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Apóstolos Antigos e Modernos: A Disputa de Paulo com os Falsos Apóstolos


Até que ponto se pode dizer que o surgimento dos novos Apóstolos na atualidade encontra paralelo no ministério apostólico da Igreja Primitiva? 
 


Uma marca do evangelicalismo moderno tem sido a presença dos novos Apóstolos. A cada dia somos surpreendidos pela mídia televisiva com o surgimento de um novo líder arrogando para si mesmo o título e a autoridade apostólica. Sinais e maravilhas têm sido apresentados como evidência de seu chamado a este ministério. Especialmente nas igrejas em células, usa-se o termo Apóstolo de forma natural para definir apenas algumas categorias de ministérios, tendo sua autoridade fundamentada apenas no discernimento e na orientação da comunidade. Uma pergunta é: poderíamos entender como válido aos olhos de Deus o uso desse título na Igreja de Cristo? Até que ponto o surgimento dos novos Apóstolos na atualidade encontra paralelo no ministério apostólico da Igreja Primitiva?

Paulo mesmo teve em seus dias algumas disputas contra os falsos Apóstolos. Uma hipótese é que nestas disputas podemos encontrar a verdade acerca do verdadeiro apostolado. Assim, para compreensão deste tema, penso que antes de mais nada, nos faria bem entender a lógica de Paulo sobre seu próprio ministério, bem como sua noção sobre a existência de um falso Apostolado, a fim de nos precavermos contra as sutilezas dos enganos presentes na religiosidade de nossos dias. Para isso, analisaremos de modo objetivo, alguns elementos históricos relacionados ao sentido, a origem e a marca do verdadeiro Apóstolo de Cristo, contraposto às marcas do falso apostolado. Também analisaremos textos da Carta de Paulo aos Gálatas e da Segunda Carta aos Coríntios, para compreendermos mais plenamente este assunto.

I. O sentido do Apostolado


1. Num primeiro momento, creio que para tratarmos sobre a pessoa dos Apóstolos, devemos entender o sentido desta palavra e qual foi o seu uso nos dias da Igreja primitiva. Comecemos então com a identidade dos Apóstolos. Notamos que eles aparecem de forma marcante no livro de Atos. Em 1:2 se diz que eles receberam os “mandamentos” da boca do próprio Jesus antes de Ele ser elevado às alturas. Eles presidem a primeira assembléia da Igreja em 1:15. Mais adiante, em 2:42, se diz que a Igreja nascente se ergue em torno da “doutrina dos Apóstolos”. Nos textos das longas listas dos dons espirituais, Paulo estabelece “primeiramente, apóstolos” (1Coríntios 12:28; Efésios 4:11). Segue então, “em segundo lugar, profetas” e terceiro, “Pastores e mestres”. S. Lewis Johnson, em seu comentário da Primeira Carta aos Coríntios entende que as palavras “primeiramente...em segundo lugar...em terceiro lugar” presentes em 1Coríntios 12:28 indicam de modo evidente uma hierarquia, porém as palavras “depois...depois...”, para apresentar os diversos dons, não indicaria isso. Em 1Coríntios podemos supor que fossem apenas ministérios coordenados pela hierarquia citada. Quanto ao texto de Efésios, não parece Paulo preocupado em estabelecer uma visão hierárquica, mas em como a Igreja se apresenta equipada para o crescimento.


Sabe-se então, que o Apóstolo exercia autoridade. Esta autoridade se devia ao fato de que, originalmente, era ele um “enviado” pelo próprio Senhor Jesus Cristo para uma Missão redentiva. Este era o verdadeiro sentido da palavra “Apóstolo” (do gr. apostoloi), que se apresentava como embaixador e representante de Jesus de Nazaré, e que portanto, poderia falar em nome e na autoridade dAquele que o enviou (MacARTHUR, 2004, p. 15). A autoridade apostólica está bem fundamentada de modo histórico pelo próprio evangelista Marcos, que em seu evangelho afirma que foi Jesus mesmo Quem, após subir a um monte para um longo período de oração, escolheu dentre a multidão de discípulos, aqueles que “ele mesmo quiz”, em número de Doze, “para estarem com Ele e para os enviar a pregar” (Marcos 3:13-14). Lucas acrescentará que a eles deu Jesus também um nome: “Apóstolos” (Lucas 6:12-13). Ratzinger dirá que eles deveriam “chegar da mais exterior até a mais íntima comunhão com Jesus [...] mas ao mesmo tempo eles estarão lá para serem enviados por Jesus – precisamente ‘apóstolos’” (RATZINGER, 2007, p. 156). Para Herman Riderbos

“O ofício apostólico é, sem dúvida, distinguido de todos os outros cargos e ministérios, no sentido de que seus portadores foram chamados diretamente por Cristo e tem uma importância singular para a Igreja” (RIDERBOS, 2003, p. 269).

