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Oração de Joelhos: Única Posição Adequada?

Seria a postura de Joelhos a única adequada para a oração?
  
Afresco de um orante das Catacumbas anterior ao ano 300 dC

Segundo a sua declaração de crenças número 18, a IASD reconhece que Ellen G. White foi uma verdadeira profetisa levantada por Deus para direcionamento espiritual de Sua igreja remanescente, conforme Apocalipse 19:10 e 12:17. Temos a mesma concepção de Paulo quando disse que o dom de profecia, na Igreja Primitiva era para edificação, exortação e consolação dos crentes (1Corintios 14:3). Por isso, como alguém afirmou, pelo menos entre os adventistas tradicionais, existe o costume de quando confrontados com alguma questão de implicações espirituais, além da Bíblia, se recorrer também ao escritos de E. G. White, a fim de entender o que Deus através de Sua serva revelou como sendo a Sua vontade acerca do assunto. E uma das questões que têm levado estudantes sinceros a buscar aconselhamento em E. G.White tem sido a busca de orientação acerca da posição correta para a oração em nossos cultos públicos.

O Problema


O problema vem quando alguns estudiosos, na busca desse esclarecimento -- seja devido a uma abordagem notadamente apriorística; seja motivado por um pretenso zelo espiritual; ou ainda por uma suposta urgência escatológica frente a uma evidente necessidade de reformas espirituais entre o povo de Deus -- o certo é que acabam assumindo posturas radicais que têm prejudicado a unidade de fé da igreja. Isso porque, na análise dos conselhos ditos inspirados, rejeitando a abertura da igreja quanto a posturas da oração em nossos cultos (que respeita sempre a conveniência do lugar e das circunstâncias do momento), alguns chegam à conclusão de que E. G. White reconhecia apenas uma única posição apropriada para a oração, e esta seria a postura de joelhos. Essa proposta estabelece então que a postura adotada em nossos cultos, com a oração formal realizada de pé estaria em dissonância com a orientação profética dada a igreja e por isso, haveria uma carência de uma reforma entre o povo de Deus nesse quesito.

A Base Textual


Que Ellen White reconhecia haver uma abertura para o fiel quanto a uma livre escolha da posição para orar nas diversas circunstâncias do dia está evidente em diversos momentos de seus escritos, como podemos observar:
“Eu quisera impressionar o espírito de todo obreiro da causa de Deus com a grande necessidade de contínua, fervorosa oração. Eles não podem estar constantemente de joelhos, mas podem erguer o coração a Deus. Assim foi que Enoque andou com Deus” (Evangelismo, pág. 681). 

“Não precisamos esperar por uma oportunidade para ajoelhar-nos diante de Deus. Podemos orar e conversar com o Senhor onde quer que estivermos. Não há tempo nem lugar impróprios para erguer a Deus uma prece. ... Entre as turbas de transeuntes na rua, em meio de uma transação comercial, podemos elevar a Deus um pedido, rogando a direção divina, como fez Neemias quando apresentou seu pedido perante o rei Artaxerxes. ... Podemos falar com Jesus ao caminhar, e Ele diz: Acho-Me à tua mão direita. Podemos comungar com Deus em nosso coração; andar na companhia de Cristo. Quando empenhados em nossos trabalhos diários, podemos exalar o desejo de nosso coração, de maneira inaudível aos ouvidos humanos... Para orar não é necessário que estejais sempre prostrados de joelhos. Cultivai o hábito de falar com o Salvador quando sós, quando estais caminhando, e quando ocupados com os trabalhos diários” (Mensagens Escolhidas, vol. 3, pág. 266 e 267).

De fato, essas observações de E. G. White abrem o precedente de que é possível que se façam orações de todas as maneiras e em todos os lugares, sem o entrave da exigência de colocar-se de joelhos. Essa é a idéia maior que os textos deixam entender. 

