Até que ponto se pode dizer que o surgimento dos novos Apóstolos na atualidade encontra paralelo no ministério apostólico da Igreja Primitiva?
Uma
marca do evangelicalismo moderno tem sido a presença dos novos
Apóstolos. A cada dia somos surpreendidos pela mídia televisiva com o
surgimento de um novo líder arrogando para si mesmo o título e a
autoridade apostólica. Sinais e maravilhas têm sido apresentados como
evidência de seu chamado a este ministério. Especialmente nas igrejas em
células, usa-se o termo Apóstolo de forma natural para definir apenas
algumas categorias de ministérios, tendo sua autoridade fundamentada
apenas no discernimento e na orientação da comunidade. Uma pergunta é:
poderíamos entender como válido aos olhos de Deus o uso desse título na
Igreja de Cristo? Até que ponto o surgimento dos novos Apóstolos na
atualidade encontra paralelo no ministério apostólico da Igreja
Primitiva?
Paulo
mesmo teve em seus dias algumas disputas contra os falsos Apóstolos.
Uma hipótese é que nestas disputas podemos encontrar a verdade acerca do
verdadeiro apostolado. Assim, para compreensão deste tema, penso que
antes de mais nada, nos faria bem entender a lógica de Paulo sobre seu
próprio ministério, bem como sua noção sobre a existência de um falso
Apostolado, a fim de nos precavermos contra as sutilezas dos enganos
presentes na religiosidade de nossos dias. Para isso, analisaremos de
modo objetivo, alguns elementos históricos relacionados ao sentido, a
origem e a marca do verdadeiro Apóstolo de Cristo, contraposto às marcas
do falso apostolado. Também analisaremos textos da Carta de Paulo aos
Gálatas e da Segunda Carta aos Coríntios, para compreendermos mais
plenamente este assunto.
I. O sentido do Apostolado
1.
Num primeiro momento, creio que para tratarmos sobre a pessoa dos
Apóstolos, devemos entender o sentido desta palavra e qual foi o seu uso
nos dias da Igreja primitiva. Comecemos então com a identidade dos
Apóstolos. Notamos que eles aparecem de forma marcante no livro de Atos.
Em 1:2 se diz que eles receberam os “mandamentos” da boca do próprio
Jesus antes de Ele ser elevado às alturas. Eles presidem a primeira
assembléia da Igreja em 1:15. Mais adiante, em 2:42, se diz que a Igreja
nascente se ergue em torno da “doutrina dos Apóstolos”. Nos textos das
longas listas dos dons espirituais, Paulo estabelece “primeiramente,
apóstolos” (1Coríntios 12:28; Efésios 4:11). Segue então, “em segundo
lugar, profetas” e terceiro, “Pastores e mestres”. S. Lewis Johnson, em
seu comentário da Primeira Carta aos Coríntios entende que as palavras
“primeiramente...em segundo lugar...em terceiro lugar” presentes em
1Coríntios 12:28 indicam de modo evidente uma hierarquia, porém as
palavras “depois...depois...”, para apresentar os diversos dons, não
indicaria isso. Em 1Coríntios podemos supor que fossem apenas
ministérios coordenados pela hierarquia citada. Quanto ao texto de
Efésios, não parece Paulo preocupado em estabelecer uma visão
hierárquica, mas em como a Igreja se apresenta equipada para o
crescimento.
Sabe-se
então, que o Apóstolo exercia autoridade. Esta autoridade se devia ao
fato de que, originalmente, era ele um “enviado” pelo próprio Senhor
Jesus Cristo para uma Missão redentiva. Este era o verdadeiro sentido da
palavra “Apóstolo” (do gr. apostoloi), que se apresentava
como embaixador e representante de Jesus de Nazaré, e que portanto,
poderia falar em nome e na autoridade dAquele que o enviou (MacARTHUR,
2004, p. 15). A autoridade apostólica está bem fundamentada de modo
histórico pelo próprio evangelista Marcos, que em seu evangelho afirma
que foi Jesus mesmo Quem, após subir a um monte para um longo período de
oração, escolheu dentre a multidão de discípulos, aqueles que “ele
mesmo quiz”, em número de Doze, “para estarem com Ele e para os enviar a
pregar” (Marcos 3:13-14). Lucas acrescentará que a eles deu Jesus
também um nome: “Apóstolos” (Lucas 6:12-13). Ratzinger dirá que eles
deveriam “chegar da mais exterior até a mais íntima comunhão com Jesus
[...] mas ao mesmo tempo eles estarão lá para serem enviados por Jesus –
precisamente ‘apóstolos’” (RATZINGER, 2007, p. 156). Para Herman
Riderbos
“O
ofício apostólico é, sem dúvida, distinguido de todos os outros cargos e
ministérios, no sentido de que seus portadores foram chamados
diretamente por Cristo e tem uma importância singular para a Igreja”
(RIDERBOS, 2003, p. 269).
2.