2. Entendemos, primeiramente, que os Doze Apóstolos foram instituídos pelo próprio Jesus e receberam dEle mesmo a mensagem a ser proclamada. Porém, eram, naturalmente, “homens comuns”, na linguagem de MacArthur. Sua singularidade e autoridade não se originavam de uma infalibilidade. Eram falhos como indivíduos, como se nota em Gálatas 2:11, na ocasião em que Paulo repreende a Pedro por conta de seu comportamento pusilânime, por ocasião de sua visita a Antioquia. E o mesmo Paulo terá comportamento repreensível quando em sua disputa com Barnabé, em Atos 15:36ss, ao negar a Marcos uma nova oportunidade no trabalho missionário. Mais tarde, teria mudado de atitude e reconhecido o valor de Marcos, ao escrever sua última carta, quando preso em Roma. Seu pedido a Timóteo era: “toma contigo Marcos e traze-o, pois me é útil para o ministério” (2Timóteo 4:11). Porém, em sua essência, a mensagem dos Apóstolos não carregava a falibilidade humana, uma vez que seu conteúdo não procedia deles, e sim do próprio Jesus. Paulo podia dizer que aquilo que anunciava era o “evangelho de Cristo” (Gálatas 1:7b), que “é o poder de Deus para a salvação de todo o crê” (Romanos 1:16a). Aos de Tessalônica, pôde dizer que a pregação que eles receberam não era “palavra de homens,e sim como em verdade é, a palavra de Deus” (1Tessalonicensses 2:13).


3. Num sentido maior, como modelo de enviado, Jesus mesmo é o verdadeiro Apóstolo, um “enviado” pelo próprio Pai em Sua missão de salvar. Talvez por isso Ele podia dizer: “o meu ensino não é meu, e sim dAquele que me enviou” (João 7:16). Também, seguindo essa mesma linha nos declara o autor de Hebreus quando apelou aos seus leitores a considerar de modo atento “o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus” (Hebreus 3:1). Como Jesus veio em nome do Pai e relatou a mensagem do Pai, também os seus enviados deveriam fazer o mesmo em relação a Ele: receberiam a mensagem da parte de Jesus e proclamariam essa mensagem em nome de Jesus. Nesse sentido, os Doze apóstolos foram definidos como os discípulos mais próximos a fim de serem continuadores da missão de Jesus, depois de Sua partida. Consoante com Marcos 3:13-19, A. B. Bruce entendia o ministério dos Apóstolos como continuidade, e que o propósito de seu chamado foi tão somente para “estar com Ele”, a fim de aprender dEle mesmo, e depois, “os enviar a pregar”. Esse aprendizado visava uma imitação do Mestre, cuja ação seria reproduzida no ministério daqueles homens, após Sua partida.

4. É preciso que se considere também o fato de que os Apóstolos, ao contrário das demais funções eclesiásticas que se originam da Igreja, é a partir de Cristo, mas por meio deles que nasce a Igreja. Talvez por isso, um olhar nas listas das linhas de autoridade da Igreja Apostólica citadas por Paulo nos revela a figura dos Apóstolos como autoridade maior. Eles estabelecem o fundamento da Igreja que está edificada “sobre o fundamento dos Apóstolos e profetas” (Efésios 2:20). Paulo dirá aos de Corinto que ele, sendo sábio, lançou o fundamento e outros poderiam edificar sobre ele, embora não fosse permitido estabelecer outro fundamento em lugar da sua verdade apostólica acerca de Cristo (1Coríntios 3:10). O estabelecimento de outro evangelho além do pregado por eles seria considerado anátema (= amaldiçoado) (Gálatas 1:6-9). Eram por assim dizer, preservadores da mensagem original de Jesus. Talvez por isso, quando diante dos anciãos de Éfeso, após prever sua partida, Paulo também prediz uma apostasia. Paulo dirá que a sua ausência ocasionaria o surgimento de “lobos vorazes, que não pouparão a Igreja”, e dentro do próprio rebanho, falsos mestres se levantariam, falando “coisas pervertidas”, que “arrastarão os discípulos atrás deles” (Atos 20:29-30). Também afirmou que o “mistério da iniqüidade” esperava apenas que a autoridade apostólica fosse tirada e então o Mal tomaria sua forma definitiva dentro da Igreja de Deus (2Tessalonicensses 2:7). Desse modo, se conclui que o apostolado se propunha a guiar a Igreja aos fundamentos da mensagem de Jesus, e por terem sido testemunhas diretas de sua ressurreição, eram os herdeiros diretos dessa mensagem pura, sendo, por assim dizer, os líderes principais da Igreja.