Por outro lado, fica a pergunta: Por qual motivo alguns têm entendido que em se tratando de nossas reuniões de culto coletivo ou mesmo de nossa devoção pessoal, E. G. White entendia haver somente “uma posição adequada” para orar – e esta, seria de joelhos? Por que muitos entendem e que orar de outro modo seria uma evidente irreverência para com m Deus? Essa proposta se deve aos seguintes textos que formam a base da argumentação:
 “Tanto no culto público, como no particular, temos o privilégio de curvar os joelhos perante o Senhor ao fazer-Lhe nossas petições. Jesus, nosso Exemplo, 'pondo-Se de joelhos, orava'. Luc. 22:41. Acerca de Seus discípulos acha-se registrado que também se punham de joelhos e oravam. Atos 9:40; Atos 20:36; Atos 21:5. Paulo declarou: '...me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.' Efés. 3:14. Ao confessar perante Deus os pecados de Israel, Esdras ajoelhou-se. Esd. 9:5. Daniel 'três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus'. Dan. 6:10.” (Obreiros Evangélicos, pág. 178). 
“Tenho recebido cartas perguntando-me sobre a posição que deve ser assumida pela pessoa ao fazer oração ao Soberano do Universo. Onde obtiveram nossos irmãos a idéia de que deviam ficar em pé quando oram a Deus? Alguém que por cerca de cinco anos se educou em Battle Creek foi solicitado a fazer a oração antes que a irmã White falasse ao povo. Mas quando o vi pôr-se em pé enquanto os lábios se iam abrir em oração a Deus, minha alma foi levada no íntimo a dar-lhe uma repreensão pública. Chamando-o por nome, disse-lhe: "Prostre-se de joelhos!” Esta é sempre a posição apropriada. ... Quando em oração a Deus a posição indicada é prostrado de joelhos. ... Tanto no culto público como no particular é nosso dever prostrar-nos de joelhos diante de Deus quando Lhe dirigimos nossas petições. Este procedimento mostra nossa dependência de Deus... Será possível que com todo o esclarecimento que Deus tem dado a Seu povo sobre a reverência, pastores, diretores e professores de nossas escolas, por preceito e exemplo ensinem os jovens a ficarem em pé na devoção, como faziam os fariseus?” (Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 311-313). 

Como se disse, com base nessas declarações de E. G. White, muitos foram levados a deduzir que há uma necessidade de uma Reforma neste particular, o que levaria a igreja a adotar apenas uma postura de oração em nossos cultos: a de joelhos. Essa questão levada ao extremo tem causado divergências de pensamento causando certo desconforto na adoração, em algumas reuniões do povo de Deus. É possível que durante um culto alguns venham a se ajoelhar, enquanto que outros permaneçam em pé nas ocasiões em que se ergue uma prece ao trono de Deus? A experiência tem revelado que isso tem ocorrido. 

Diante disso, penso ser necessária uma nova avaliação dessa proposta. Minha hipótese é que a Bíblia não fornece uma base; a História não comprova; nem os escritos de E. G. White dão endosso a essa proposta radical que estabelece apenas uma única posição como sendo adequada para orar em nossos cultos públicos. 

Reavaliação do Tema


Consideremos três fontes sobre as quais me baseio para confirmar minha hipótese: A Bíblia, a História da Igreja e a experiência de Ellen White.

1. Em primeiro lugar, consideremos a base bíblica. Podemos entender que a Bíblia não é radical quanto à prática da oração de joelhos. Em diversos textos ela se refere a diversas posturas de oração, sem deter-se para afirmar a preeminência de uma sobre a outra. Nela se diz que alguns oraram a Deus prostrados (Números 16:22), de pé (1Samuel 1:10, 26) e ajoelhados (Atos 9.40). Há outros textos, mas fiquemo apenas nestes (nosso intento é fixarmos mais em E. G. White).