Entendemos, primeiramente, que os Doze Apóstolos foram instituídos pelo
próprio Jesus e receberam dEle mesmo a mensagem a ser proclamada.
Porém, eram, naturalmente, “homens comuns”, na linguagem de MacArthur.
Sua singularidade e autoridade não se originavam de uma infalibilidade.
Eram falhos como indivíduos, como se nota em Gálatas 2:11, na ocasião em
que Paulo repreende a Pedro por conta de seu comportamento pusilânime,
por ocasião de sua visita a Antioquia. E o mesmo Paulo terá
comportamento repreensível quando em sua disputa com Barnabé, em Atos
15:36ss, ao negar a Marcos uma nova oportunidade no trabalho
missionário. Mais tarde, teria mudado de atitude e reconhecido o valor
de Marcos, ao escrever sua última carta, quando preso em Roma. Seu
pedido a Timóteo era: “toma contigo Marcos e traze-o, pois me é útil
para o ministério” (2Timóteo 4:11). Porém, em sua essência, a mensagem
dos Apóstolos não carregava a falibilidade humana, uma vez que seu
conteúdo não procedia deles, e sim do próprio Jesus. Paulo podia dizer
que aquilo que anunciava era o “evangelho de Cristo” (Gálatas 1:7b), que
“é o poder de Deus para a salvação de todo o crê” (Romanos 1:16a). Aos
de Tessalônica, pôde dizer que a pregação que eles receberam não era
“palavra de homens,e sim como em verdade é, a palavra de Deus”
(1Tessalonicensses 2:13).
3.
Num sentido maior, como modelo de enviado, Jesus mesmo é o verdadeiro
Apóstolo, um “enviado” pelo próprio Pai em Sua missão de salvar. Talvez
por isso Ele podia dizer: “o meu ensino não é meu, e sim dAquele que me
enviou” (João 7:16). Também, seguindo essa mesma linha nos declara o
autor de Hebreus quando apelou aos seus leitores a considerar de modo
atento “o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus” (Hebreus
3:1). Como Jesus veio em nome do Pai e relatou a mensagem do Pai, também
os seus enviados deveriam fazer o mesmo em relação a Ele: receberiam a
mensagem da parte de Jesus e proclamariam essa mensagem em nome de
Jesus. Nesse sentido, os Doze apóstolos foram definidos como os
discípulos mais próximos a fim de serem continuadores da missão de
Jesus, depois de Sua partida. Consoante com Marcos 3:13-19, A. B. Bruce
entendia o ministério dos Apóstolos como continuidade, e que o propósito
de seu chamado foi tão somente para “estar com Ele”, a fim de aprender
dEle mesmo, e depois, “os enviar a pregar”. Esse aprendizado visava uma
imitação do Mestre, cuja ação seria reproduzida no ministério daqueles
homens, após Sua partida.
4.
É preciso que se considere também o fato de que os Apóstolos, ao
contrário das demais funções eclesiásticas que se originam da Igreja, é a
partir de Cristo, mas por meio deles que nasce a Igreja. Talvez por
isso, um olhar nas listas das linhas de autoridade da Igreja Apostólica
citadas por Paulo nos revela a figura dos Apóstolos como autoridade
maior. Eles estabelecem o fundamento da Igreja que está edificada “sobre
o fundamento dos Apóstolos e profetas” (Efésios 2:20). Paulo dirá aos
de Corinto que ele, sendo sábio, lançou o fundamento e outros poderiam
edificar sobre ele, embora não fosse permitido estabelecer outro
fundamento em lugar da sua verdade apostólica acerca de Cristo
(1Coríntios 3:10). O estabelecimento de outro evangelho além do pregado
por eles seria considerado anátema (= amaldiçoado) (Gálatas 1:6-9). Eram
por assim dizer, preservadores da mensagem original de Jesus. Talvez
por isso, quando diante dos anciãos de Éfeso, após prever sua partida,
Paulo também prediz uma apostasia. Paulo dirá que a sua ausência
ocasionaria o surgimento de “lobos vorazes, que não pouparão a Igreja”, e
dentro do próprio rebanho, falsos mestres se levantariam, falando
“coisas pervertidas”, que “arrastarão os discípulos atrás deles” (Atos
20:29-30). Também afirmou que o “mistério da iniqüidade” esperava apenas
que a autoridade apostólica fosse tirada e então o Mal tomaria sua
forma definitiva dentro da Igreja de Deus (2Tessalonicensses 2:7). Desse
modo, se conclui que o apostolado se propunha a guiar a Igreja aos
fundamentos da mensagem de Jesus, e por terem sido testemunhas diretas
de sua ressurreição, eram os herdeiros diretos dessa mensagem pura,
sendo, por assim dizer, os líderes principais da Igreja.
II. A condição para o Ingresso no apostolado
1.