II. A condição para o Ingresso no apostolado


1. Após a análise acerca do sentido, podemos então abordar aqui a condição determinante para o ingresso ao Apostolado. Podemos perguntar se era prerrogativa da Igreja o estabelecimento de novos Apóstolos. Para resposta, nos faria bem avaliar um pouco a disputa de Paulo com os tais “falsos apóstolos” (2Corintios 11:13) citados na Segunda Carta aos Coríntios bem como alguns textos da sua Carta aos Gálatas.

2. A Segunda Epístola de Paulo aos Corintios tem sido apresentada por José Comblin como uma carta de apologia. Nela, Paulo busca defender sua autoridade apostólica diante de uma igreja atacada por “falsos apóstolos” que buscavam solapar sua autoridade do Apostólica e desviá-la do evangelho que dele havia recebido. George E. Rice entende da mesma forma quando diz que o principal objetivo de Paulo nesta carta é escrever a uma igreja que desafiava a sua autoridade apostólica (remete a 2Coríntios 1:23-2:5). A situação entre Paulo e a igreja se tornou tão excepcional que Paulo necessitou falar de si mesmo, em sua própria defesa. Ellen White afirma que “o Apóstolo foi forçado, pela oposição de seus inimigos, a tomar decidida atitude de manter sua posição de autoridade” (WHITE, 1976, p. 388). Porém, como bem observa Comblin, ao falar de si, ele fala como uma mãe ou um pai espiritual que busca resgatar seus filhos amados (2Coríntios 6:13) de obreiros mal-intencionados, traçando, nesse contexto, o perfil do verdadeiro e do falso apostolado. E neste sentido, de modo especial ela também fala aos nossos dias, pois os mesmos problemas enfrentados por Paulo na comunidade de Corinto são também evidentes nos dias atuais. O surgimento de novos Apóstolos na mídia televisiva atual nos leva a questionar, como Paulo, a validade destes títulos para a Igreja moderna, bem como nos leva a questionar se o processo pelo qual se deu seu chamado encontra paralelo no modelo da Igreja dos Apóstolos.

De acordo com F. F. Bruce, estes “falsos apóstolos” em Corinto possivelmente possuíam cartas de recomendação, como se pode deduzir da polemica em 2Coríntios 3:1. Na hipótese de F. F. Bruce, buscavam estabelecer sua autoridade sobre a de Paulo, articulando que eles eram “enviados” e possuíam cartas de recomendação da comunidade de Jerusalém, ao passo que Paulo, na falta dessas cartas, deveria ser considerado um enviado de si mesmo, e por isso, não representava a autoridade da Igreja apostólica. A pergunta era: quem tinha maior autoridade? Estes supostos “apóstolos” ou o humilde Paulo, que – e essa era a acusação – sem uma carta de recomendação, aparentemente recomendava-se a si mesmo? E mais: deveria Paulo submeter seu apostolado a outros homens a fim de ser ele, aprovado?

3. Essas questões podem revelar que a apologia de Paulo acerca de sua autoridade apostólica se situa no âmbito de uma questão maior: respondia a uma pergunta sobre de onde se originava a verdadeira autoridade apostólica. E por isso, eu creio que essa é uma pergunta fundamental. Afinal: pertencia à Igreja de Jerusalém ou mesmo ao colégio apostólico a investidura dos Apóstolos ou havia um critério aberto a todos, como no caso da investidura dos Bispos? Ou ainda: o apostolado se colocava à disposição de qualquer um que se dispusesse a sê-lo? Uma hipótese provável é que não era nem uma coisa nem outra: como veremos, o chamado apostólico reportava diretamente ao próprio Cristo e era isso que os diferenciava dos demais. Isso porque a dádiva da profecia (cf. 1Coríntios 14:1-3) ou do presbitério eram carismas do Espírito abertos a todos os crentes em todos os tempos da igreja e em todos os lugares, cabendo à Igreja sob o domínio do Espírito Santo o quesito da escolha e investidura. Paulo mesmo dirá que os dons vêm do Espírito, e que Este os distribui “como Lhe apraz, a cada um, individualmente” (1Coríntios 12:11b). Não porém, assim, o dom do apostolado. Esse dom ou chamamento, como dissemos, não se originava de nenhum modo da Igreja, mas a própria Igreja se originara dele, e por isso mesmo, seu exercício era possível apenas através do chamado feito pelo próprio Jesus Cristo. Estabelecê-lo na Igreja de outro modo, seria agir contra o princípio elementar da Palavra de Deus, como veremos.