Na análise da palavra usada para a oração de pé nalguns textos do Antigo Testamento, como 1Reis 8:22; Jeremias 18:20, surge o verbo “amad” cujo sentido, segundo D. Vaux em sua obra "As Instituições de Israel no Antigo Testamento", pag 496, seria, em geral, “estar em pé”. 

Pergunta-se aqui acerca de nosso Modelo maior, Jesus Cristo. Como Ele se postava no momento de Suas orações? É de Mauro Bueno a observação de que à parte de Lucas 22:41, não se percebe em nenhum lugar dos evangelhos a menção de que Jesus se ajoelhasse para orar ("Ensina-nos a Orar", pag. 41). Isso nos sugere que como todo bom judeu, Jesus mesmo teria orado, tanto de pé (o usual dos judeus), quanto ajoelhado ou prostrado.

Desse modo, a base bíblica sugere que não havia de nenhum modo um aprisionamento a uma única postura para aqueles que oravam a Deus nos tempos bíblicos.
outro afresco de Orante das Catacumbas

2. Em segundo lugar, consideremos a base da tradição histórica e da Igreja Primitiva. Também na análise do período pós-apostólico, notamos que essa abertura permanece. No documento  "O Martírio de Policarpo" (Policarpo foi bispo de Esmirna e discípulo de João, o discípulo amado, com quem teria convivido), escrito no segundo século e preservado por Eusébio de Cesaréia, um historiador da Igreja Primitiva no século IV, cita-se a sua postura de oração. Após receber seus perseguidores em casa, Policarpo teria servido a eles um banquete e antes de ser conduzido à prisão, teria solicitado permissão para orar. Eusébio relata que “Tendo recebido permissão, levantou-se e orou...” (História Eclesiástica, Livro 4, Capítulo XIV, grifo meu). 

Também Jean Michel Pelistrand, em sua obra "O Cristianismo Primitivo", afirma que nos primeiros anos da Igreja, a oração era praticada “sob o signo da espontaneidade e da improvisação”. Também revela que a postura da oração representada na iconografia das Catacumbas era geralmente de pé, mãos estendidas, palmas abertas e olhar dirigido ao céu (pág. 121). Sobre o culto particular, se diz que “De manhã, ao aparecer da luz, o fiel recolhe-se de joelhos ou em pé, virado para o Oriente, símbolo Daquele que é verdadeiro Dia, a verdadeira Luz” (pág. 123, grifo meu). 

3. Em terceiro lugar, consideremos a base exegética dos escritos de Ellen White. Quando analisamos a prática de E. G. White, notamos que de fato ela era aberta às duas posturas de oração em nossos cultos. Para Ellen, a postura na oração deveria se adequar a cada situação e circunstância do orante. 

Sei que uma das citas preferidas para dizer que a oração de joelhos é uma exigência para todos os momentos do culto vem de Mensagens Escolhidas vol. 2, p. 311, quando Ellen repreende a um jovem ministro no momento em que ele se posiciona de pé para orar diante da congregação. Achando por bem repreendê-lo publicamente, ela pede que ele se poste de joelhos, pois esta, de acordo com E. G. White, “é sempre a posição apropriada”. 

Porém, quero demonstrar que essa a posição de E. G. White quanto a postura de joelhos na oração não era generalizada, e por isso essa declaração deveria se prender ao seu contexto original, a fim de que se entenda o verdadeiro posicionamento da Mensageira do Senhor.

Procedendo a uma análise etimológica, notamos que a palavra “sempre” dita ali vem de “always”, da edição em inglês, e indica algo que é “perpétuo”, “contínuo” e “sempiterno”. Então, se devemos ser inflexíveis quanto ao seu sentido, todas as ocasiões de oração deveriam SEMPRE ser marcadas por essa postura. Mas como bem observa Mauro Bueno, citando Roger W. Coon, PhD e grande autoridade em Orientação Profética, o contexto da cita nos indica que a ocasião em referência era uma abertura da reunião de culto sabático pela manhã, antes de E. G. White iniciar seu sermão. Então, o que se entende é que a proposta da autora, de uma postura “sempre apropriada”, com base numa hermenêutica sadia deveria ser aplicada somente para estes momentos: para o início de nossos cultos sabáticos, esta deveria SEMPRE ser a posição recomendada. E assim a IASD tem mantido como orientação oficial para nossos cultos públicos, nos dias atuais. Isso estaria de acordo com o texto abaixo, no qual E. G. White estabelece a necessidade formal de uma regra fixa para orar ajoelhados apenas na abertura de nossas reuniões de culto.