Após a análise acerca do sentido, podemos então abordar aqui a condição
determinante para o ingresso ao Apostolado. Podemos perguntar se era
prerrogativa da Igreja o estabelecimento de novos Apóstolos. Para
resposta, nos faria bem avaliar um pouco a disputa de Paulo com os tais
“falsos apóstolos” (2Corintios 11:13) citados na Segunda Carta aos
Coríntios bem como alguns textos da sua Carta aos Gálatas.
2.
A Segunda Epístola de Paulo aos Corintios tem sido apresentada por José
Comblin como uma carta de apologia. Nela, Paulo busca defender sua
autoridade apostólica diante de uma igreja atacada por “falsos
apóstolos” que buscavam solapar sua autoridade do Apostólica e desviá-la
do evangelho que dele havia recebido. George E. Rice entende da mesma
forma quando diz que o principal objetivo de Paulo nesta carta é
escrever a uma igreja que desafiava a sua autoridade apostólica (remete a
2Coríntios 1:23-2:5). A situação entre Paulo e a igreja se tornou tão
excepcional que Paulo necessitou falar de si mesmo, em sua própria
defesa. Ellen White afirma que “o Apóstolo foi forçado, pela oposição de
seus inimigos, a tomar decidida atitude de manter sua posição de
autoridade” (WHITE, 1976, p. 388). Porém, como bem observa Comblin, ao
falar de si, ele fala como uma mãe ou um pai espiritual que busca
resgatar seus filhos amados (2Coríntios 6:13) de obreiros
mal-intencionados, traçando, nesse contexto, o perfil do verdadeiro e do
falso apostolado. E neste sentido, de modo especial ela também fala aos
nossos dias, pois os mesmos problemas enfrentados por Paulo na
comunidade de Corinto são também evidentes nos dias atuais. O surgimento
de novos Apóstolos na mídia televisiva atual nos leva a questionar,
como Paulo, a validade destes títulos para a Igreja moderna, bem como
nos leva a questionar se o processo pelo qual se deu seu chamado
encontra paralelo no modelo da Igreja dos Apóstolos.
De
acordo com F. F. Bruce, estes “falsos apóstolos” em Corinto
possivelmente possuíam cartas de recomendação, como se pode deduzir da
polemica em 2Coríntios 3:1. Na hipótese de F. F. Bruce, buscavam
estabelecer sua autoridade sobre a de Paulo, articulando que eles eram
“enviados” e possuíam cartas de recomendação da comunidade de Jerusalém,
ao passo que Paulo, na falta dessas cartas, deveria ser considerado um
enviado de si mesmo, e por isso, não representava a autoridade da Igreja
apostólica. A pergunta era: quem tinha maior autoridade? Estes supostos
“apóstolos” ou o humilde Paulo, que – e essa era a acusação – sem uma
carta de recomendação, aparentemente recomendava-se a si mesmo? E mais:
deveria Paulo submeter seu apostolado a outros homens a fim de ser ele,
aprovado?
3.
Essas questões podem revelar que a apologia de Paulo acerca de sua
autoridade apostólica se situa no âmbito de uma questão maior: respondia
a uma pergunta sobre de onde se originava a verdadeira autoridade
apostólica. E por isso, eu creio que essa é uma pergunta fundamental.
Afinal: pertencia à Igreja de Jerusalém ou mesmo ao colégio apostólico a
investidura dos Apóstolos ou havia um critério aberto a todos, como no
caso da investidura dos Bispos? Ou ainda: o apostolado se colocava à
disposição de qualquer um que se dispusesse a sê-lo? Uma hipótese
provável é que não era nem uma coisa nem outra: como veremos, o chamado
apostólico reportava diretamente ao próprio Cristo e era isso que os
diferenciava dos demais. Isso porque a dádiva da profecia (cf.
1Coríntios 14:1-3) ou do presbitério eram carismas do Espírito abertos a
todos os crentes em todos os tempos da igreja e em todos os lugares,
cabendo à Igreja sob o domínio do Espírito Santo o quesito da escolha e
investidura. Paulo mesmo dirá que os dons vêm do Espírito, e que Este os
distribui “como Lhe apraz, a cada um, individualmente” (1Coríntios
12:11b). Não porém, assim, o dom do apostolado. Esse dom ou chamamento,
como dissemos, não se originava de nenhum modo da Igreja, mas a própria
Igreja se originara dele, e por isso mesmo, seu exercício era possível
apenas através do chamado feito pelo próprio Jesus Cristo. Estabelecê-lo
na Igreja de outro modo, seria agir contra o princípio elementar da
Palavra de Deus, como veremos.
4.