4. Mas poderia alguém questionar que o contrário a isso era de fato, possível. E que isso se encontraria de modo evidente, em Atos 1:21-22, na eleição de Matias ao apostolado. Na ocasião em que os próprios Apóstolos, pouco depois da ascensão de Jesus e um pouco antes do Pentecostes, buscaram um substituto para Judas Iscariotes, o Apóstolo traidor, estabeleceram de modo bastante coerente, uma exigência para a eleição: era preciso que o novo Apóstolo de Jesus Cristo fosse “uma testemunha de sua ressurreição” e um companheiro de caminhada. Foi então lançada sorte entre José, cognominado Justo, e Matias, vindo este último a ser eleito para o colégio apostólico. Porém, o processo do chamado e envio de Matias, ao que parece, não foi entendido posteriormente como vindo da parte de Jesus, e talvez por isso, sua figura, no livro de Atos, cai no anonimato. Mesmo Ellen White, nenhuma atenção dedica a este personagem em sua obra clássica Atos dos Apóstolos.

Pablo Richard entende que a nomeação de Matias foi apressada e talvez tenha se dado devido a uma expectativa de manter o grupo dos Doze como algo vital para a Igreja, ligado a uma falsa compreensão do papel de Israel na escatologia bíblica (cf. Atos 1:6). Essa atitude foi destacada como uma “à margem da agenda estabelecida por Jesus, que previa não fazer outra coisa senão esperar e aguardar” (RICHARD, 2001, p. 34). A ordem de Jesus era de permanecerem em Jerusalém “até que do alto” fossem revestidos de poder (Lucas 24:49). Para Richard, os Onze teriam errado em pelo menos dois pontos.

Em primeiro lugar, erraram em seus motivos: isso porque ao tomarem a medida de sorteio para estabelecer um novo Apóstolo buscavam apenas recompor o seu número original como uma tentativa de colaborar no sonho da chegada de um “tempo em que restaures a Israel” (Atos 1:6). Os Doze seriam correspondentes às doze tribos e deles Deus supostamente reergueria o reino de Israel. Em segundo lugar, teriam errado no que se relaciona ao modo: embora o critério da escolha fosse correto (“testemunha de sua ressurreição”), o modo de investir o Apóstolo parece ter sido, no futuro, reconsiderado e descartado pelos Apóstolos. Isso se nota na nomeação dos Diáconos, em Atos 6. Não mais se lança o sufrágio, mas permaneceu como modelo, o discernimento da comunidade guiada pelo Espírito.

Devido a isso, alguns, como Leroy E. Froom têm rejeitado a Matias como um verdadeiro apóstolo e estabelecem a Paulo como o décimo segundo Apóstolo, no lugar de Judas, entendendo que o Apóstolo não poderia exibir seu chamado como provindo dele mesmo ou de qualquer outro homem, senão do próprio Cristo. Nisto há uma verdade. Porém dizer que Paulo foi escolhido com base na composição do colégio apostólico (Doze) me parece mais uma continuidade da insistência em manter completo o grupo dos Doze do que uma proposta com base numa verdadeira exegese bíblica. É fácil notar que como foi dito anteriormente, que mesmo Tiago, o irmão do Senhor, foi designado Apóstolo em Jerusalém, embora se convertesse apenas após o seu encontro com Jesus Glorificado (cf. Gálatas 1:19 e 2Coríntios 15:7). Fosse o caso de importância para a questão do apostolado o pertencer ao grupo dos Doze, algum dos dois ficaria de fora, ou então, teríamos treze, ou catorze (isso, se contarmos Matias), e não Doze Apóstolos.

5. Desse modo, de maneira contrastante à eleição de Matias, surge aqui, ao lado de Paulo, a figura de Tiago. Ele, que apesar de não haver sido contado entre os Doze, foi considerado Apóstolo após seu encontro com Jesus Ressuscitado (Gálatas 1:19; cf. 2Coríntios 15:7) e reconhecido como uma das “reputadas colunas” da Igreja (Gálatas 2:9) e possivelmente, o Bispo da Igreja em Jerusalém. Assim, fica claro que a questão da investidura apostólica não permanecia atrelada aos Doze e nem à sua prática inicial, o método eletivo, como apresentado em Atos 1. Para o estabelecimento do apostolado, também não permaneceu determinante a vontade de um grupo ou da própria pessoa envolvida (como seria no caso do episcopado). Dependia de fato, do testemunho ocular da ressurreição de Jesus e de ouvir o chamado da Sua própria boca. Assim foi no humilde começo da Igreja, quando após uma noite em oração, Jesus mesmo chamou “os que Ele mesmo quis...designou Doze para estarem com Ele e para os enviar a pregar” (Marcos 3:13).

E assim, também podemos crer que a atitude dos Onze, na eleição de Matias, foi aparentemente, motivada por falso entendimento, e por isso, alheia à vontade de Jesus e de Seu Espírito, que ainda não havia ainda tomado posse da Igreja, o que ocorreu somente no dia de Pentecostes (Atos 2:1ss). A partir de então, iluminados pelo Espírito e apesar da morte de vários Apóstolos, a começar por Tiago, filho de Zebedeu (Atos 12:1-2), nenhuma preocupação se nota entre os Apóstolos vivos, de recompor o grupo dos Doze, e de estabelecer eles mesmo, novos Apóstolos.