Uma proposta


A citação em debate é aquela do livro "Testemunhos Seletos vol. 3", p. 193-203, quando, ao apresentar as diversas posturas adequadas durante o culto público, E. G. White declara que “ao ser aberta a reunião com oração” nós devemos nos ajoelhar “na presença do Altíssimo” (p. 195). Porém, como bem observou Mauro Bueno, ao mencionar as demais ocasiões de oração antes e no decorrer do culto, ela não menciona mais a exigência dessa postura, embora dê diversos detalhes até mesmo como se portar nos corredores e dependências da igreja. Essa falta de ênfase nos permite entender que ela compreendia que havia de fato uma postura adequada para a oração de abertura do culto público, e essa postura era de joelhos. Contudo, para os demais momentos, ao que parece, não havia uma regra fixa. 

Desse modo, questiona-se: Poderia ser o caso de que a oração final e em outros momentos de nossos cultos, em pé, como praticamos, esteja de acordo com a prática dos pioneiros bem como de E. G. White? Minha proposta é que sim. Podemos citar aqui alguns dados históricos a fim de comprovar essa nossa afirmação.

1. Como exemplo, cito aqui as conclusões da pesquisa de Mauro Bueno. Ele cita em sua obra Ensina-nos a orar, à pag. 75, um documento escrito por Arthur L. White (neto de E. G. White e filho de William Clarence White), publicado pelo Ellen G. White Publications Office Document, em 17 de fevereiro de 1960. Neste documento aparece um testemunho ocular de que pelo menos duas vezes em ocasiões em que se contou com um grande número de testemunhas, Ellen orou de pé na conclusão do culto. Apesar de citar dois momentos nos quais houve grande concentração de pessoas, e por isso poderiam atestar a veracidade de suas declarações, Arthur também afirma que estes não foram casos isolados.

A primeira teria sido por ocasião da Conferência Geral de 1909, quando ela teria feito um apelo direto e orou em pé com a congregação. Como em todas as conferências da IASD, ali estavam presentes as maiores autoridades da igreja. Se realmente fosse uma exigência orar apenas de joelhos, e isso fosse realmente uma área na qual os pastores deveriam buscar uma Reforma, ela mesma teria dado a eles um péssimo exemplo. 

A segunda teria sido na igreja de Oakland, Califórnia, em março de 1908, quando após concluir seu sermão, Ellen outra vez teria convidado a igreja a responder seu apelo e ficar de pé, orando em seguida, pedindo a benção no término do culto. 

2. Seguindo a linha do testemunho ocular, podemos também acrescentar aqui a carta de D. E. Robinson, um assistente literário da própria Ellen, escrita a William H. Daylish, no ano de 1934. Nessa carta podemos perceber que ele respondeu de modo bem claro a essa questão com as seguintes palavras: 
“Tenho estado presente repetidas vezes em reuniões campais e sessões da Conferencia Geral nas quais a própria irmã White tem feito orações com a congregação em pé e ela própria em pé. O pensamento de que na bênção final o pastor e a congregação devem ajoelhar-se não é em parte alguma declarado nos Testemunhos ou na Bíblia” (grifo meu).

3. Também Mauro Bueno cita o próprio filho de E. G. White, William Clarence. Segundo William, houve ocasiões raras nas quais a congregação se ajoelhava ao fim do culto para uma oração especial, mas isto, segundo ele, era algo “muito excepcional e muito incomum”.