Mas poderia alguém questionar que o contrário a isso era de fato,
possível. E que isso se encontraria de modo evidente, em Atos 1:21-22,
na eleição de Matias ao apostolado. Na ocasião em que os próprios
Apóstolos, pouco depois da ascensão de Jesus e um pouco antes do
Pentecostes, buscaram um substituto para Judas Iscariotes, o Apóstolo
traidor, estabeleceram de modo bastante coerente, uma exigência para a
eleição: era preciso que o novo Apóstolo de Jesus Cristo fosse “uma
testemunha de sua ressurreição” e um companheiro de caminhada. Foi então
lançada sorte entre José, cognominado Justo, e Matias, vindo este
último a ser eleito para o colégio apostólico. Porém, o processo do
chamado e envio de Matias, ao que parece, não foi entendido
posteriormente como vindo da parte de Jesus, e talvez por isso, sua
figura, no livro de Atos, cai no anonimato. Mesmo Ellen White, nenhuma
atenção dedica a este personagem em sua obra clássica Atos dos
Apóstolos.
Pablo
Richard entende que a nomeação de Matias foi apressada e talvez tenha
se dado devido a uma expectativa de manter o grupo dos Doze como algo
vital para a Igreja, ligado a uma falsa compreensão do papel de Israel
na escatologia bíblica (cf. Atos 1:6). Essa atitude foi destacada como
uma “à margem da agenda estabelecida por Jesus, que previa não fazer
outra coisa senão esperar e aguardar” (RICHARD, 2001, p. 34). A ordem de
Jesus era de permanecerem em Jerusalém “até que do alto” fossem
revestidos de poder (Lucas 24:49). Para Richard, os Onze teriam errado
em pelo menos dois pontos.
Em
primeiro lugar, erraram em seus motivos: isso porque ao tomarem a
medida de sorteio para estabelecer um novo Apóstolo buscavam apenas
recompor o seu número original como uma tentativa de colaborar no sonho
da chegada de um “tempo em que restaures a Israel” (Atos 1:6). Os Doze
seriam correspondentes às doze tribos e deles Deus supostamente
reergueria o reino de Israel. Em segundo lugar, teriam errado no que se
relaciona ao modo: embora o critério da escolha fosse correto
(“testemunha de sua ressurreição”), o modo de investir o Apóstolo parece
ter sido, no futuro, reconsiderado e descartado pelos Apóstolos. Isso
se nota na nomeação dos Diáconos, em Atos 6. Não mais se lança o
sufrágio, mas permaneceu como modelo, o discernimento da comunidade
guiada pelo Espírito.
Devido
a isso, alguns, como Leroy E. Froom têm rejeitado a Matias como um
verdadeiro apóstolo e estabelecem a Paulo como o décimo segundo
Apóstolo, no lugar de Judas, entendendo que o Apóstolo não poderia
exibir seu chamado como provindo dele mesmo ou de qualquer outro homem,
senão do próprio Cristo. Nisto há uma verdade. Porém dizer que Paulo foi
escolhido com base na composição do colégio apostólico (Doze) me parece
mais uma continuidade da insistência em manter completo o grupo dos
Doze do que uma proposta com base numa verdadeira exegese bíblica. É
fácil notar que como foi dito anteriormente, que mesmo Tiago, o irmão do
Senhor, foi designado Apóstolo em Jerusalém, embora se convertesse
apenas após o seu encontro com Jesus Glorificado (cf. Gálatas 1:19 e
2Coríntios 15:7). Fosse o caso de importância para a questão do
apostolado o pertencer ao grupo dos Doze, algum dos dois ficaria de
fora, ou então, teríamos treze, ou catorze (isso, se contarmos Matias), e
não Doze Apóstolos.
5.
Desse modo, de maneira contrastante à eleição de Matias, surge aqui, ao
lado de Paulo, a figura de Tiago. Ele, que apesar de não haver sido
contado entre os Doze, foi considerado Apóstolo após seu encontro com
Jesus Ressuscitado (Gálatas 1:19; cf. 2Coríntios 15:7) e reconhecido
como uma das “reputadas colunas” da Igreja (Gálatas 2:9) e
possivelmente, o Bispo da Igreja em Jerusalém. Assim, fica claro que a
questão da investidura apostólica não permanecia atrelada aos Doze e nem
à sua prática inicial, o método eletivo, como apresentado em Atos 1.
Para o estabelecimento do apostolado, também não permaneceu determinante
a vontade de um grupo ou da própria pessoa envolvida (como seria no
caso do episcopado). Dependia de fato, do testemunho ocular da
ressurreição de Jesus e de ouvir o chamado da Sua própria boca. Assim
foi no humilde começo da Igreja, quando após uma noite em oração, Jesus
mesmo chamou “os que Ele mesmo quis...designou Doze para estarem com Ele
e para os enviar a pregar” (Marcos 3:13).
E
assim, também podemos crer que a atitude dos Onze, na eleição de
Matias, foi aparentemente, motivada por falso entendimento, e por isso,
alheia à vontade de Jesus e de Seu Espírito, que ainda não havia ainda
tomado posse da Igreja, o que ocorreu somente no dia de Pentecostes
(Atos 2:1ss). A partir de então, iluminados pelo Espírito e apesar da
morte de vários Apóstolos, a começar por Tiago, filho de Zebedeu (Atos
12:1-2), nenhuma preocupação se nota entre os Apóstolos vivos, de
recompor o grupo dos Doze, e de estabelecer eles mesmo, novos Apóstolos.