III. A prova do verdadeiro apostolado.


1. Agora, então, podemos entender melhor a questão debatida por Paulo sobre a prova do chamado ao apostolado. Sabemos que pelo menos duas vezes ele teve sua autoridade contestada: na Galácia e em Corinto. Suas polêmicas com falsos ministros presente nessas comunidades abrem margem para uma formação de sua visão acerca do apostolado verdadeiro frente ao falso apostolado. E a pergunta é: haveria na teologia de Paulo uma prova definitiva para avaliação do verdadeiro apostolado? Uma leitura atenta revela que sim.

Em suas polêmicas com a Igreja, Paulo destacará como ponto básico, o seu encontro com Jesus e o testemunho ocular de Sua ressurreição. Para os Coríntios ele dirá: “não sou Apóstolo? Não vi Jesus nosso Senhor?” (1Coríntios 9:1). Também se nota que ao estabelecer sua autoridade apostólica diante de seus oponentes, sua primeira afirmava era que seu apostolado veio “...não da parte dos homens, nem por intermédio de homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai” (Gálatas 1:1) e “pela vontade de Deus” (2Coríntios 1:1). Sua insistência nesse ponto - o chamado direto de Deus e de Cristo – era talvez movida pela razão de que se ele não era de fato alguém chamado pelo próprio Jesus, sua autoridade seria inferior à autoridade dos Doze. Contudo, como muitas vezes destacou, sendo ele um que viu pessoalmente a Jesus Cristo ressuscitado, e ouviu se Sua própria boca o chamado para uma Missão (Atos 22:13-14) não seria de nenhum modo um Apóstolo de nível inferior aos “demais apóstolos” (1Coríntios 9:5), embora reconhecesse dentro da Igreja, e mesmo dentro do colégio apostólico, a dignidade, autoridade e distinção das “reputadas colunas”, que eram Tiago, Cefas e João (Gálatas 2:9).

Para Pablo Richard, Paulo não foi contado entre os demais Apóstolos, mas pertencia a uma ramificação cristã da Igreja, os helenistas, contraposta à igreja de Jerusalém. De fato, ele mesmo fará uma separação entre ele e os Doze em pelo menos duas ocasiões: em Gálatas1:17 ele se refere àqueles que foram “apóstolos antes de mim”, porém, não afirma de nenhum modo que é a eles inferior: apenas pontua a ordem temporal do seu chamado ao ministério, diante do chamado dos Doze. E em sua Primeira Carta aos Coríntios, quando se refere ao seu testemunho ocular de Jesus ressuscitado, afirma que Ele apareceu “primeiro a Cefas” e “depois aos Doze” (15:5), “e por último de todos”, diz ele, “foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo” (15:8), sendo que ele, segundo seu próprio entendimento, era “o menor dos Apóstolos” (15:9a), mas ainda assim, Apóstolo no mais alto sentido e detentor dos mesmos direitos (cf. 1Coríntios 9:5).

2. Poderíamos aqui nos perguntar se haveria dois níveis de apostolado: o original, restrito aos Doze, e o secundário, identificado em Paulo e Tiago. Seria essa última declaração, uma evidência a favor de uma crença em um apostolado em dois níveis segundo Paulo? Se assim for, abre-se um precedente para o surgimento dos novos Apóstolos, uma vez que este não se arroguem na pretensão do nível dos Doze. Porém, as palavras ditas acima (“nascido fora de tempo” e “por último de todos”) denotam que Paulo não se excluía do grupo dos verdadeiros Apóstolos, embora tivesse seu apostolado estabelecido em um tempo diferente daqueles. Essa é a razão de sua veemência, quando defendia sua autoridade apostólica perante a Igreja. Então está claro: era apenas um modo de Paulo expressar sua humildade pelo fato de haver perseguido a Igreja, razão pela qual se sentia até mesmo indigno do apostolado (cf. 15:9b). Isso porque embora dissesse “ainda que nada sou” (11:5) ele mesmo dava graças a Deus e se via como o mais frutuoso de todos: “tenho trabalhado mais do que todos eles; não eu, mas a graça de Deus que está comigo” (v. 10b). Paulo se considerava verdadeiro Apóstolo, embora não pertencesse ao grupo dos Doze. Nas palavras de Comblin:

“O que Paulo considerava como título de legitimidade era tido por inválido pelos outros, e o que os outros invocavam como título legítimo, não era aceito por Paulo” (COMBLIN, 1991, p. 18).