Ora, como afirmado acima, se fosse de fato a oração de joelhos a única postura correta para as nossas reuniões, E. G. White mesma estava contrária à sua proposta. De modo que a declaração acerca da “posição sempre adequada” deve ser colocada em seu devido contexto a fim de que não caia em erro doutrinário ou teológico. Então deveríamos compreender o texto na íntegra. E o contexto sugere que a afirmação de E. G. White estava relacionada a uma orientação para a maneira em que deveríamos nos postar em nossas orações no começo do culto sabático, pela manhã. Desse modo, ao lado das demais declarações dela, podemos entender que a maneira como temos feito, ao orarmos de joelhos no início de nossos cultos públicos e em pé ao término deles, não estaria de nenhum modo contrário à Bíblia, à tradição da igreja, nem aos conselhos de E. G. White.

O texto em debate citado no livro Testemunhos Seletos Vol. 03 é um Manuscrito datado de 1897, quando E. G. White estava na Austrália e se relacionava com a sede da IASD nos EUA por meio de correspondências. Este Manuscrito era, nesse caso, uma resposta específica a uma situação específica. Uma análise apurada revela que a ênfase de E. G. White na reprovação à oração de pé em nossas escolas de Batle Creek se devia a uma aparente negação da necessidade da oração de joelhos por parte de um irmão, mencionado apenas como “irmão H”. Segundo as palavras de Ellen, ele estava a disseminar “idéias pervertidas a esse respeito”. Ela teria até mencionado o receio de que após anos de estudo em nossas instituições, os alunos retornassem para casa sem uma noção da grandeza e do respeito devidos a Deus e do respeito para com os “os homens de cabelos brancos... [e] de experiência”. Seria o caso de essas idéias estivessem sendo mantidas por alguns professores e alunos, ao lado de um acentuado espírito de irreverência e desprezo pela postura reverente dos mais experientes da Obra. E no texto, ela relembra um fato em que um ex-aluno de Batle Creek teria se disposto a orar em pé na abertura do culto público como sendo uma manifestação do espírito mantido em seu período em Batle Creek, de modo que ela o repreende publicamente e em seguida chama os professores e pastores da escola a tomar uma posição definida quanto a educar os alunos em relação a esse assunto, uma vez que ali era o maior centro de ensino da igreja naqueles dias.

O que estaria ocorrendo ali? Seria uma política interna por parte de alguns professores da escola uma diminuição na ênfase na formalidade do culto, com receio de ferir o gosto dos alunos? O mais provável é que talvez houvesse uma resistência à postura da oração de joelhos, ou mesmo uma proposta de supressão dessa prática, por parte do “irmão H”; proposta possivelmente rejeitada pelos “homens de cabelos brancos, os homens de experiência, os escolhidos servos de Deus que têm estado relacionados com a obra de Deus quase todos os anos de sua vida”, mencionados por E. G. White. De qualquer forma, segundo ela, havia “idéias pervertidas” na discussão acerca deste ensino. Por isso ela teria questionado sobre “quem tem examinado a Palavra diligentemente à procura de orientação e esse respeito” e também escrito de forma direta, como se pondo fim a um embate teológico: “E quando vos reunis para adorar a Deus, não deixeis de vos prostrar de joelhos diante dEle”, diz ela. Nota-se que ela não diz que todas as orações deveriam ser feitas de joelhos, mas sim que não deveríamos deixar de nos prostrar de joelhos diante de Deus em nossas reuniões de culto. Abaixo, cito o parágrafo, na íntegra:
“E quando vos reunis para adorar a Deus, não deixeis de vos prostrar de joelhos diante dEle. Que esta ação testifique de que toda a alma, e corpo e espírito estão em sujeição ao Espírito de verdade. Quem tem examinado a Palavra diligentemente à procura de exemplos e orientação neste respeito? Em quem podemos confiar como professores de nossas escolas nos Estados Unidos e nos outros países? Deverão os alunos voltar às suas pátrias depois de anos de estudos, com idéias pervertidas acerca do respeito, da honra e da reverência que deviam ser dados a Deus, e sem se sentirem sob o dever de honrarem os homens de cabelos brancos, os homens de experiência, os escolhidos servos de Deus que têm estado relacionados com a obra de Deus durante quase todos os anos de sua vida? Aconselho a todos os que freqüentam escolas na América do Norte ou em qualquer outro lugar a que não absorvam o espírito de irreverência” (Mensagens Escolhidas, vol. 2, 314, grifo meu). 