III. A prova do verdadeiro apostolado.
1.
Agora, então, podemos entender melhor a questão debatida por Paulo
sobre a prova do chamado ao apostolado. Sabemos que pelo menos duas
vezes ele teve sua autoridade contestada: na Galácia e em Corinto. Suas
polêmicas com falsos ministros presente nessas comunidades abrem margem
para uma formação de sua visão acerca do apostolado verdadeiro frente ao
falso apostolado. E a pergunta é: haveria na teologia de Paulo uma
prova definitiva para avaliação do verdadeiro apostolado? Uma leitura
atenta revela que sim.
Em
suas polêmicas com a Igreja, Paulo destacará como ponto básico, o seu
encontro com Jesus e o testemunho ocular de Sua ressurreição. Para os
Coríntios ele dirá: “não sou Apóstolo? Não vi Jesus nosso Senhor?”
(1Coríntios 9:1). Também se nota que ao estabelecer sua autoridade
apostólica diante de seus oponentes, sua primeira afirmava era que seu
apostolado veio “...não da parte dos homens, nem por intermédio de homem
algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai” (Gálatas 1:1) e “pela
vontade de Deus” (2Coríntios 1:1). Sua insistência nesse ponto - o
chamado direto de Deus e de Cristo – era talvez movida pela razão de que
se ele não era de fato alguém chamado pelo próprio Jesus, sua
autoridade seria inferior à autoridade dos Doze. Contudo, como muitas
vezes destacou, sendo ele um que viu pessoalmente a Jesus Cristo
ressuscitado, e ouviu se Sua própria boca o chamado para uma Missão
(Atos 22:13-14) não seria de nenhum modo um Apóstolo de nível inferior
aos “demais apóstolos” (1Coríntios 9:5), embora reconhecesse dentro da
Igreja, e mesmo dentro do colégio apostólico, a dignidade, autoridade e
distinção das “reputadas colunas”, que eram Tiago, Cefas e João (Gálatas
2:9).
Para
Pablo Richard, Paulo não foi contado entre os demais Apóstolos, mas
pertencia a uma ramificação cristã da Igreja, os helenistas, contraposta
à igreja de Jerusalém. De fato, ele mesmo fará uma separação entre ele e
os Doze em pelo menos duas ocasiões: em Gálatas1:17 ele se refere
àqueles que foram “apóstolos antes de mim”, porém, não afirma de nenhum
modo que é a eles inferior: apenas pontua a ordem temporal do seu
chamado ao ministério, diante do chamado dos Doze. E em sua Primeira
Carta aos Coríntios, quando se refere ao seu testemunho ocular de Jesus
ressuscitado, afirma que Ele apareceu “primeiro a Cefas” e “depois aos
Doze” (15:5), “e por último de todos”, diz ele, “foi visto também por
mim, como por um nascido fora de tempo” (15:8), sendo que ele, segundo
seu próprio entendimento, era “o menor dos Apóstolos” (15:9a), mas ainda
assim, Apóstolo no mais alto sentido e detentor dos mesmos direitos
(cf. 1Coríntios 9:5).
2.
Poderíamos aqui nos perguntar se haveria dois níveis de apostolado: o
original, restrito aos Doze, e o secundário, identificado em Paulo e
Tiago. Seria essa última declaração, uma evidência a favor de uma crença
em um apostolado em dois níveis segundo Paulo? Se assim for, abre-se um
precedente para o surgimento dos novos Apóstolos, uma vez que este não
se arroguem na pretensão do nível dos Doze. Porém, as palavras ditas
acima (“nascido fora de tempo” e “por último de todos”) denotam que
Paulo não se excluía do grupo dos verdadeiros Apóstolos, embora tivesse
seu apostolado estabelecido em um tempo diferente daqueles. Essa é a
razão de sua veemência, quando defendia sua autoridade apostólica
perante a Igreja. Então está claro: era apenas um modo de Paulo
expressar sua humildade pelo fato de haver perseguido a Igreja, razão
pela qual se sentia até mesmo indigno do apostolado (cf. 15:9b). Isso
porque embora dissesse “ainda que nada sou” (11:5) ele mesmo dava graças
a Deus e se via como o mais frutuoso de todos: “tenho trabalhado mais
do que todos eles; não eu, mas a graça de Deus que está comigo” (v.
10b). Paulo se considerava verdadeiro Apóstolo, embora não pertencesse
ao grupo dos Doze. Nas palavras de Comblin:
“O
que Paulo considerava como título de legitimidade era tido por inválido
pelos outros, e o que os outros invocavam como título legítimo, não era
aceito por Paulo” (COMBLIN, 1991, p. 18).
3.