3. Por isso, penso que a questão fundamental avaliada por Paulo diante dos falsos apóstolos de Corinto e que estabelece para nós de modo claro a legitimidade ou falsidade do Apostolado é essencialmente uma só: se relacionava diretamente à origem do chamado do apóstolo, o que ele dispõe de imediato na abertura da carta. Ao contrário de outros, chamados pelos homens, com suas “cartas de recomendação” da parte dos homens, Paulo era verdadeiramente um “apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus” (2Coríntios 1:1). Isso, porque, a seu ver, não tivesse ele recebido o chamado da própria boca de Jesus e não visto Seu corpo ressuscitado, não seria ele apto para esse ministério. E é por esse motivo que também se opõe aos falsos Apóstolos em Corinto.

IV. O Contraste entre o verdadeiro e o falso apostolado


1. Diante do exposto, fica para nós um tanto mais simples a pergunta acerca de qual seria o caráter do falso apóstolo. Diversas teorias foram levantadas acerca da identidade dos falsos apóstolos de Corinto, sem nenhum consenso. Mas permaneceu como essencial “o modo de ser do verdadeiro apóstolo” (COMBLIN, 1991, p. 19). Porém, sabe-se que os “tais apóstolos”, ao que parece eram auto-denominados Apóstolos, com base unicamente numa carta de recomendação assinada por outros, a fim de que fossem recebidos na igreja de Corinto (2Coríntios 3:1ss). Pode ser que tenham abusado da recomendação da Igreja e arrogado para si mesmos a autoridade apostólica, ao passo que também descaracterizavam o apostolado de Paulo. Poderiam ser hebreus, como se deduz de 2Coríntios 11:22. Baseavam seu ministério na aparência, na ostentação e no sensacionalismo.

Segundo Paulo, usavam de procedimentos secretos e “vergonhosos”, de “astúcia”, “adulterando a Palavra de Deus” (2Coríntios 4.2). Ao contrário de Paulo, eles pregavam a si mesmos (v. 5). Na busca de estabelecer sua influência sobre a Igreja, e de afastá-la do próprio Paulo, também se valiam de acusações contra a Verdade apostólica, condenando sua pregação e sua aparência humilde (v. 7). Eles pregavam “outro Jesus [...] espírito diferente [...] evangelho diferente” (2Coríntios 11:4). E em lugar de trabalharem como pioneiros em favor do evangelho, “eles preferiam ser parasitas dos ‘trabalhos alheios’ (10:15)” (F. F. BRUCE, 2008, p. 268). Seriam “falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, disfarçados de apóstolos de Cristo” (11:13). Assim, em lugar de ministros de Deus, Paulo os compara à serpente enganadora de Gênesis 3 e os acusa de serem “servos de satanás” (F. F. BRUCE, 2008, p. 268):

“E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. o que não é de espantar. Pois, se o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz, não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras.” (2Coríntios 11:14-15).

Em resposta a essa situação, Paulo faz uma longa apologia, na qual estabelece o perfil do verdadeiro Apóstolo, contraposto ao falso ministério. Para José Comblin, essa contraposição é a principal característica desta carta e permeia ela toda.

2. Diante disso, podemos então perguntar: qual seria então, o caráter do verdadeiro apóstolo? Para Paulo, se o caminho do falso apostolado é o da ostentação e da hipocrisia, o do verdadeiro, é o da humildade na sinceridade: não “adulterando a palavra de Deus” e manifestando “a verdade” (2Coríntios 4:2). Ele não prega a si mesmo (v. 5). “A verdade de Cristo está em mim”, diz Paulo (2Coríntios 11:10). Richard entendeu aqui uma identificação de Paulo com Jesus em Sua humildade, feito Servo, por isso podia ele dizer que a verdade de Cristo, mais que um discurso, tornava-se nele, uma identidade. Isso porque o verdadeiro apostolado não tem sua base no poderio humano, como era nos círculos intelectuais gregos, no judaísmo farisaico ostensivo, nem na eloqüência filosófica dos marketeiros da religião daqueles tempos, os quais vendiam a fé como um produto de consumo. O testemunho de Paulo é que ele não faz, como tantos outros (os falsos mestres mencionados em 2Coríntios 11:4, 12-15), que mercadejavam (do gr. kapeleuo, significando "trocar, vendedor ambulante; mascatear”) a Palavra de Deus. Sua identidade é Cristo e é sobre esse modelo que ele desenvolve seu apostolado. Por isso ele diz que assim como Jesus, o Qual era rico se fez pobre, assim Paulo se torna fraco, para que sua força venha de Deus e de Cristo. Suas credenciais de Apóstolo e “ministro de Cristo” são: em primeiro lugar, o chamado direto de Jesus ressuscitado (2Co 1:1); em segundo lugar, uma extensa lista de sofrimentos, como se nota em 2Coríntios 11:23-33; e em terceiro lugar, os “sinais, prodígios e poderes miraculosos” (2Coríntios 11:12). Este último jamais se torna para Paulo uma prova definitiva de seu apostolado. Na verdade, haveria para a Igreja o dom de operar milagres (cf. 1Coríntios 12:28), e portanto, jamais poderia ser um sinal distintivo do apostolado. Permanece então, a questão do chamado pessoal e da visão de Jesus ressuscitado como a prova definitiva para o ingresso no autêntico apostolado.