Conclusão 


O que se conclui é que não temos endosso para impor aos membros de nossas congregações uma postura única para oração durante nossos cultos públicos. Desse modo, fica o conselho de que sempre quando possível, em nossas reuniões e em nossa devoção particular, nossa adoração fique marcada pela postura de joelhos, conquanto não haja a exigência de que essa seja a única postura. Como nos cultos públicos, em nossas devoções particulares pode-se iniciar nossa adoração com uma prece de joelhos e finalizar também de joelhos ou assentados ou como for conveniente a cada situação. Fica o alerta de que sempre que tendemos para a inflexibilidade, corremos o risco de errar. O momento presente pede crentes centrados, que busquem acima de tudo, ouvir o “assim diz o Senhor” de forma reflexiva e sábia.

Termino advertindo, com as palavras da própria Ellen White: 

“É pelas falsas teorias e tradições que Satanás obtém poder sobre a mente do homem” (Evangelismo, pag. 589). 

Por isso, busquemos sempre exercer a fidelidade e o zelo, mas não sem entendimento. - Claudio Soares Sampaio, Pastor em São Francisco/MG, 06 de dezembro de 2010. 

Leitura adicional 


Obs: este post vem em resposta à matéria de Jean R. Habkost: Oração de Joelhos – É Sempre a Melhor Postura ou Não? No blog http://literalmenteverdade.blogspot.com/ . A maior parte da seleção de textos de E. G. White foram coletados primeiramente por ele em seu artigo. Fica registrado meu débito.

Há excelente material de pesquisa em BUENO, Mauro. "Ensina-nos a orar": uma análise sobre a postura e atitudes corretas na oração. São Paulo, Edição do autor. 2001. Neste, se estabelece estudos meio-exaustivos com base na Bíblia e no Espírito de Profecia acerca do assunto.

Também PELLISTRANDI, Stan-Michel. Grandes civilizações perdidas: O Cristianismo Primitivo. Rio de janeiro, Editions Ferni. 1978, estabelece um estudo abundante com base na arqueologia e na iconografia, especialmente na arte das Catacumbas.

Sobre o culto do Antigo Testamento, leia-se uma das maiores autoridades teológicas: VAUX, D. Instituições de Israel no Antigo Testamento. São Paulo: Teológica, 2003. Leia-se especialmente as pags. 495ss.




Nossa pagina:
pastorclaudiosampaio.blogspot.com

3 comentários:

  1. Bom dia bonito página , apreciei bastante, talvez poderiamos fcar amigos de blog :) lol!
    Tirando as brincadeiras o meu nome é Navid, e assim como tu escrevo na internet se bem que o fofo domeu blogue é bastante diferente deste....
    Eu estudo páginas de poker que falam de bónus sem depósito sem teres de por o teu capital......
    Apreciei bastante o que vi escrito!

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  2. Isso nunca preocupou Jesus. Quando Ele mesmo ensinou a orar ele não citou posição alguma. Simples assim. O resto é vaidade. Ponto.
    'nosso intento é fixarmos mais em E. G. White'... oi ?? mais que na bíblia? ...

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    Respostas
    1. Que ótimo! Isso mesmo. O foco em Ellen White nesse caso aqui vem em resposta a um questionamento sobre afirmações dela. No mais é como vc disse amigo anônimo. Abraço. Volte a comentar

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