Por isso, penso que a questão fundamental avaliada por Paulo diante dos
falsos apóstolos de Corinto e que estabelece para nós de modo claro a
legitimidade ou falsidade do Apostolado é essencialmente uma só: se
relacionava diretamente à origem do chamado do apóstolo, o que ele
dispõe de imediato na abertura da carta. Ao contrário de outros,
chamados pelos homens, com suas “cartas de recomendação” da parte dos
homens, Paulo era verdadeiramente um “apóstolo de Jesus Cristo, pela
vontade de Deus” (2Coríntios 1:1). Isso, porque, a seu ver, não tivesse
ele recebido o chamado da própria boca de Jesus e não visto Seu corpo
ressuscitado, não seria ele apto para esse ministério. E é por esse
motivo que também se opõe aos falsos Apóstolos em Corinto.
IV. O Contraste entre o verdadeiro e o falso apostolado
1.
Diante do exposto, fica para nós um tanto mais simples a pergunta
acerca de qual seria o caráter do falso apóstolo. Diversas teorias foram
levantadas acerca da identidade dos falsos apóstolos de Corinto, sem
nenhum consenso. Mas permaneceu como essencial “o modo de ser do
verdadeiro apóstolo” (COMBLIN, 1991, p. 19). Porém, sabe-se que os “tais
apóstolos”, ao que parece eram auto-denominados Apóstolos, com base
unicamente numa carta de recomendação assinada por outros, a fim de que
fossem recebidos na igreja de Corinto (2Coríntios 3:1ss). Pode ser que
tenham abusado da recomendação da Igreja e arrogado para si mesmos a
autoridade apostólica, ao passo que também descaracterizavam o
apostolado de Paulo. Poderiam ser hebreus, como se deduz de 2Coríntios
11:22. Baseavam seu ministério na aparência, na ostentação e no
sensacionalismo.
Segundo
Paulo, usavam de procedimentos secretos e “vergonhosos”, de “astúcia”,
“adulterando a Palavra de Deus” (2Coríntios 4.2). Ao contrário de Paulo,
eles pregavam a si mesmos (v. 5). Na busca de estabelecer sua
influência sobre a Igreja, e de afastá-la do próprio Paulo, também se
valiam de acusações contra a Verdade apostólica, condenando sua pregação
e sua aparência humilde (v. 7). Eles pregavam “outro Jesus [...]
espírito diferente [...] evangelho diferente” (2Coríntios 11:4). E em
lugar de trabalharem como pioneiros em favor do evangelho, “eles
preferiam ser parasitas dos ‘trabalhos alheios’ (10:15)” (F. F. BRUCE,
2008, p. 268). Seriam “falsos apóstolos, obreiros fraudulentos,
disfarçados de apóstolos de Cristo” (11:13). Assim, em lugar de
ministros de Deus, Paulo os compara à serpente enganadora de Gênesis 3 e
os acusa de serem “servos de satanás” (F. F. BRUCE, 2008, p. 268):
“E
não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de
luz. o que não é de espantar. Pois, se o próprio Satanás se transfigura
em anjo de luz, não é muito, pois, que os seus próprios ministros se
transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas
obras.” (2Coríntios 11:14-15).
Em
resposta a essa situação, Paulo faz uma longa apologia, na qual
estabelece o perfil do verdadeiro Apóstolo, contraposto ao falso
ministério. Para José Comblin, essa contraposição é a principal
característica desta carta e permeia ela toda.
2.
Diante disso, podemos então perguntar: qual seria então, o caráter do
verdadeiro apóstolo? Para Paulo, se o caminho do falso apostolado é o da
ostentação e da hipocrisia, o do verdadeiro, é o da humildade na
sinceridade: não “adulterando a palavra de Deus” e manifestando “a
verdade” (2Coríntios 4:2). Ele não prega a si mesmo (v. 5). “A verdade
de Cristo está em mim”, diz Paulo (2Coríntios 11:10). Richard entendeu
aqui uma identificação de Paulo com Jesus em Sua humildade, feito Servo,
por isso podia ele dizer que a verdade de Cristo, mais que um discurso,
tornava-se nele, uma identidade. Isso porque o verdadeiro apostolado
não tem sua base no poderio humano, como era nos círculos intelectuais
gregos, no judaísmo farisaico ostensivo, nem na eloqüência filosófica
dos marketeiros da religião daqueles tempos, os quais vendiam a fé como
um produto de consumo. O testemunho de Paulo é que ele não faz, como
tantos outros (os falsos mestres mencionados em 2Coríntios 11:4, 12-15),
que mercadejavam (do gr. kapeleuo, significando "trocar, vendedor
ambulante; mascatear”) a Palavra de Deus. Sua identidade é Cristo e é
sobre esse modelo que ele desenvolve seu apostolado. Por isso ele diz
que assim como Jesus, o Qual era rico se fez pobre, assim Paulo se torna
fraco, para que sua força venha de Deus e de Cristo. Suas credenciais
de Apóstolo e “ministro de Cristo” são: em primeiro lugar, o chamado
direto de Jesus ressuscitado (2Co 1:1); em segundo lugar, uma extensa
lista de sofrimentos, como se nota em 2Coríntios 11:23-33; e em terceiro
lugar, os “sinais, prodígios e poderes miraculosos” (2Coríntios 11:12).