Conclusão


1. No estudo sobre a identidade dos verdadeiros Apóstolos de Jesus Cristo se percebeu pelo menos três características. Quanto à identidade, eram as primeiras autoridades e os fundadores da Igreja. Seu chamado se originava diretamente de Jesus e por isso eram por assim dizer, os guardiões da Sua verdade original. Sua investidura não estava presa à opinião de nenhum homem ou grupo, e não permaneceu como norma para a entrada no apostolado a eleição direta, mas sim a visão teofânica e o chamado pessoal de Jesus. Não havia, para Paulo, a idéia de dois níveis de apostolado, e ele mesmo não se via como um Apóstolo menor que os primeiros, os Doze. No debate com os falsos Apóstolos, Paulo mesmo estabelecerá sua prova de apostolado como a visão e o chamado pessoal de Jesus ressuscitado, o que o igualava aos demais apóstolos e lhe dava os mesmos direitos. O falso apóstolo, segundo Paulo, busca sua autoridade no discernimento e na autoridade da própria comunidade. Além disso, pregam um outro evangelho, que não oferece a cruz de Jesus. O verdadeiro Apóstolo, pelo contrário, tem sua vida marcada pelo morrer contínuo, identificando-se com Cristo.

2. Diante do exposto, podemos estabelecer alguns critérios na avaliação dos modernos Apóstolos. Notemos, em primeiro lugar, de onde veio sua titularidade e autoridade. Sabe-se que os novos Apóstolos têm seus títulos originados seja pela determinação pessoal ou de seu grupo. A maioria denomina-se a si mesmos. Se for de fato assim, podemos então, questionar a sua legitimidade.

3. Tenhamos dúvida quanto àqueles que a si mesmos denominam-se Apóstolos. As batalhas travadas por Paulo contra aqueles que se promoviam a si mesmos é um alerta a nós de que essa prerrogativa não é nossa e nem mesmo da Igreja. Jesus é Aquele que chamou e enviou os Seus doze em Missão para a fundação de Sua Igreja. Por isso, de um modo diferenciado quanto aos demais cargos eclesiásticos. Podemos ver que em Atos 1 e 6 bem como 2timoteo 3 e Tito 1 isso está claramente revelado. Embora o critério do testemunho ocular e do chamado pessoal da parte de Jesus fosse uma exigência do Apóstolo, não era assim para o diácono, nem para os Bispos, bastando a eles uma evidência de sabedoria, unção divina e caráter. Também se entende que se a função do Apóstolo é estabelecer o “fundamento”, este já está posto. Como bem disse alguém, a verdade apostólica não está em construção, mas sim a nossa compreensão sobre esta verdade. Outro fato é que Paulo entendia a sim mesmo como último dos apóstolos. Por isso, com base no princípio bíblico, não seria demais dizer que aqueles que se denominam a si mesmos Apóstolos entram na mesma categoria dos falsos apóstolos combatidos por Paulo.

4. Além disso, uma análise que poderia ser feita é acerca da mensagem dos tais Apóstolos. Curiosamente, estes se encontram nos ministérios independentes, e em movimentos que pouca ênfase dão à mensagem de salvação e ao chamado à santidade. Na verdade, quase sempre, a fé, vendida como um produto a partir dos púlpitos, tem servido apenas para a promoção pessoal de líderes materialistas. A chamada teologia da prosperidade é a mensagem principal que tem soado. Ao contrário de Paulo, não há lugar para a cruz e o sofrimento em favor do evangelho.

5. Por outro lado, podemos ver líderes que são de fato dedicados ao ministério, trazendo no corpo e na própria comunidade a marca da fidelidade ao chamado apostólico. Vemos evidência clara de que são homens que buscam de fato à glória de Deus. Uma dessas evidências é o fato de que são pessoas amorosas e pouco apressadas em promover seu próprio nome.

