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Manual de Plantio de Igrejas: Método de Emílio Abdala - Resumo


Obra analisada: ABDALA, Emilio. Manual de Plantio de Igrejas: estratégias para multiplicação de comunidades de esperança. Tatui, SP: Casa, 2014. 144 págs.

Emílio Abdala possui graduação em Teologia pelo Seminário Adventista Latino Americano de Teologia-UNASP/SP (1985), Mestrado em Religião pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo (2000) e Doutorado em Ministérios – Andrews University- EUA (2005). Em sua vida pastoral, também atuou como professor, evangelista e coordenador do Instituto de Crescimento de Igreja – Seminário Adventista Latino Americano de Teologia/BA. Foi coordenador do Projeto de Plantio de Igrejas na União Nordeste Brasileira e departamental de Evangelismo na Associação Paulista Leste. Atualmente, atua como departamental de Evangelismo e Missão Global na União Central Brasileira.

 A presente obra, “Manual de Plantio de Igrejas” vem depois da publicação de uma obra similar, o “Guia de Plantio de Igreja” (2007), e na verdade, há pouca diferença no conteúdo. Resumindo, pode-se dizer que o segundo é mais objetivo, sem a parte homilética. No entanto, vale dizer que embora trabalhe o tema de forma mais sintética, fornece mais possibilidade de aplicação prática que o primeiro. A obra possui 144 p. e conta com um Prefácio por Edson Choque, e se divide em duas partes. Na primeira, se apresenta um estudo do plantio de igrejas baseando-se na sua similaridade com os ciclos da vida vegetal. Na parte dois há sete Apêndices que são, na verdade, uma série de estudos para uso prático em reuniões com a equipe de plantio, facilitando assim o trabalho do líder no compartilhamento da visão.

Diante do desafio do plantio de igrejas, Abdala considera que embora haja diversas variáveis para explicar os tantos fracassos nessa empreitada, sua hipótese é que tais fracassos ocorreram em razão da pouca atenção dada a um projeto. Em vista da escassez de material adequado para a igreja adventista acerca do tema, seu livro se propõe a ser um manual prático, adequado a qualquer realidade, pois traz uma combinação de princípios dos diversos autores que se debruçaram sobre o tema, no meio eclesiológico.

Na Introdução, o autor se detém a expor as razões para o plantio de igrejas. Segundo ele, isso tem a ver, em primeiro lugar, com o futuro da IASD na América do Sul: Se não houver um movimento de plantio de igrejas, logo não haverá mais igrejas nesse território, pois a igreja envelhecerá e morrerá. Além disso, os adventistas pioneiros tinham essa visão. No mesmo capítulo, o autor afirma a necessidade de uma equipe, e destaca que na maioria dos casos, o fracasso vem pela falta de planejamento. Também avalia o desafio do plantio diante da própria comunidade. O Plantador  de Igrejas provavelmente enfrentará dois questionamentos: O do “quanto maior melhor” da parte de quem prefere grandes congregações que devem apenas dar apoio às pequenas; e o do “quanto menos, melhor”, da parte dos que dependem da presença do pastor. Porém, para Abdala, é mais difícil a tarefa de reavivar uma congregação morrendo, do que criar uma nova igreja. Por isso, crê que o reavivamento deve ser o próprio plantio de uma nova congregação. Segundo ele, o plantio de igrejas não é um modismo, mas uma prática do NT e tem apoio nos escritos de Ellen White. O plantio de igrejas previne contra a “estabilização” da igreja que tende a envelhecer em vinte a trinta anos. Além disso, promove crescimento denominacional, incentiva a participação dos membros e desenvolve novos líderes. Por fim, para o autor, esse deveria ser esse o interesse central da obra missionária.

A Fase 1, intitulada Canteiro, compõe-se de dois passos: 1) Projeto e 2) desenvolvimento de equipe. O passo para o projeto deve ser dado somente após receber uma “visão de Deus”. Visão seria a percepção de algo não produzido ainda mas que é visto pela fé. Uma missão só se desenvolve com uma visão que virá por meio da oração. A clarificação da visão só poderá ser alcançada pelos demais por meio de um projeto bem definido. Ao expor a visão, deve-se deixar bem claro os custos, a fim de que se defina quem de fato aceitará o desafio de compor a equipe que transformará o sonho em realidade. Na equipe, o plantador deve ser escolhido com critérios, pois se nele não houver o dom, o projeto fracassará. A equipe também é importante, pois sem um núcleo, o projeto falhará. Um número adequado será entre vinte a trinta pessoas para uma igreja de  duzentos membros. O recrutamento deve ser por meio da oração e do chamado pessoal. Essa equipe deverá se reunir pelo período de pelo menos três meses para a sistematização do projeto, antes de sua execução. Depois do início das reuniões abertas, não deverão se encontrar mais.