Este último jamais se torna para Paulo uma prova definitiva de seu
apostolado. Na verdade, haveria para a Igreja o dom de operar milagres
(cf. 1Coríntios 12:28), e portanto, jamais poderia ser um sinal
distintivo do apostolado. Permanece então, a questão do chamado pessoal e
da visão de Jesus ressuscitado como a prova definitiva para o ingresso
no autêntico apostolado.
Conclusão
1.
No estudo sobre a identidade dos verdadeiros Apóstolos de Jesus Cristo
se percebeu pelo menos três características. Quanto à identidade, eram
as primeiras autoridades e os fundadores da Igreja. Seu chamado se
originava diretamente de Jesus e por isso eram por assim dizer, os
guardiões da Sua verdade original. Sua investidura não estava presa à
opinião de nenhum homem ou grupo, e não permaneceu como norma para a
entrada no apostolado a eleição direta, mas sim a visão teofânica e o
chamado pessoal de Jesus. Não havia, para Paulo, a idéia de dois níveis
de apostolado, e ele mesmo não se via como um Apóstolo menor que os
primeiros, os Doze. No debate com os falsos Apóstolos, Paulo mesmo
estabelecerá sua prova de apostolado como a visão e o chamado pessoal de
Jesus ressuscitado, o que o igualava aos demais apóstolos e lhe dava os
mesmos direitos. O falso apóstolo, segundo Paulo, busca sua autoridade
no discernimento e na autoridade da própria comunidade. Além disso,
pregam um outro evangelho, que não oferece a cruz de Jesus. O verdadeiro
Apóstolo, pelo contrário, tem sua vida marcada pelo morrer contínuo,
identificando-se com Cristo.
2.
Diante do exposto, podemos estabelecer alguns critérios na avaliação
dos modernos Apóstolos. Notemos, em primeiro lugar, de onde veio sua
titularidade e autoridade. Sabe-se que os novos Apóstolos têm seus
títulos originados seja pela determinação pessoal ou de seu grupo. A
maioria denomina-se a si mesmos. Se for de fato assim, podemos então,
questionar a sua legitimidade.
3.
Tenhamos dúvida quanto àqueles que a si mesmos denominam-se Apóstolos.
As batalhas travadas por Paulo contra aqueles que se promoviam a si
mesmos é um alerta a nós de que essa prerrogativa não é nossa e nem
mesmo da Igreja. Jesus é Aquele que chamou e enviou os Seus doze em
Missão para a fundação de Sua Igreja. Por isso, de um modo diferenciado
quanto aos demais cargos eclesiásticos. Podemos ver que em Atos 1 e 6
bem como 2timoteo 3 e Tito 1 isso está claramente revelado. Embora o
critério do testemunho ocular e do chamado pessoal da parte de Jesus
fosse uma exigência do Apóstolo, não era assim para o diácono, nem para
os Bispos, bastando a eles uma evidência de sabedoria, unção divina e
caráter. Também se entende que se a função do Apóstolo é estabelecer o
“fundamento”, este já está posto. Como bem disse alguém, a verdade
apostólica não está em construção, mas sim a nossa compreensão sobre
esta verdade. Outro fato é que Paulo entendia a sim mesmo como último
dos apóstolos. Por isso, com base no princípio bíblico, não seria demais
dizer que aqueles que se denominam a si mesmos Apóstolos entram na
mesma categoria dos falsos apóstolos combatidos por Paulo.
4.
Além disso, uma análise que poderia ser feita é acerca da mensagem dos
tais Apóstolos. Curiosamente, estes se encontram nos ministérios
independentes, e em movimentos que pouca ênfase dão à mensagem de
salvação e ao chamado à santidade. Na verdade, quase sempre, a fé,
vendida como um produto a partir dos púlpitos, tem servido apenas para a
promoção pessoal de líderes materialistas. A chamada teologia da
prosperidade é a mensagem principal que tem soado. Ao contrário de
Paulo, não há lugar para a cruz e o sofrimento em favor do evangelho.
5.
Por outro lado, podemos ver líderes que são de fato dedicados ao
ministério, trazendo no corpo e na própria comunidade a marca da
fidelidade ao chamado apostólico. Vemos evidência clara de que são
homens que buscam de fato à glória de Deus. Uma dessas evidências é o
fato de que são pessoas amorosas e pouco apressadas em promover seu
próprio nome.
E
a pergunta que surge é: podem eles então serem chamados Apóstolos? A
resposta clara é: não, pelos motivos óbvios demonstrados abaixo, mas já
mencionados acima:
a.
Não são testemunhas oculares de Sua ressurreição: não tiveram o
encontro pessoal e físico com Jesus Ressuscitado nem ouviram o chamado
da Sua boca; b. Paulo se dizia o último Apóstolo, e isso, depois de c.
