fazer teológico, pois sem isto a Teologia se perde em incontáveis possibilidades e se torna refém de filosofias humanistas. A Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD), consciente de sua identidade como uma legitima herdeira da tradição apostólica e reformada também crê que a vida cristã é, acima de tudo, uma experiência de seguimento ou resposta a um Deus que vem ao encontro do homem e a ele Se revela. Dessa forma, importa que a IASD defina sua Teologia a partir de uma correta doutrina de R-I. Sendo Deus o objeto de estudo no campo da Teologia (Theo + logias), sem uma orientação dEle mesmo, a Teologia, em si mesma, não se sustentaria e perderia a sua razão de ser. Nesse ponto, surge a importância de uma correta doutrina de R-I como orientadora do fazer teológico adventista: uma vez estabelecida uma doutrina de R-I da forma adequada, a igreja entenderá não apenas o modo como o Deus da Bíblia falou mas também como se proceder diante de Sua revelação. Visto deste modo, a doutrina de R-I centrada na Bíblia se torna o sustento de toda a teologia, crenças e práticas da igreja.


II. Reação à Disciplina Cursada


Nesse ponto, a disciplina “Revelação e Inspiração” ministrada pelo Prof. Dr. Roberto Pereyra dispôs a correta relação das coisas. Ao avaliar os diversos períodos da Teologia Bíblica, o que se nota é a angustiosa situação dos teólogos por ignorarem aquilo que nas palavras de Canale seria o grande “segredo”: a Teologia não precisa ser escrava da Filosofia. Essa ignorância fez com que toda a teologia pós-apostólica até o presente fosse regida pelo pensamento aristotélico e platônico, sob a premissa de um Deus atemporal e ausente do mundo e das coisas. Mesmo os teólogos evangélicos pouco ou nada acrescentaram por não romperem com o dualismo grego. A disciplina revelou que o pensamento teológico sempre careceu de uma perspectiva que vá além dos pressupostos humanistas para se achegar a Deus e Sua Palavra, objetivo que, ao que parece, o modelo Histórico-Cognitivo de Canale logra alcançar.

Destaque para a didática e aplicação do livro-texto pela sua linguagem simples, esclarecedora, a ética teológica ao não satanizar os esforços dos teólogos anteriores. Percebe-se uma disposição de ir até a Bíblia como fonte de autoridade. Algumas aberturas figuram ainda no modelo, tais como uma melhor definição dos limites da aproximação com o Teísmo Aberto e como influenciará o método Gramático-Histórico. Também não relaciona a problemática dos acréscimos às Escrituras. Além disso, se por um lado expõe a ideia de uma rejeição do método Histórico-Crítico, abre ao mesmo tempo, possibilidades de aproveitamento dele. São elementos que precisam ser melhor esclarecidos. No fim, a disciplina trouxe a percepção de que é possível uma Teologia Bíblica pós-moderna centrada nas Escrituras. Além disso, ficou a certeza de que é das Escrituras que se devem buscar os únicos pressupostos para o fazer teológico. Embora haja a necessidade de buscar uma adequação (agiornamento) de nossa Teologia para os novos tempos, não há necessidade de desprezo às Escrituras.

III. Aplicação da Matéria


A disciplina em análise foi eivada de analogias relacionadas ao trabalho ministerial e à vida na igreja. A “revelação encarnada” como propõe Canale e ressaltada em todo o tempo de estudo sugere Deus próximo de Seu povo. Sendo que os modos de revelação em sua grande maioria não são místicos ou excepcionais em relação à fenomenologia, leva a pensar que ainda são, em grande parte, atuais e acessíveis a quem dEle se aproxima, aberto à Sua comunicação. A disciplina leva a uma busca renovada de um ministério focado na Bíblia e nas revelações de Deus. Isso implica em pensar biblicamente, buscando reavaliação de procedimentos e tradições e em muitos casos, a renúncia delas.

Quanto ao fazer teológico, levará a uma leitura renovada das Escrituras por dois motivos: ajudará a estabelecer a estrutura macro-hermenêutica que trará a segurança para os usos e desusos de recursos disponíveis na hermenêutica contemporânea, ao considerar que o modo da revelação-inspiração não é estático, mas dinâmico, além de abrir o caminho para um diálogo com os métodos alternativos. A Bíblia será relida com nova perspectiva.

http://pastorclaudiosampaio.blogspot.com

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