Na Fase 2, intitulada Semeadura, o autor afirma que deverá haver uma identificação da equipe pioneira com a comunidade a ser alcançada. Deve-se identificar o público –alvo seja por pesquisa demográfica ou por área geográfica. Um boa fonte é o IBGE, mas pode ser feita de porta em porta. O projeto deve ter um financiamento, mas a nova igreja deverá futuramente se sustentar. Os métodos de plantio podem ser por colonização, com uma família migrando para o local; pelo modelo colmeia, valendo-se daqueles que residem próximos à região; ou pelo cooperativismo¸com diversas igrejas apoiando no plantio. Se for por meio de Evangelismo público ou de PGs, deve haver um líder local para prover pastoreio. A fase de preparo deve envolver cinco práticas: Intercessão, Pesquisa, Serviço, Amizade, Evangelismo.

Na Fase 3, intitulada Germinação, analisa-se os passos no preparo da primeira reunião, a mobilização da equipe e a definição de quando começar. Na perspectiva do autor, deveria-se evangelizar primeiro os não-alcançados, para depois edificar um prédio da igreja. O lançamento do projeto pode ser tanto privado quanto em uma celebração com a igreja-mãe. Começa-se com cultos privados seguidos de avaliação, para só então alugar um salão e abrir as reuniões para o público. Os locais deveriam ser “neutros”, como escolas, restaurantes salões comunitários, etc. A etapa pública deve ser antecipada pelo evangelismo relacional e propaganda. A abertura do novo salão deve ser em datas abertas como Páscoa e Primavera, e nunca em datas comprometidas com eventos paralelos, como campeonatos de futebol. A reunião deve ter local para atendimento das crianças, durando no máximo uma hora, e a partir daí, uma lista atualizada de interessados deve ser mantida. o autor analisa como se deve agir depois do período da primeira reunião aberta até a criação da nova liderança. O visitante pode retornar ao encontro se for contatado no máximo em trinte e seis horas. A visitação deve obedecer o critério de tempo (em dois dias no máximo), de propósito (apenas de conhecimento), deve ser pessoal (pelos membros e não pelo pastor). Pode-se criar caminhos de entrada, que são eventos sociais para entrosamento e despertamento de interesses,

Na Fase 4, intitulada Crescimento, Abdala passa para a fase dos primeiros frutos. Um evangelismo público deve ser desenvolvido com PGs intercambiando as reuniões. Os novos crentes devem ser mobilizados para assumir ministérios. O discipulado deve ter lugar com 1) classes de acompanhamento para formação de estabilidade bíblica na formação de hábitos espirituais e autonomia por meio de leituras; 2) estabilidade relacional por meio de visitação, envolvimento e mentoreamento; 3) e estabilidade funcional por meio de capacitação e concessão de responsabilidades. Por meio da capacitação, pode-se identificar os líderes em potencial. Logo haverá o momento de reorientação, quando o bastão deve ser passado adiante. A transição de líderes deve ser de forma gradual.

Na Fase 5, denominada Reprodução, o autor destaca a fase em que a nova igreja deve se preparar para dar à luz uma outra. Segundo Abdala, se em cinco anos a igreja não possuir recursos para se manter por si só, o evangelismo foi um fracasso. O foco nessa fase deve ser a saúde da nova igreja e um dos modos de avaliá-la, é sua disposição para a missão. A construção do novo templo deve ser avaliado em sua forma negativa e positiva, pois se há o fato de um templo dar maior visibilidade e acesso, há custos excessivos para um terreno em certos locais, e deve-se considerar que se deve priorizar investimento em “pessoas”. todavia, essa multiplicação das novas igrejas deve ser um movimento em etapas bem definidas e não algo impulsivo e sem planejamento.

Em sua Conclusão Abdala estabelece a ideia de que não importa o tamanho alcançado, uma igreja sempre deve se multiplicar.

Avaliando

O livro tem uma linguagem objetiva e discorre em tom discursivo, num estilo expositivo fácil. Para o leitor, é perceptível a intenção do autor, que é “facilitar” o desenvolvimento do projeto local, de modo que o projeto esboçado no Manual pode ser facilmente adaptado e implantado em qualquer território.

Assim, pode-se dizer que a obra se mostra importante em primeiro lugar por sintetizar bem as principais propostas atuais em torno do tema, e nisso está adequada a qualquer empreendedor no plantio de igrejas. Em segundo lugar, pelo fato de que embora esteja em diálogo com as propostas correntes, busca estabelecer um caminho firmado nos princípios denominacionais, e nisso, é recomendada a todo obreiro adventista em seu trabalho no plantio de novas congregações. - Claudio Sampaio 

http://pastorclaudiosampaio.blogspot.com

Um comentário:

  1. Boa tarde! como faço para comprar esse livro, agradeço o retorno, abraços

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