20 anos desde a ressurrieção de Jesus; c. O papel apostólico de
estabelecer o fundamento está findo, não carecendo de mais nada, a não
ser edificar sobre ele; e podemos até mesmo acrescentar: a presença dos
apóstolos já se faz notar pela vitalidade de seus escritos, que ainda
orientam a Igreja no caminho, sendo que ela se acha edificada sobre o
fundamento dos Apóstolos e profetas (Efésios 2.20).
6.
Mas a boa-nova é que embora não possamos encontrar na atualidade
Apóstolos com as credenciais do verdadeiro apostolado, podemos pelo
menos, encontrar uma evidência da continuidade da obra apostólica. Isso,
quando notamos na vida dos ministros de hoje, a evidência de uma
fidelidade verdadeira à pureza da mensagem apostólica.
Em
vista disso, concluo que muito mais que o título e a autoridade, como
verdadeiros ministros, devemos desejar o caráter desses santos homens. E
na busca de uma comunidade cristã para nosso desenvolvimento
espiritual, jamais sejamos apressados em adotar uma igreja apenas pelo
carisma dos seus líderes ou pelos seus sinais admiráveis. Paulo mesmo
admitiu que os Gálatas foram fascinados pela eloqüência dos falsos
ministros (Gálatas 3:1), e que os coríntios estavam em tempo de serem
enganados como Eva (2Coríntios 11:3). Quanto aos sinais, Jesus mesmo nos
orienta que isso não é definitivo como marca de alguém que realmente
conhece a Ele. Ele alertou contra falsos cristos e falsos profetas
operadores de sinais, nos dias do fim (Mateus 24:24), e que Ele mesmo
dirá a alguns no Grande Dia que apesar de seus tantos milagres e
exorcismos, Ele de fato poderá dizer: “nunca vos conheci” (Mateus
7:21-23). Busquemos uma comunidade fiel à palavra apostólica, como os
santos do Apocalipse: “os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de
Jesus” (Ap 14:12). - [Claudio Soares Sampaio, pastor em São Francisco, MG]
***
Bibliografia Auxiliar
BRUCE, A. B. O treinamento dos Doze. São Paulo. Arte editorial, 2005.
BRUCE, F. F. São Paulo, 2008. Paulo, o Apóstolo da graça. Shedd.
COMBLIN, José. Comentário bíblico segunda epístola aos coríntios. São Paulo, 1991. Imprensa Metodista/Sinodal/Vozes.
FROOM, Leroy E. A vinda do Consolador. São Paulo. Casa, 1988.
KÜMMEL, Werner G. Síntese teológica do Novo Testamento. São Paulo. Teológica. 2005.
JOHNSON,
Lewis S. “1Coríntios”. Comentário Bíblico Moody. HARISSON, Everett
F.(Editor). São Paulo. Imprensa Batista Regular, 2001.
MacARTHUR, John. Doze homens comuns. São Paulo. Cultura Cristã, 2004.
REID,
George R. “Interpretação dos evangelhos e epístolas”. In: Compreendendo
as Escrituras: uma abordagem adventista. p. 205-222. Engenheiro Coelho,
SP. UNASPRESS, 2007.
RICHARD, Pablo. O movimento de Jesus depois da ressurreição. São Paulo, 2ª. Edição. Paulinas, 2001.
RATZINGER, Joseph – Bento XVI. Jesus de Nazaré. São Paulo. Planeta, 2007.
RIDERBOS, Herman. A teologia do Apóstolo Paulo. São Paulo. Cultura Cristã, 2004.
THIELMAN, Franklin. Teologia do Novo Testamento. São Paulo Shedd, 2007.
TOKASHIKI,
Ewerton B.
<http://www.scribd.com/doc/23216429/Ewerton-B-Tokashiki-A-origem-do-oficio-de-presbitero>
pesquisado na internet em 18 de fevereiro de 2010.
WHITE, Ellen G. Atos dos Apóstolos. 3ª. Edição. Santo André, SP. Casa, 1976.
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nossa página
http://pastorclaudiosampaio.blogspot.com
diponível para compilação, desde que não sofra alteração e a fonte seja citada
Olá Pr Cláudio, a paz sejas contigo!
ResponderExcluirObrigado pela sua preciosa visia hoje no Amigo De cristo!
Prezamado Pr, o texto em é uma verdade, pena que as pessoas hoje não olha para o contexto aqui abordado com mais seriedade, especialmente os lideres da atualidade.
Bom, desde já agradeço pelo reconhecimento notorio no AMC, e saibas que o elogio o tenho como Louvor a nosso Rei Jesus.
Paz e tenha uma semana cercada das benções de nosso de Deus em sua vida família e ministério!
No amor fraternal de Cristo vosso conservo Falbo.
Tanta gentileza assim apenas comprova um coração generoso, repleto da grandeza de Cristo. Deus te faça mais e mais próspero.
ResponderExcluirMuito bom! Que Deus abençoe.
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