E a pergunta que surge é: podem eles então serem chamados Apóstolos? A resposta clara é: não, pelos motivos óbvios demonstrados abaixo, mas já mencionados acima:

a. Não são testemunhas oculares de Sua ressurreição: não tiveram o encontro pessoal e físico com Jesus Ressuscitado nem ouviram o chamado da Sua boca; b. Paulo se dizia o último Apóstolo, e isso, depois de c. 20 anos desde a ressurrieção de Jesus;  c. O papel apostólico de estabelecer o fundamento está findo, não carecendo de mais nada, a não ser edificar sobre ele; e podemos até mesmo acrescentar: a presença dos apóstolos já se faz notar pela vitalidade de seus escritos, que ainda orientam a Igreja no caminho, sendo que ela se acha edificada sobre o fundamento dos Apóstolos e profetas (Efésios 2.20).

6. Mas a boa-nova é que embora não possamos encontrar na atualidade Apóstolos com as credenciais do verdadeiro apostolado, podemos pelo menos, encontrar uma evidência da continuidade da obra apostólica. Isso, quando notamos na vida dos ministros de hoje, a evidência de uma fidelidade verdadeira à pureza da mensagem apostólica.

Em vista disso, concluo que muito mais que o título e a autoridade, como verdadeiros ministros, devemos desejar o caráter desses santos homens. E na busca de uma comunidade cristã para nosso desenvolvimento espiritual, jamais sejamos apressados em adotar uma igreja apenas pelo carisma dos seus líderes ou pelos seus sinais admiráveis. Paulo mesmo admitiu que os Gálatas foram fascinados pela eloqüência dos falsos ministros (Gálatas 3:1), e que os coríntios estavam em tempo de serem enganados como Eva (2Coríntios 11:3). Quanto aos sinais, Jesus mesmo nos orienta que isso não é definitivo como marca de alguém que realmente conhece a Ele. Ele alertou contra falsos cristos e falsos profetas operadores de sinais, nos dias do fim (Mateus 24:24), e que Ele mesmo dirá a alguns no Grande Dia que apesar de seus tantos milagres e exorcismos, Ele de fato poderá dizer: “nunca vos conheci” (Mateus 7:21-23). Busquemos uma comunidade fiel à palavra apostólica, como os santos do Apocalipse: “os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus” (Ap 14:12). - [Claudio Soares Sampaio, pastor em São Francisco, MG]

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Bibliografia Auxiliar


BRUCE, A. B. O treinamento dos Doze. São Paulo. Arte editorial, 2005.

BRUCE, F. F. São Paulo, 2008. Paulo, o Apóstolo da graça. Shedd.

COMBLIN, José. Comentário bíblico segunda epístola aos coríntios. São Paulo, 1991. Imprensa Metodista/Sinodal/Vozes.

FROOM, Leroy E. A vinda do Consolador. São Paulo. Casa, 1988.

KÜMMEL, Werner G. Síntese teológica do Novo Testamento. São Paulo. Teológica. 2005.

JOHNSON, Lewis S. “1Coríntios”. Comentário Bíblico Moody. HARISSON, Everett F.(Editor). São Paulo. Imprensa Batista Regular, 2001.

MacARTHUR, John. Doze homens comuns. São Paulo. Cultura Cristã, 2004.

REID, George R. “Interpretação dos evangelhos e epístolas”. In: Compreendendo as Escrituras: uma abordagem adventista. p. 205-222. Engenheiro Coelho, SP. UNASPRESS, 2007.

RICHARD, Pablo. O movimento de Jesus depois da ressurreição. São Paulo, 2ª. Edição. Paulinas, 2001.

RATZINGER, Joseph – Bento XVI. Jesus de Nazaré. São Paulo. Planeta, 2007.

RIDERBOS, Herman. A teologia do Apóstolo Paulo. São Paulo. Cultura Cristã, 2004.

THIELMAN, Franklin. Teologia do Novo Testamento. São Paulo Shedd, 2007.

TOKASHIKI, Ewerton B. <http://www.scribd.com/doc/23216429/Ewerton-B-Tokashiki-A-origem-do-oficio-de-presbitero> pesquisado na internet em 18 de fevereiro de 2010.

WHITE, Ellen G. Atos dos Apóstolos. 3ª. Edição. Santo André, SP. Casa, 1976.

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3 comentários:

  1. Olá Pr Cláudio, a paz sejas contigo!
    Obrigado pela sua preciosa visia hoje no Amigo De cristo!
    Prezamado Pr, o texto em é uma verdade, pena que as pessoas hoje não olha para o contexto aqui abordado com mais seriedade, especialmente os lideres da atualidade.
    Bom, desde já agradeço pelo reconhecimento notorio no AMC, e saibas que o elogio o tenho como Louvor a nosso Rei Jesus.
    Paz e tenha uma semana cercada das benções de nosso de Deus em sua vida família e ministério!
    No amor fraternal de Cristo vosso conservo Falbo.

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  2. Tanta gentileza assim apenas comprova um coração generoso, repleto da grandeza de Cristo. Deus te faça mais e mais próspero.

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